Minha Primavera

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"A melhor maneira de agradecer por um belo momento é desfrutá-lo plenamente."

-Richard Bach

Juno pensou ao ver Haru a sua frente, dançando sob aquela luz azulada e arroxeada, trazendo átona seus olhos pequenos e brilhantes como Ônixes.

Seus pelos brancos agora tinham uma outra cor.

Roxo combinava com o rosa claro de seu vestido, certo? Em Haru tudo combinava então já tinha sua resposta.

Juno absorve o ar e, mesmo que houvesse uma mistura de aromas, aquela carnívora só conseguia sentir Ela. Morango com suor e tesão, o melhor perfume que podia imaginar.

Suas minúsculas e albinas mãos tocavam seu próprio corpo com delicadeza, fazendo parte da dança sensual e magnética da boate, traçando um caminho pecaminoso do meio de seus seios até seu apolíneo ventre.

Enquanto dançava enfeitiçada pela sensualidade da herbívora, a loba passa a língua em seus lábios e sente o meio de suas pernas pulsar com desejo, seu íntimo molhou e sua boca também.

A coelha tentou falar alguma coisa, mas sua voz era baixa demais para ser escutada naquele montante de gente.

Sua voz era o que Juno mais queria ouvir.

A presa se aproxima, levanta as mãos e a predadora abaixa até sentir as mãos Dela em seus ombros.

Haru arfa em sua orelha e dá uma minúscula pausa, fazendo a loba se arrepiar e suas mãos irem até a cintura da mesma.

-Se for pra me comer, que não seja apenas com os olhos.

A coelha se desvencilha da mais alta e some em meio aquele mar de gente.

Era para caça-la e assim a carnívora o fez.

O "belo momento" era Ela, deveria Aproveita-la.

Seguindo seu cheiro e sua curta respiração, quase tão inaudível quanto seus leves passos. Era incrível como Ela a fazia se sentir agitada por todos os poros e fios. Ela era linda e enigmática, tão bela quanto a primavera mas tão quente quanto o verão.

Ali Ela estava. Encostada na porta de uma cabine do banheiro, com os braços atrás e os pés meio cruzados. Aquela feição maldosa, um meio sorriso puxado mais para um lado e a cabeça pendida pro outro, fazendo seus brincos rosas de ursinhos e flores balançarem.

Linda.

-Veio retocar a maquiagem?

A predadora pergunta se andando pra sua frente, com luxúria nos olhos, seus passos pesados eram observados com atenção pela menor e essa sorri mais ainda.

-E você veio me observar?

Juno se aproxima e se agacha lentamente, depositando o antebraço sobre a cabeça da herbívora e chegando mais perto dos lábios afeminados.

-Se fosse só isso... Você estaria salva.

Haru sente seus pelos arrepiarem e seu coração acelerar mais rápido que o normal, como se fosse seu primeiro encontro e primeiro beijo, mas não era nada disso, o fator era Juno. A loba de olhos lilases

A coelha avança ao pote com sede, a beijando com necessidade e experimentando pela primeira vez a energia daqueles corpos tão opostos, lábios com gloss e línguas adocicadas, cheiro feminino e feromônios sutis.

Elas eram elAs.

A coelha acaricia a nuca da carnívora com fervor e rapidamente é correspondida com mãos alheias em seu pequeno corpo, apertando sua cintura e bunda com tamanha delicadeza que contestou se Juno fosse uma lupina mesmo.
Ela não queria quebra-la.

-Você é tão linda, minha Primavera.

A mais alta diz entre o beijo perigoso. A loba a tinha denominada do jeito que só ela conseguia fazer. Por isso ambas se entregam aquele sentimento mútuo e adentram a cabine do banheiro com velocidade. Juno lhe senta na tampa do vaso e abre suas pernas brancas com modo, ficando entre elas enquanto beijava a herbívora com sede, com desejo de fazê-la gemer por mais, assim como vários e várias fizeram.

Sua mão direita, com unhas cortadas, percorre a barriga da pequena e chega em sua calcinha de renda.

-Aa~ Juno ~

Morde fracamente os lábios da carnívora e a sente pressionar seu clitóris.

-Humm~

Dessa vez, morde os próprios lábios afim de abafar as lamúrias destinadas aos ouvidos da maior, na qual não se agrada nem um pouco e por isso volta a beija-la, começando a brincar com seu íntimo molhado, abaixando a parte superior do vestido e esboçando os peitos albinos de Haru. Eram pequenos e não muito proporcionais, eram tão lindos que Juno salivou e sua vagina enxarcou.

-Por favor... não se contenha.

A maior diz lambendo seus lábios e indo para o pescoço de sua caça, mordiscando com cuidado mas com vontade absurda de provar aquela carne.

-Só se você...

A pequena mulher sussurra sofrido, se esforçando para não falhar a voz e entregar seus gemidos tão facilmente.

-...fizer o mesmo.

Seus olhos se encontram e ambas se perdem momentaneamente nelas mesmas. Por todas suas vidas, nunca sentiram tamanho vínculo.

Se o amor é fantasia, Juno e Haru se encontram em pleno carnaval.

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