Spin-off: A deusa do destino

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Lembrando que o spin-off começou a ser escrito antes do lançamento da luta de Beel, então só fiz algumas correções e inclusões para por o contexto do passado dele aqui já que se passa no universo original e a aparência de Dália é baseada na imagem acima, a mesma de Lust - cap.3.

Há spoiler leve do anime/mangá no capítulo.
Imagem pertencem a serafleur no instagram.


A deusa Destino


-- "Tempo cretino eu sei que você prometeu não ver mais a minha vida, mas consegue me escutar, então, não seja tão insolente. Quero que deixe Dália me auxiliar."

Sou plenamente capaz de ouvi-la. Tempo não me priva de tais funções, mas não me deixa responder, viver dentro dele é como um vazio onde vaguei por muitos milênios.

É estar contida em tudo e não ter nada, ser a deusa do destino é contemplar eternamente a solidão, é como saber o futuro das pessoas e não poder revelá-los, enxergar o passado sem ter presenciado e principalmente vivenciar o presente sem fazer parte.
Uma existência completamente vazia e triste, onde eu jamais poderei ser feliz.
Respirei fundo constatando a verdade: só posso sair uma vez a cada dez mil anos, isso se, e somente si o tempo permitir.

Minha vida não é minha, meus dons não são meus e muito menos minhas escolhas e eu abriria a mão de tudo isso para viver como uma simples mortal ou um mero deus, afinal a existência deles sempre tem um começo, meio e fim, fechei meus olhos mais uma vez tentando procurar uma brecha a respeito do tempo e foi em vão.

"Dália sabes que é perigosa fora de mim, por isso dentro deve ficar."

Como pode um deus ser tão rudimentar? Respirei extasiada, desde que fui ao submundo ouso dizer que o ato de respirar por si só é divino e eu quero aprender com tais experiências, quero poder ver por mim mesma sem precisar de decifrar três estágios do tempo para compreender e agir, quero ser capaz de sentir, seja dor, alegria ou tristeza, deslizei minhas mãos pelo mais completo nada antes de recordar do meu momento no submundo e depois no Egito onde Anúbis me mostrou seu trabalho foi tão gratificante, mas nada de comparou ao príncipe e suas escolhas para aquela noite:

Eu estava em seu laboratório assistindo seu trabalho em silêncio até que suas mãos enluvadas e sujas de sangue vieram em minha direção, o príncipe descartou o material de suas mãos e puxou a máscara exibindo seu rosto sério.

-- Posso pernoitar com você? -- Pedi sem me importar com a possível negativa e ele me olhou um pouco desconfiado. -- Se for desconfortável irei para o castelo da rainha.

-- Não, mas... -- Eu senti seu receio e antes que pudesse responder, apoiei minha mão sobre a sua fazendo, meu trabalho, li seu passado, seu presente e parei, não quero saber o que ocorrerá em seu futuro. Vi dor e desespero, mas também alegria e um sorriso divino que nunca imaginei que esse deus pudesse ter, tão belo e reconfortante. Por alto conheci sua maldição e desejei saber mais.

-- Não se preocupe com sua maldição, ele não pode me ferir. -- Sussurrei. -- Mesmo se atravessasse meu peito não me mataria, se cortasse minha cabeça fora também não e, no fundo, eu adoraria vê-lo tentar. -- Beelzebub me olhou descrente, porém e a mais pura realidade, afinal não há como matar ou sequer deter o destino.

-- Sua confiança é inacreditável. -- Balancei meus pés e ele me encarou.

-- Não é confiança e sim a verdade, seus amigos foram mortos por sua maldição e aquela que amou também e antes que diga que qualquer deus que conheça a história, ou seja, fofoqueiro demais saberia disso, quero lhe mostrar algo. -- Desci da mesa e caminhei até ele tocando minha destra em seu rosto sereno e fechando meus olhos, ali ele os veria rodando por trás das minhas pálpebras transparente, respirei fundo e sem que ele sentisse deixei minha mão entrar em sua pele alcançando seu córtex cerebral ao abrir meus olhos os dele demonstravam espanto enquanto lhe mostrei seu futuro.

Destiny | Beelzebub (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora