CAPÍTULO 4: KATSUKI

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tudo o que foi feito em troca de uma amizade

Não é algo que eu goste de admitir, mas o corpo de Izuku responde muito bem ao meu. Sei que seu lobo entra em conflito sempre que sente meus feromônios de cio, mas não tinha outro jeito. Tinha que ser Izuku.

Isso sou eu pensando ou meu lobo?

Como sou um dominante, meu cio demora mais e é mais intenso. Por isso, tenho atestado para a escola. Izuku tem trazido as atividades para fazer enquanto estou consciente.

Ele viria aqui de qualquer jeito mesmo.

— Terminei. — entreguei meu caderno para Izuku. Ele corrigiu, provavelmente tudo certo.

— Katsuki, só acertou uma.

— Que? — arranco meu caderno de volta e vejo os riscos em vermelho por todo o caderno. — O que eu errei?

— Olha só, — ele se aproxima e se curva para olhar o caderno enquanto aponta. — você está pensando que é sobre cálculos, mas genética é sobre... Imaginação.

— O virgem está me explicando sobre sexo. — ele me dá um tapa, seu rosto vermelho.

— Você também era virgem. E não é sobre sexo, é reprodução. Filhotes.

Sinto um arrepio descer até meu membro, ouvir Izuku falando sobre filhotes faz meu lobo imaginar os nossos.

Não, não, não, não e não. Somos muito jovens pra filhotes.

— Que seja. Você deve estar corrigindo errado.

— Não, Katsuki. Olha. — me mostra o caderno de novo. Ver todos aqueles erros me deprimi. — Se um beta recessivo tiver filhos com um ômega dominante?

— Ele é um otário. Se é um dominante o que está fazendo com um beta? — Izuku me olha feio e puxa sua mochila. — O que tá fazendo?

— Se você não vai levar a sério, fique a vontade pra ficar de recuperação. — rio e puxo seu braço.

— Tá, tá, eu levo a sério. — Izuku para e volta a olhar o caderno, com uma expressão de "vai lá então fodão". — Hã... se é um dominante e um recessivo... são respectivamente "II, Ii"?

— "II, ii". Gene recessivo é sempre minúsculo. — ainda não entendo porra nenhuma. Ele entende. — Por exemplo, você é um alfa dominante e eu um alfa recessivo, se nós tivéssemos um filhote, — sinto o arrepio novamente, mais intenso. — teria 50% de chance de nascer alfa dominante e 50% de nascer recessivo.

— Ah, eu não ligo, o que vier, veio.

Eu falei isso alto?

Olho para Izuku, ele está estático e envergonhado. Percebo que meus feromônios estão... demais. Imagens de eu e Izuku juntos, colados, suados, criando uma genética perfeita pra nossos filhotes.

— Katsuki... você quer... — ele se aperta e esfrega uma coxa na outra.

Ele não precisou falar mais nada.

α ß Ω

— Esse negócio de quadro de punnett tá me fudendo. — Izuku suspira, enquanto se veste.

— Literalmente. — rio quando Izuku joga a camiseta que ia vestir em mim. Rio mais quando ele tenta pegar e eu não deixo.

— Devolve! — me agarro a aquela camiseta, ele sobe em cima de mim, me forçando a desfazer o abraço. — Devolve, Katsuki! Como você é infantil!

— "Infantil"? — uso minha força para trocarmos de posição, apesar de eu gostar quando ele fica por cima. Jogo a camiseta longe e passo minhas mãos frias pelo seu peito quente desnudo. O choque térmico o faz sentir cócegas.

— Hahaha! Para! Hahaha!

— Retire o que disse!

— Você haha! Para que eu falo! — seu rosto vermelho de tanto rir. Eu paro e ele usa a oportunidade pra subir em cima de mim e tenta fazer cócegas em mim. — Você não tem cosquinha?

— Não. — eu nunca ia contar que tenho cócegas no joelho. Coloco as mãos na sua bunda e aperto.

— Mentira. Deve ter em algum lugar. Eu vou descobrir. — diz ele passando as mãos no meu corpo. Ele que tente encontrar, mas enquanto isso, vou aproveitar a semi-massagem.

— Desista.

— Nunca. — ele deslisa para minha parte inferior e passa de leve pelo meu joelho, me fazendo retorcer e arrepiar. — No joelho? É sério. — debocha enquanto eu choro de rir.

Cenas assim se tornaram naturais. Nós dois conversando normalmente, rindo e fazendo carinho um no outro.

É até que bom. Izuku me conhece há anos, como pude deixar algo tão trivial como seu segundo gênero nos separar assim?

Como fui burro. Mais burro do que sou em biologia, mesmo com as aulas de Izuku sobre reprodução e anatomia, se é que me entende.

Largados na cama, ofegantes pelas risadas, começo a desejar que o cio não acabe. Eu quero sair de casa mas não quero voltar ao que era, e acho que Izuku também.

— Izuku, — ele me olha. — o que vamos fazer quando o cio acabar?

— Um teste de gravidez.

— Não brinca, idiota.

— Mas... Isso não precisa terminar só porque o cio acabou. Nós podemos ser...

— Amigos?

— Não.

— Então o que?

— Eu não sei, nunca me envolvi com um alfa antes. — seus dedos macios contornam meus músculos. — Me diga você o que vem agora.

— O que nós quisermos que aconteça. O que você quer que aconteça? — ele se recolhe nos meus braços. — Depois a gente vê isso.

Odeio admitir que quero ficar assim para sempre. Izuku é ótimo em tudo. Me impressiona ele nunca ter tido um relacionamento.

Os feromônios dele tem se acalmado, como se entendendo que está sendo dominado. Isso é triste, porém, é bom pra mim. Quanto mais manço o lobo dele estiver, melhor para o meu se sentir no controle.

Não que meu lobo não goste de ser agressivo no cio, ele gosta, mas entende que Izuku é muito sensível, mesmo sendo um alfa.

Meu lobo também gosta disso, ele parece um ômega.

II, ii || BAKUDEKUOnde histórias criam vida. Descubra agora