Jayden Hideki - 48

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__ Uma boate? _ Azra questiona assim que eu estaciono o carro __ Você me trouxe para a porra de uma boate?

__ Você vai gostar, relaxa.

__ Jayden, sabe que horas são? _ ela alça a sobrancelha e cruza os braços.

__ Hora de se divertir. _ Azra revira os olhos.

__ Ainda nem são dez horas da manhã, homem.

__ Para de ser careta, e vem logo.

Desço do carro e ela insiste em não querer sair. Então, sem pensar duas vezes, abro a porta do seu lado e tiro seu cinto, a puxando com tanta força, que seu corpo se chocou contra o meu com certa agressividade. O jeito com que seu corpo colou ao meu, fez meu coração doer de um jeito fodidamente bom.

__ Me-me solta. Rum. _ ela me afasta e faz uma careta brava, mais fofa do que intimidadora.

__ Olha, aqui é meu lugar favorito. _ seus olhos relaxam __ Funciona vinte e quatro horas por dia, tem tudo o que precisamos para passar o dia sossegado. Vem, se dá essa chance de ter um dia bom.

__ Uhm... Ok. _ bato palmas animado.

__ Vamos.

E assim, eu a puxo para dentro, falo com o segurança e dou meu nome. Faz alguns meses que eu me associei a esse lugar, tenho passe livre e direito a tudo. Nunca havia trazido ninguém aqui, por receio do que possam pensar, sou o vice-presidente da minha empresa e frequentar lugares desse tipo não cai bem.

Principalmente para uma família como a minha, que é muito reservada. Quando a convidei para sair comigo, e no momento que ela aceitou, não pensei duas vezes antes de trazê-la aqui, eu sei que ela irá gostar. Ao entrarmos, vejo alguns amigos e aceno para eles, suas mulheres encarando Azra.

E não sei se é por força do hábito, mas Azra as encara séria, e só para quando elas olham para outro lugar. A levo até minha área reservada na parte de cima, segundo andar, peço para que Azra se sente e a acompanho.

Logo chamo o garçom para trazer um drink que não seja muito pesado por ela precisar está lúcida para voltar aos seus filhos - esses que eu não consegui prestar atenção, mas me surpreendo quando Azra pede uma garrafa de conhaque. Olho para ela com a sombrancelha erguida, e a mesma dá de ombros, não se importando.

__ E você bebe desse jeito? _ pergunto quando a vejo dá o primeiro e grande gole, sem fazer careta.

__ Já tive dependência química. _ confessa de cabeça baixa, abro a boca surpreso e ela continua __ Mas, meus filhos me fizeram parar, se eu continuasse, talvez eles teriam ficado sem mãe.

__ Mas continua bebendo? _ cruzo os braços e entorto a boca, ao perceber ela faz o mesmo.

__ Me trouxe aqui para ficar me julgando? _ ficamos se encarando por segundos até os dois caírem na risada __ Seu bobo. _ Azra cruza as pernas __ Bebo socialmente, hoje eu tenho controle sobre isso.

Azra me olhou por alguns segundos e sorriu fraco, talvez... Tímida? Bom, não sei. O garçom nos serviu com mais bebidas e mais uma vez fiquei surpreso com o jeito com que ela bebia, uma facilidade tremenda, acredito que para Azra beber conhaque seja como tomar água.

Com o passar das horas, vi o quanto Azra começava a ficar a vontade no recinto. Inquieta, ela se levantava e ficava observando as pessoas no andar de baixo, todas conversando e bebendo, uma música tranquila e ambiente se instalando no lugar. Azra estava em pé próximo a grade, de costas para onde eu estou, e então, eu começo a observa-la.

Ela realmente tem um corpo de quem já entrou na maternidade. Seus cabelos curtos me fazem imaginar-la como seria se fossem longos, e seu rosto maduro faz eu parecer um garotão que gosta de mulheres mais velhas. Quando percebe que está sendo muito observada, Azra se afasta da barra de proteção do andar e se aproxima, ajoelhando-se do outro lado da mesa.

Todos Os Caminhos Me Levam A Ti - 📚Onde histórias criam vida. Descubra agora