Uau

3 0 0
                                    

"Uau" isso era tudo que passava pela cabeça de Isabella, repetidas e repetidas vezes seguido de alguns "meu Deus". Digno de cena slow-motion de alguma comédia romântica exibida na sessão da tarde, Edgar caminhou em direção a ela tentando arrumar o cabelo que estava caindo nos olhos por culpa do vento, ainda equilibrando a coleira e suas coisas na outra mão.

Ele estava uma completa bagunça, a blusa com alguns botões trocados, os sapatos desamarrados e os óculos pareciam não querer ficar no lugar, mas ainda assim, completamente encantador, pelo ponto de vista de Isabella.

— Deixa que eu te ajudo com isso aqui. — Ela sorriu pegando a coleira da mão dele e a bolsa também. — Ah, e seu sapato está desamarrado. — Diz com um sorriso ainda brincando no rosto.

— Ah, merda! Obrigado — ele prontamente se abaixa ali mesmo e da dois nós no com medo do cadarço se soltar de novo e ele não perceber. Está financeiramente quebrado o bastante pra ter medo de cair e quebrar os dentes da frente.

Passada toda a troca de oi's e cumprimentos sem graça e desajeitados entre duas pessoas que mal se conhecem, eles sentaram se juntos numa mesa ao lado de fora, e graças a indecisão de Edgar olhando o cardápio, Bella achou melhor que ele esperasse com Bear enquanto ela iria fazer os pedidos no balcão, ele prontamente concordou e ela suspirou aliviada.

Precisava de um tempinho longe da áurea inebriante de seu desconhecido, como carinhosamente ela decidiu apelida-lo em sua cabeça. Provavelmente essa seja só uma forma de se manter em alerta, ela nunca baixava cem por cento a guarda. Quem sabe não seja por isso que ela não tem tantos amigos quanto uma pessoa de sua idade. Relaxar de vez enquanto é bom, sabe?

Ela voltou com seus cafés e sentou-se perto dele, estava nervosa e o tempo em que esperou pelo café não foi capaz de aplacar o nervosismo.

"Será que ele quer me beijar? Oh céus, porque carambolas estou pensando em beijos uma hora dessa? Não, nós concordamos que eu viria apenas pelo Bear, se ele pensou isso está completamente errado! Será que eu ainda sei como é que se beija?"

Sacudiu discretamente a cabeça afim de afastar os pensamentos bobos e absurdos de sua cabeça. Ela concordou em estar ali, então aproveitaria a companhia de seu adorável desconhecido com a mente aberta e sem preocupações mundanas.

— É o meu favorito. Espero que você goste ou ficarei realmente ofendida.

— Tenho certeza que deve ser bom — ele pega o copo e o segura com as duas mãos.

— Vai, experimenta! — mantem os olhos fixos nele em expectativa e ele finalmente experimenta o café. Estala a língua, bebe mais um gole, faz algumas caretas como se realmente entendesse o que estava fazendo. — Então... é que bom...

— Vai, diz logo, Edgar! — Ele ri, e ela o acompanha.

— É delicioso! O que tem nisso?

— Caramelo salgado com sorvete de creme, melhor dizendo, é um frapuccino de caramelo. Ei! Não me olha com essa cara. Você mesmo disse que era bom! — Ambos sorriem cúmplices.

— Eu sei, é estranho, mas também é bom. Não sei se diria estranho, é diferente. Acho que eu ficaria com medo de provar e não iria arriscar escolhendo isso.

— Você não me parece ter medo de arriscar, sabe? O que faz da vida, Edgar?

— Por favor, me chama só de Ed, pode ser?

— Só se você aceitar me chamar de Bella.

— Ok, só Bella então. Eu sou escritor. Estou trabalhando no meu segundo livro atualmente, são dois livros romances, porém independentes.

— Sério? Isso é incrível, eu adoro ler no meu tempo livre. Que já não é muito, mas sempre tento ler algo novo. Devia ter trago seu livro pra eu ver.

— Não gosto de me gabar. — Ele dá uma piscadinha com um sorriso brincalhão.

— Sei. — Diz desconfiada ao entrar na brincadeira.

Isabella não sabia se agradecia ao universo, ao Bear ou ao jeito atrapalhado de Edgar, mas por incrível que pareça, ela havia se divertido mais do que esperava. Não acreditava que alguém poderia deixar as coisas tão leves e divertidas até conhecer um pouco melhor dele.

Eles conversaram, riram, passearam com o Bear e se despediram com a incerteza de um cinema no próximo dia de folga dela. No fim das contas, ela odiava admitir isso, mas estava mesmo precisando conhecer pessoas novas e sair mais de casa. 

Foi assim que tudo começouOnde histórias criam vida. Descubra agora