-Você tá ansioso?
Juno pergunta no intervalo das aulas da faculdade, ela sorria com o sanduíche inteiro em suas mãos carnívoras.
-Para que?
A loba de mostra revoltada.
-Ora! "Para que?"! Para o encontro de você e de Legoshi!
Louis suspira mexendo em sua salada esverdeada.
-Nunca estou ansioso.
A amiga franze o cenho.
-Nem nervoso??
-Nem nervoso.
A predadora murmura indignada. O herbívoro realmente nunca ficava alterado antes de um encontro, nunca se sentiu inseguro e nem angustiado com tais coisas, contudo, desta vez ele mentia para a colega, dessa vez o cervo sentia algo estranho em sua barriga e concluiu que era aquilo que era ter inquietação por ter que encontrar alguém desejado. Ele queria rever o lupino, ele queria o ver tocar o violão ou a guitarra com seus longos dedos predatórios, de unhas afiadas e aptidão que Louis inclusivamente não possuía. O herbívoro desejava o vê-lo conversar, ver quando sua boca se abria para dizer algo e seus lábios sem querer mostravam seus dentes cortantes para os outros em volta. O veado vermelho queria escutar sua voz quando conversavam no pub lotado de sexta, mesmo que quisesse ouvi-lo melhor ele também gostava de observar as ações tímidas do lobo no meio de tanta gente, de como curvava sua coluna para se sentir menor e nada ameaçador, o que claramente não era. O cervo queria sentir tudo isso ao mesmo tempo e por esse motivo temia que algo falhasse, que o simples encontro fosse péssimo no único dia em que poderiam se ver.
Pela primeira vez sentiu a necessidade de manter-se próximo a alguém.
O filho de Oguma se sentia um tolo, um vulnerável por perceber que ficou tão afetado por alguém que encontrou apenas uma vez a uma semana.
-Merda.
Louis estava atrasado, ele corria pela calçada da rua escura enquanto olhava seu relógio de pulso e sua frente deserta. Como se já não bastasse o tanto de novidades que lhe caíam, pela primeira vez Louis se arrependeu de ter se metido em tantos projetos da universidade.
Chega em seu destino trinta minutos após o combinado e abre a porta do Pub levemente escuro, caçando rostos que conhecia e um que se atraía, logo acertando em Juno e Haru no bar como da última vez que se viram, elas conversavam e riam entretidas uma com a outra, quem as vissem de longe pensariam que estavam bêbadas de tão enfeitiçadas que estavam.
Fecha a porta e tenta encontrar o motivo de estar ali, não seria tão difícil de encontrar um lobo cinza grande. No entanto, seus olhos castanhos se deparam com um carneiro de pelos brancos com grandes chifres polidos, o sujeito sentado ao lado de Legoshi usava uma blusa frouxa de botões com flores vermelho escuro, uma calça preta folgada com uma fina corrente pendurada e anéis em seus dedos esbranquiçados.
Eles bebiam juntos e conversavam descontraídos na pequena mesa amadeirada, o carneiro sorria para o lobo e este o correspondia de bom grado como se nem ao menos sentisse sua falta, por incrível que pareça o cervo ficou um pouco enraivecido e andou vagarosamente até ambos, tentando se acalmar. Provavelmente era seu ego sendo ferido.
-Boa noite.
Louis diz sorrindo primeiramente para Legoshi e depois para o desconhecido que mantém o sorriso confiante.
-Oh! Boa noite, não te vi chegando.
O carnívoro se levanta surpreso e pega uma cadeira vaga para o cervo levemente indignado.
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Good Friday
RomanceTodas as sextas eles estavam lá naquele Pub, cantando suas próprias músicas e conversando com o cheio público da noite. Louis se interessou pelo lobo e Juno toma iniciativa ao falar com a pequena coelha cantora.