Everything - MICHAEL BUBLÉ

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"And I can't believe that I'm your man

And I get to kiss you baby just because I can

Whatever comes our way

We'll see it through

And you know that's what our love can do"

Aquela semana estava uma loucura, talvez a mais intensa que já tive no trabalho.

Fui alugado de designer por um cliente meu e todo santo dia eu ia para a casa daquele casal avaliar algo mais que eles queriam enfiar por ali. A mudança da vez era um poste de bombeiro do sótão ao porão.

Quando eles falaram isso, eu quase tive um treco, mas mantive minha postura profissional e fiquei sério. Afinal, eles eram um casal um pouco mais de idade, não imaginava usando aquele mastro sem acontecer um desastre, e eu realmente não queria ser responsável por um desastre.

- Em quanto tempo acha que consegue fazer isso, querido? - a senhora me perguntou, sim, ela me chamava de querido.

- Eu... bem - cruzei os braços - o poste em si é simples, só preciso tirar as medidas, no máximo dois dias - olhei para ambos - agora o processo de passá-lo por todos os andares será um pouco trabalhoso e demorado.

Eles assentiram.

- Seria útil que ele passasse pela casa toda? - perguntei - porque digo - comecei a desenhar para explicar o que passava em minha cabeça - se estiverem descendo do segundo para o primeiro andar, por exemplo, vai exigir uma força nos braços muito grande de parar no lugar certo para descer, caso o contrário vocês sempre vão parar no porão.

Os dois se olharam, provavelmente não haviam pensando nesse aspecto.

- Sabe querido, é para nossos netos - sorri, fazia mais sentido - mas não acho que eles terão força pra isso.

- Podemos fazer algo mais simples, mas ainda divertido pra eles - sugeri - talvez do segundo para o primeiro andar apenas.

Novamente se olharam.

- E podemos colocar algum tapete mais macio no final para que fique mais confortável também.

Eles concordaram e eu me retirei torcendo para ser a última mudança que eles faziam naquela casa que sinceramente já estava ótima.

Modéstia a parte.

Voltei para a empresa me encontrando com Sarah na recepção, buscando alguma comida que havia pedido.

- Fala cria da rainha - ela sorriu segurando o elevador para mim.

- Bom dia - sorri entrando.

- Estava com os velhinhos?

Assenti.

- Acho que a senhorinha desenvolveu uma quedinha por você.

Ri.

- Meio improvável, poderia ser neto dela.

Sarah riu.

- Isso nunca impediu ninguém, Martin - deu de ombros enquanto a porta do elevador abria.

Até agora eu não sabia o que havia acontecido entre Sarah e Nick depois daquele jogo de vôlei, mas a situação parecia mais leve. Os dois conversavam, riam e pareciam... normais demais, afetuosos demais e isso definitivamente era muito estranho.

Não tive a oportunidade de ficar sozinho com Nick, justamente pela semana corrida, e como almoçamos todos juntos todos os dias, não havia abertura para perguntar algo assim, e de fato não me considerava com proximidade o suficiente para perguntar para Sarah. Mas como sou curioso, acabei perguntando para Emily se ela sabia de algo, pro meu azar, Sarah também estava em silêncio.

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