Casamento

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Mike sentia o sol em sua pele e era justamente isso que desejava e amava nas raras manhãs fora de casa. O sol. O brilho do sol e os braços de Dani ao redor do seu corpo. Na realidade ele já se sentia seguro com o marido em todas as ocasiões, não havia como descrever todos os seus sentimentos ou o quanto Daniel era perfeito para si, mas quando estava com ele sob o sol, o sentimento duplicava e morando naquelas montanhas remotas, seguras e com bosques densos onde tinham pequenas clareiras com sol e ainda assim eram discretas de visões externas, ele se sentia ainda mais protegido e querido, afinal seu marido em sua forma bestial era quase três vezes o seu tamanho e Mike se sentia enrodilhado de todas as formas possíveis, e era aliviante saber que ninguém veria o que seus olhos viam. Seu marido era só seu e aquela visão só sua.

Ele amava isso, amava se sentir pequeno, frágil e delicado entre os braços daquele homem imenso, forte e brutal, mas que o segurava com muita delicadeza e tudo seria perfeito se conseguisse ultrapassar o muro sexual que ele diligentemente colocou entre os dois.

Mas Mike já tinha completado vinte anos e nada.

Daniel fazia todas as suas vontades, menos essa e ele não sabia mais o que fazer para convencê-lo e agora ali, enrodilhado pelo corpanzil gigante, ele estava começando a perder as esperanças. Não que fosse uma pessoa que desistisse fácil, mas talvez por Daniel ter sido um grande libertino em sua vida antes de conhecê-lo... Ele tivesse enjoado de sexo.

Não havia outra explicação.

Ou ele o amasse, mas não sentisse desejo por ele. Mike sabia que o marido lhe amava, era óbvio, era claro como água e ele tinha amostras dos seus sentimentos todos os dias... Mas nunca houve desejo da parte dele, ele brincava mais em suaves provocações no primeiro ano juntos, agora contudo, não havia nada e Mike começava a desconfiar que iria ficar virgem pelo resto da sua vida...

Seu peito se afundou em uma súbita autocomiseração e logo sentia lágrimas silenciosas escorrerem pelos seus olhos.

— Amor?

A voz de Daniel veio baixa e ele sentiu que um pouco longe demais para seu gosto. Mike não quis olhar para ele, mas foi forçado a isso, embora sem força real, quando ele lhe virou e lhe encarou do alto dos seus quase três metros. Mesmo sentados na grama sob uma coberta macia, a divergência de tamanho era gritante. Era como um ratinho no meio das patas de um tigre.

— Michael! Você está com dor? Aconteceu algo?

— Cheguei à conclusão vergonhosa de que você não se interessa por mim sexualmente né, é sobre isso toda a sua negação em ter um casamento real comigo...

— Nós temos um casamento real!

— Não temos não! Você não me deseja, você se cansou porque fez um monte de sexo por aí e embora me ame eu não sou nem de perto parecido com aquele monte de celebridade bonita e sexy!

— De onde você tirou essas ideias, Michael Muller!?

— Da vida!? Da realidade!? Da minha situação lastimavelmente óbvia!?

Quase gritei me erguendo, me soltando dos seus braços e me afastando dele enquanto tentava parar de chorar e me controlar. Era uma raiva misturada com tristeza e frustração, afinal não é todo dia que você percebe que não é suficiente para a pessoa que você ama, não é mesmo?

E então eu estava enrodilhado nos braços dele de novo, porque ele era super-rápido, forte e ágil e eu ainda era lento para ser pego quando quisesse e em que lugar fosse.

— Nunca mais diga isso! Você é super sexy e sempre me deixa com desejo!

— Mentira!

— Verdade! – Ele rebateu e por fim Mike foi erguido, levado outra vez para a coberta e deitado ali com o marido o cobrindo por cima. O calor era gostoso, tanto do sol quando do corpo másculo e imenso, e tudo o que queria na verdade era que ele fosse para além dos toques, que não só cobrisse seu corpo, mas o possuísse também – Mike, desculpe, isso tudo é minha culpa e eu venho tentando explicar, mas nunca acho as palavras certas e...

Nos braços de vampirosOnde histórias criam vida. Descubra agora