Creep - RADIOHEAD.

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"But I'm a creep, I'm a weirdo

What the hell am I doing here?

I don't belong here

She's running out again"





Eu praticamente fui obrigado a ir aquele pub que se chamava Blue Dog.

Pra variar um pouco eu não conhecia nenhum ponto de referência, então fui tratado como criança, e Emily foi designada para me buscar em minha casa.

Me senti bem constrangido com isso, mas por ser ela, não recusei. Gostava da companhia dela.

Estava marcado para ela chegar às sete, e como ainda eram pouco mais de cinco, não havia saído do sofá. Sai do trabalho às quatro e fiz a minha hora de academia, fazia uns quatro minutos que eu estava estirado em meu sofá.

Aquela semana havia sido bem cheia, fiz um projeto incrível de um prédio que eu, sem dúvida, moraria, conferi muitas vezes para ver se nenhuma exigência estava sendo quebrada ou modificada, e quanto ao design do prédio, fiquei um bom tempo trabalhando nele, apagando e refazendo muitas e muitas vezes.

Modéstia a parte havia ficado incrível, espero que o cliente achasse isso também. Mudei minhas consultas na psicóloga para quarta-feira, o único dia da semana que eu não ia à academia. Ficaria mais leve assim.

Estava suando demais e apenas dando uma descansada mínima antes de ir para o banho. Tirei a camisa a colocando em meu colo, aumentando o ar condicionado. Napo logo se deitou em cima da camiseta suada soltando seu baixo "miau" quase como um "oi, humano".

Fechei os olhos respirando fundo ficando alguns minutos assim, com certeza aquele calor infernal dali me fazia ficar mais cansado do que eu costumava ficar depois de fazer os mesmos exercícios pelo mesmo tempo em Londres.

Levei um pequeno susto quando a campainha tocou. Levantei pegando Napo no colo, ele estava dormindo, se eu o colocasse no chão ele ficaria muito bravo.

Abri a porta.

— Olá.

Franzi o cenho. Não achei que fosse possível, mas ela estava ainda mais linda do que eu me acostumei a ver. Costumava ser discreta no trabalho, mas ao ver aquele batom vermelho, a maquiagem preta em volta dos olhos, a calça jeans cintura alta junto com saltos pretos juntamente com uma camiseta de renda branca soltei um leve sorriso.

Ela estava linda.

— O-oi — eu disse.

Seus olhos desceram do meu rosto até meu peito e ela sorriu. Olhei para baixo lembrando que estava sem camisa, mas para minha sorte não era meu corpo que ela olhava, era um certo gato dorminhoco.

— Cheguei em má hora?

— Não, não — neguei e dei passagem para ela entrar — eu só... — arregalei os olhos ao olhar para o relógio, eram dez para as sete.

A fechada de olhos foi uma cochilada e eu nem percebi?

— Nossa, me desculpa, eu cheguei da academia e nem vi o tempo passar — eu disse envergonhado — me arrumo rápido, prometo.

Ela sorriu.

— Tudo bem, pode ir com calma — ela disse sorrindo.

— Eu te cumprimentaria direito, mas estou suado — eu disse e ela riu — bom, sente-se, fique à vontade, prometo que não demoro.

Ela assentiu chegando perto de mim olhando fixamente para Napo.

— Ele é lindo — ela me olhou — Napoleão?

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