Capítulo 5

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— Laisse — a vendedora se aproximou e abraçou ela. — Quando você chegou? 

— Margarida — Laisse disse se afastando. — Cheguei faz uns dias e como está o casamento? 

— Uma maravilha, nos amamos cada dia mais. Você precisa ir nos visitar, Gregório amará te ver de novo. 

— Claro, eu vou sim. Mas preciso resolver uns assuntos antes. 

— Você parece um pouco abatida? 

— Estou passando por momentos difíceis, mas isso vai passar.

Laisse sorriu e fechou os olhos rapidamente apertando eles para que não chorasse. 

— Sabe que se precisar pode contar comigo. 

— Obrigada. 

— Em que posso ajudar?

— Preciso de um celular e de um chip novo, o pacote completo. 

— Vem, vamos resolver o seu problema e você me conta as novidades. 

***

Laisse saiu da loja e pegou o carro no estacionamento, ela seguiu até uma rua menos movimentada e desligou o motor.

Ainda não sabe como conseguiu sair da Mina sem o Richy, ainda se lembra de cada palavra que disseram um para o outro. Da despedida e da dor que ela sentiu ao ter que deixá-lo para trás. 

Laisse aguardava pela mensagem com o seu novo número, ela ligou o rádio e encostou a sua cabeça no banco fechando os olhos.

Alguns minutos depois seu novo número já estava disponível.

Laisse pegou a bolsa e a abriu, mas não chegou a colocar o celular dentro, pois ela viu a carta de Hannah que seus pais haviam escondido dela. 

Sem tirar o olho da carta, Laisse colocou o celular no banco do passageiro e fixou seus olhos no papel.

Ela a pegou, deixando a bolsa sob o outro banco.

Laisse deslizou seus dedos sob ela, ela mais do que ninguém estava curiosa para saber o que Hannah havia escrito, mas a outra parte dela estava com medo do que poderia ter ali dentro. 

Provavelmente nada do que Hannah tenha dito fará alguma diferença ou caos na vida de Laisse já que Richy a contou a verdade. 

Laisse deixou a carta em cima da bolsa e ligou o carro dando partida.

Ela voltou para casa, subiu as escadas sem falar com os pais e trancou a porta indo se sentar. 

Laisse pegou novamente a carta, já estava sentada na cama.

Ela a abriu com cuidado, deslizando seus dedos ela a segurou firme, abrindo-a e começando a ler cada palavra com total atenção. 

“Nós conversamos bastante antes de te mandar essa carta, é estranho dizer — nós — quando, na verdade, estou sozinha escrevendo a. Mas quando digo — nós — estou me referindo a Amy Bell Lewis e eu Hannah Donfort.”

Laisse não achou que a carta escrita por Hannah a faria se sentir assim, como se de repente tudo que ela conhecesse e soubesse fosse uma mentira e talvez fosse, talvez tudo fosse uma farsa.

Como pode Laisse se sentir vulnerável com as palavras de Hannah se já sabe toda a história?

Lai não tinha essa resposta, mas as palavras de Hannah a feriram ainda, sim, ela se sente machucada, mas algo na carta de Hannah a fez ler e reler algumas vezes. 

A noite Laisse estava na janela do seu quarto olhando para a vizinhança, a rua estava quase vazia. 

Os pais dela resolveram sair para um jantar com alguns amigos — era aniversário do casal.

Para Sempre Minha Garota |FINALIZADA|Onde histórias criam vida. Descubra agora