O que aconteceu na noite passada

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  Eu tô viciada nesse casal, mas infelizmente não tem muita fic então vou continuar postando quando tiver ideias. Esse capítulo se refere a noite anterior ao capítulo passado. No RPG se passa no episódio 2.

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  O grupo de jovens sussurava o acontecimento do dia no hall de entrada, todos exaustos e assustados.

–Eu adoraria continuar fofocando sobre isso mas eu realmente preciso de um banho.–Amelie interrompeu cansada, o dia foi difícil.–Até porquê diferente do Olivier eu não tomo um banho por mês.

–Ei! Eu tô aqui.–Olivier protestou.

–Mas não negou!–A mais velha provocou de volta dando a língua e fazendo Olivier rolar os olhos em tédio.

–A 'Melie têm razão. A gente precisa descansar.–Bárbara estava exausta, ela pode não ter se ferido gravemente mas a preocupação com seus amigos e a discussão com sua mãe lhe deu uma enxaqueca.

–Eu não sei vocês, mas eu preciso achar um banheiro.–O sotaque francês de Amelie parecia ainda mais carregado enquanto a mulher ia se afastando.–Alguém quer me ajudar? Eu não quero sair explorando a mansão do capeta sem ninguém.

–Eu vou com você. Não é bom mesmo a gente sair por ai sozinhos.–A loira sorriu levemente para o comportamento dramático da francesa. E Amelie só conseguia pensar como era fofo o jeito que Bárbara enrolava os R's em seu sotaque interiorano.–Afinal foi minha mãe que te deu esse presentinho.

–Ela é uma senhora muito agradável 'Bárbarra.–A de cabelos brancos comentou irônica, falando o nome da loira errado de propósito. A dupla seguiu em silêncio, Milo e Olivier se sentaram em um dos enormes sofás da entrada para esperar.

  As duas mulheres subiram a escada, ambas em silêncio, a luz esverdeada cobria o ambiente ao seu redor quando chegaram ao segundo andar.

–Você pegou a chave né?–Bárbara questionou recebendo um aceno positivo.–Alguma dessas porta deve abrir.

–Eu arrombo se não abrir!–Amelie exclamou impertubável, e sua expressão não apontando uma brincadeira fez Bárbara se questionar se aquilo era mesmo uma piada.

Em alguns minutos, portas e xingamentos (por parte de Amelie, Bárbara só dava risadinhas baixas do comportamento da amiga) depois, elas acharam um banheiro amplo, a cerâmica branca com padrões pretos reluzia sob a luz do lampião. A banheira com ducha ficava atrás de uma cortina preta.

–Pronto 'Melie. Eu vou te esperar no quarto.–Bárbara estava prestes a sair quando uma mão no ombro a interrompeu.

–Será que você pode ficar? Sabe tem uma cortina e você pode ficar virada para porta, eu... só não quero ficar sozinha, prometo que vou ser rápida.–Amelie falou, seu tom descontraído foi sumindo aos poucos, a francesa usava o humor e sarcasmo como proteção, mas naquele momento a única coisa que queria era companhia. Ao ver os olhos mel se arregalarem Amelie se desesperou, achando que deixou a outra desconfortável.–Esquece, foi uma idéia idiota, eu não preciso de uma babá por que tô com medo da que não pode ser mencionada e...

–Não 'Melie, eu vou fica com você.–A loira interrompeu o divagar da outra, notando que ela havia interpretado sua expressão envergonhada e surpresa como desconfortável.–Na verdade eu não tava com coragem de fica sozinha no escuro com a coisa ruim vagando por ai.

–Obrigada amiga. Prometo que não vou demorar.–A francesa sorriu e deixou o lampião sobre a pia, seguindo até o outro lado do banheiro, Bárbara corou violentamente quando a outra começou a tirar seu macacão e virou para a porta, seus pés latejavam, então ela aproveitou para se sentar com as pernas cruzadas no chão enquanto tentava tirar os pensamentos de uma Amelie pelada do outro lado da sala de sua imaginação.

O som da encanação a muito abandonada trabalhando indicou que a água funcionava pelo menos. A água escorrendo e um cantarolar baixo de Amelie foi a trilha sonora de uma Bárbara muito nervosa tentando afastar o calor de suas bochechas. Alguns minutos depois a mais velha terminou seu banho, amaldiçoando baixo quando notou que as toalhas ali não eram usadas a vinte anos. Preferindo não arriscar, a francesa só relocou sua habitual roupa, se sentindo muito mais leve após um banho. Bárbara já esperava em pé após ouvir o som do chuveiro parar.

–Terminei.–Amelie colocou a mão levemente sobre o ombro da outra, que se virou, o silêncio permaneceu como um véu quando os olhares se encontraram. Nenhuma das duas sabia o que aconteceu, mas o ambiente á meia luz, a intensa troca de olhares, para Bárbara o jeito que a pele de Amelie reluzia na luz ainda com gotas perdidas do banho, para outra o olhar perdido de Bárbara e seu cabelo dourado que emoldurava perfeitamente seu rosto, que agora que olhava de perto, era salpicado de sardas, como estrelas no céu noturno. O clima prosseguiu e as figuras se aproximaram, até conseguirem sentir a respiração uma da outra perto. Amelie não conseguiu mais se segurar e beijou a mais baixa, Bárbara ficou surpresa, o contato primário dos lábios macios em seus ressecados e as cócegas que o cabelo molhado de Amelie fizeram em sua bochecha tiraram a loira de órbita por um segundo, antes dela voltar e retribuir o beijo com tudo de si. O toque singelo se transformou em algo profundo, algo como compreensão que só duas pessoas que passaram por momentos difíceis juntas entenderiam. Amelie só se seu conta da sua situação quando sentiu os braços rodeando seu pescoço, ela abriu os olhos e se afastou respirando fundo.

–'Bárbarra, me desculpa.–Antes que Bárbara pudesse retrucar a outra, uma batida na porta interrompeu as duas.

–Amelie, Bárbara? Vocês estão bem?–A voz de Oliver saiu do outro lado da porta, fazendo com que a dupla de garotas saísse, vendo os dois rapazes esperando com olhares preocupados.–Vocês estavam demorando.

–Pode nem tomar banho em paz nessa caralha! Quando não é a maldita é tu Olivier.–A mais velha do grupo tentou esconder sua vergonha e arrependimento com uma provocação.

Alguns minutos depois, o grupo desceu, se despedindo e prometendo conversar pela manhã, Bárbara não conseguiu ficar sozinha novamente com Amelie para esclarecer as coisas que aconteceram, mas seu único pensamento enquanto via a dupla acenar do hall de entrada era que ela falaria com a francesa pela manhã.

Já Amelie foi dormir com a preocupação de perder sua nova amiga por um engano, mas não se arrependendo de tê-la beijado, ainda sentindo o toque fantasma em seus lábios que lhe acompanhariam em seus sonhos naquela noite.

Duas Margaridas-Bárbara e AmelieOnde histórias criam vida. Descubra agora