CAPÍTULO 6: KATSUKI

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é foda ser tachado de louco, doido, vagabundo, advogado do mundo mas

"'Você é um alfa dominante.'

Me espreguicei em minha pequena cama temática do Relâmpago McQueen e me levantei, minha garganta seca e pijama suado exigiam água da madrugada.

Sempre moramos na mesma casa desde que nasci, então, me locomover até a cozinha sem ascender nenhuma luz me fez crer em visão noturna de morcego.

O chão frio da cozinha encontrou meus pezinhos nus, me dando um arrepio por toda a espinha. A água parecia não molhar nada que tocava, como se fosse tão necessitada ao ponto de ir diretamente aonde precisa ir. A sensação gostosa só veio surgir no terceiro copo. Enchi um extra para caso precisar levantar de novo e voltei para meu quarto.

Passo pelo escritório do meu pai, ligar onde dormia sentado na maioria das noites, a luz passando por debaixo da porta. Fico quieto o suficiente para ouvir o seus dígitos no teclado silencioso e seus suspiros frustrados.

'É mesmo, agora sou um dominante', pensei comigo mesmo, meu lobo concordou e comecei a ouvir as batidas do coração de meu pai, sua respiração e... Choro?

'Esse não é o pai'

O som abafado, provavelmente por um travesseiro, me guiou até o quarto dos meus pais. Era minha mãe.

A porta estava entreaberta possibilitando minha visão ao corpo da minha mãe de barriga para baixo chacoalhando ao soluçar.

'— Como um dominante?' ela perguntava a escuridão de seus pensamentos.

Por que tá chorando, mãe?

'É demais pra mim, é demais. Já chega' dizia ela agarrando o travesseiro em seu rosto e o abraçando, ela vira contra a porta e se silencia."

Mais tarde na minha vida fui entender o que "demais" significava naquele contexto.

Dois betas resultando em um alfa dominante? É realmente demais. O gene dominante veio do meu avô materno. É engraçado quando a natureza pula amarelinha.

Uma piada mórbida.

Alfas dominantes e as pessoas a sua volta não tem paz. Os feromônios te influenciando a todo o momento, a voz de comando saindo sem querer, o corpo mudando e crescendo rapidamente.

Eu não queria fazer parte disso. Eu não sou nada parecido com meus pais e isso era tudo que eu queria na vida. Comecei a tomar supressores contínuos. Eu esperava nunca mais perder o controle, nunca mais sentir feromônios.

Eu via a felicidade dos meus pais ao me verem agir como um beta, é tudo o que eu mais queria.

Quando vi Izuku sobre mim naquele dia, quis pular nele. Perseguir. Atacar. Procriar.

Procriar.

α ß Ω

— Tá tudo bem? — Izuku está sentado ao meu lado na cama, nossos quadris afundando a cama igual uma rampa.

— Hoje o professor Aizawa nos deu um trabalho sobre genética e ficou dando aqueles exemplos constrangedores. — As bochechas rosadas entregavam os pensamentos libidinosos que passavam em sua mente.

— Hm. — Estava focado no Mario Kart, mas ainda sim ouvindo o que ele tinha a dizer.

— Aí ele fez desenhos e todo mundo riu. — sua risadinha fez a cama balançar um pouco.

— Desenhos?

— É, desenhos do corpo e essas coisas. Ah! Me lembrei. Nessa hora, o Kaminari falou "é em tamanho real, professor?" e o professor Aizawa jogou uma caneta no Kaminari que acertou bem na boca aberta. — Izuku encenava enquanto ria, eu me contentei só em sorrir imaginando a cena.

— Meu cio acaba em alguns dias, preciso muito voltar. — a tela exibiu o anúncio "VITÓRIA" com musica feliz. — Não por causa do idiota do Kaminari, mas ficar preso aqui ta me dando claustrofobia.

— Eu imagino.

— Você quer jogar?

— Não, valeu. Eu gosto de só assistir.

Imaginei como seria a minha volta a escola, ficar em casa estava me deixando maluco. Quero voltar a fazer esportes. E com certeza meu ranking caiu nesse meio tempo.

Que saco.

Meus pensamentos são interrompidos por uma sensação familiar. Izuku estava com aquela expressão de novo. Eu podia o ouvir pensar.

— Você pensa demais, Izuku idiota. — bagunço o cabelo dele um pouco agressivamente apenas para acorda-lo do transe.

— Desculpa, Kachan.

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⏰ Última atualização: Sep 30, 2023 ⏰

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