Cold Hearted Man - AC/DC.

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"Cold hearted man
One time lover heart in his hand
Cold hearted man
And you can't trust nothing
You don't understand
Cold hearted man
Cold hearted man"


P.O.V Emily:

Abri a porta do carro suspirando. Olhei rapidamente o relógio em meu pulso e arrumei a bolsa no ombro entrando pelas portas de vidro automáticas.

Aquele hospital estava cheio de gente andando de um lado para o outro, alguns médicos, muitos pacientes aflitos.

Aquilo tudo que você já espera em um hospital.

Demorei um tempo maior que o necessário na recepção, porque aparentemente eu e a mulher da recepção compartilhávamos do mesmo nível de paciência no momento. Ou melhor, mesmo nível de falta de paciência.

Depois de localizarmos Charlie Martin em seu devido leito, demorou mais alguns minutos para eu ser liberada para vê-lo e "trocar de turno" com Nick.

Entrei devagar no quarto de Charlie e olhei para os dois seres humanos ali presentes. Os dois estavam desacordados.

— Pode ir, Nick — o cutuquei enquanto ele dormia na poltrona ao lado da cama de Charlie de forma tão pesada que poderia estar babando apoiado no próprio braço.

Nick abriu os olhos e piscou repetidas vezes se localizando. Olhou o relógio vendo que já eram duas horas, ou seja, hora que havíamos combinado para eu "assumir".

— Não creio que dormi cinco horas — ele se levantou devagar — tudo bem, loira?

Assenti soltando um leve sorriso.

— Vai terminar seu projeto antes que Steve nos mate — eu disse.

— Ok — ele assentiu pegando sua carteira a botando no bolso se virando para olhar para Charlie rapidamente — nos avise se acontecer algo com ele.

Assenti evitando olhar para aquele idiota. Eu estava bem brava, tanto por ele ser um idiota, quanto por esse idiota me deixar preocupada.

Sentei colocando minha bolsa no chão.

Respirei fundo olhando para a porta e depois olhei para Charlie.

Todo entubado, com aquele avental ridículo de hospital, o rosto inexpressivo assim como a maioria das vezes.

Estava daquele jeito há um dia e algumas horas, pelo menos desde que eu soube. Sua mão estava caída pela beirada da cama e sua cabeça levemente inclinada para o lado.

Olhei sua mão e mordi o lábio a segurando.

— Espero que você acorde só para eu poder te xingar até não aguentar mais ouvir o som da minha voz.

Segurei sua mão com mais força, ele tinha que sentir que tinha alguém ali pra ele, porque como Jackson disse, Charlie não tinha ninguém para amá-lo.

Mesmo extremamente brava com aquele ser humano, eu estava ali para o que ele precisasse.

Acariciei sua mão sentindo que a mesma estava gelada, Charlie sempre era quente, e muito bom de dormir apoiada, apenas uma informação.

* * . *

Não pensei que eu acabaria dormindo em plenas duas horas da tarde em uma poltrona desconfortável, mas naquela noite eu não havia dormido nada bem, estava estressada com a situação no geral e com medo de Charlie ficar com alguma sequela, ou seja lá o que for.

Eu era arquiteta, não médica.

Só acordei quando uma mulher veio fazer alguns "exames" em Charlie, estava tentando acordar quando a mulher disse o que eu queria ouvir:

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