Lady, running down to the Riptide

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  Oi gente, eu voltei, agora sim com o último capítulo dessa short fic. Foi uma experiência boa compartilhar minhas ideias, e ver que as pessoas apreciaram isso, essa é minha despedida ao melhor casal possível, obrigada de verdade. Espero que gostem, recomendo ouvir Riptide do Vance Joy, nesse capítulo.

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  Amelie abriu os olhos, a luz do Sol passava pelas cortinas, invadindo suas pupilas. A francesa respirou fundo, olhando para o lado, onde uma serena Bárbara dormia, durante os anos a jovem loira se acostumou a dormir até tarde, já Amelie acabou por criar o costume de acordar cedo.

A francesa mordeu o lábio inferior, tentando conter um sorriso, mesmo que tenha se passado três anos desde que elas se tornaram namoradas, e dois desde que começaram a morar juntas, Amelie nunca ia se acostumar com a beleza única da loira, seu rosto ainda era gentil e forte, às cicatrizes ao redor dos olhos só eram visíveis de perto, mas sempre lembravam Amelie da coragem da loira. Todos os dias em que ela acordava ao lado da ainda jardineira, mesmo que fosse em um motel barato do outro lado do mundo graças a uma missão, ou na sua cobertura, seu lar construído aos poucos, a mesma sensação de amor que quase não cabia no peito a preenchia.

Amelie amava tudo sobre Bárbara, seus defeitos, suas inúmeras qualidades, o jeito que sua juba loira sempre estava selvagem, ou o jeito que seus olhos falavam melhor que qualquer palavra, amava o seu toque e seu sotaque que nunca sumiu mesmo morando na cidade grande. A francesa amava a loira e sabia que era aquele o momento certo, hoje seria o grande dia. O aniversário do dia em que saíram de Tipora, criou-se uma tradição, todos os moradores, sobreviventes, se reuniam para um jantar, era uma comemoração, por ter sobrevivido, e enfrentado o desconhecido.

Amelie escolheu aquele dia, um dos favoritos de Bárbara no ano, pois ela via seus antigos conhecidos e se reunia para lembrar dos bons momentos, para oficializar um pedido que ela queria fazer fazia tempo.

A francesa apreciou o despertar da companheira, vendo sua respiração mudar de ritmo e seus olhos piscaram sonolentos.

–Bom dia 'ma fleur...–A garota bocejou levemente antes de responder.

–Bom dia 'abeille...–Bárbara sorriu com o apelido, beijando a bochecha da namorada levemente quando viu o descontentamento em sua expressão.

–'Ma fleur por que você continua com isso? Vai fazer o que... três anos?–Amelie reclamou, se lembrando claramente de como aquele apelido surgiu. Foi no primeiro encontro delas na cidade, era um dia de Sol então Amelie convidou Bárbara pra ir ao Jardim Botânico, a loira amou, e elas fizeram um piquenique; porém a francesa começou a ser perseguida por uma abelha, graças a margarida em seu cabelo, Bárbara perguntou o nome do inseto em francês, e acabou achando parecido com o nome da namorada, no começo ela chamava só para implicar com a francesa, mas acabou se tornando um costume.

–Eu sei que você gosta que eu te chame assim 'abeille...–Bárbara soltou um riso, Amelie não iria mentir, o jeito que o sotaque de Bárbara modificava a palavra fazia o coração dela acelerar, mas ela nunca admitiria.

–Não 'ma fleur é vergonhoso lembrar que eu corri de uma abelha e você ficou tirando sarro de mim ao invés de ajudar!–A mais velha jogou um braço sobre os olhos em um gesto dramático. A bolha do casal foi estourada pelo telefone de Amelie tocando, um toque muito específico, era a Ordem Paranormal.–Sério? Eu mal acabei de acordar...

A mulher levantou, atendendo a ligação, se tratava de algumas novas informações de uma possível localidade com Membrana enfraquecida, a jovem agradeceu seu companheiro de equipe, desligando em seguida. Sabendo que se voltasse para cama nada iria tirá-la de lá, a francesa começou sua rotina, Bárbara continuou lá, dormindo ou criando coragem pra levantar.

Duas Margaridas-Bárbara e AmelieOnde histórias criam vida. Descubra agora