Amor Paradoxo- Draco Malfoy

capítulo 25

Hannah entra na comunal já chorando, ela odiava chorar na frente de outras pessoas, e provavelmente a sala estaria completamente vazia. Seus soluços são interrompidos por alguém chamando seu nome.

-Hannah?- ela enxuga o rosto rapidamente. Era Theodore.

-O que tá fazendo acordado?- diz tentando disfarçar.

-Te esperando.

-Me esperando? Uma hora dessas?

-Pra estudar!- ele levanta o livro de poções.

-Ah... Eu me esqueci.- ela põe as mãos no cabelo.- Eu estava cumprindo a detenção com a Umbridge.- diz se jogando no sofá.

-Agora entendi o choro.- diz rindo.

-Briguei com o Harry...

-Brigou?!

-Por causa do que Hermione disse...- ela diz abrindo o livro.

-E o que ele disse?

-Nada, eu nem quis ouvir.

-Talvez ele se explicasse.

- Explicar o que? Que ele concorda com tudo que a Hermione disse? Draco tem toda razão, eu devia abrir meus olhos.-Nott da uma pequena risada.- Do que tá rindo?

-Achei que odiasse o Draco.

-Eu não odeio, só não... Me simpatizo tanto.- diz escondendo o rosto com o livro.

-Tá legal.- ele ri a tira os livros das mãos da garota.-Acho que está bem tarde, devia ir dormir.- ele se inclina na direção de Hannah. Ela nunca tinha reparado assim tão de perto, aqueles olhos profundos... As sombrancelha grossas...
Seu olhar saiu de seus olhos, para sua boca, e ele foi se aproximando, Hannah até pensou em recuar, mas permaneceu onde estava. Ele segura sua nuca, enfiando os dedos em seu cabelo, a beijando lentamente.
É claro que Hannah já havia beijado outros garotos antes, mas nunca havia ficado sem reação, nem sentido um frio na barriga.
Ele separa o beijo e olha fixamente em seu rosto.

-Até amanhã Potter.- ele se levanta para voltar ao dormitório, mas antes, lança um último olhar a Hannah, ele estava visívelmente sorrindo.

Hannah permaneceu ali, estática. Ela beijou um garoto que acabara de conhecer havia menos de três dias.
Ela deposita a mão na boca.

-Que foi que aconteceu Hannah?- pergunta a si mesma.

Ela continuou pensativa por uns minutos, e se dirigiu ao quarto.
Tentou entrar sem fazer barulho, mas Pansy estava acordada.

-Hannah?

-Oi.

-Como foi, na detenção?

-Ah, ela só... Me pediu pra escrever umas coisas.- Pansy se senta na cama de Hannah .- Ela não vai acordar?- diz se referindo a Daphne.

-Ah não, ela dorme feito pedra.- faz uma pausa.- Você está... Com um perfume masculino, não me é estranho...

-O que? Não, eu... Nem passo perfume...

-Aé? É o cheiro do Theodore.- Hannah engasga.- Você tá bem?

-Estou...- diz se trocando.

-Aconteceu alguma coisa? Você parece...

-Aconteceu!- ela diz esbaforida.- Theodore me beijou!

-O QUE?!

-Faz silêncio!

-Como assim ele te beijou?!- diz num tom mais baixo.

-Beijou ué!

-E só isso?

-Eu conheço ele a menos de três dias... Eu não esperava esse beijo, muito menos outras coisas!

-Quero só ver a cara do Ma...- ela se autorrepreende.- Bom ah... Vamos dormir não é? Amanhã o dia vai ser longo, boa noite Hannah.

-Boa noite.- Ela responde se deitando na cama.

------------------------

Já era quase hora do café e as meninas já haviam saído, mas Hannah não tomou coragem para se levantar. Ela havia acordado muito tempo atrás, dormira muito mal, sem contar os cortes em sua mão, que arderam a noite toda. Passou boa parte do tempo pensando sobre Theodore, o que o havia levado a beijar Hannah? Ele é o tipo de pessoa que se sente atraído assim tão fácil? Ele sentia algo por Hannah? Isso era impossível, afinal, se conheciam haviam apenas três dias, não havia como.

Depois de muito custo ela se levantou, trocou a roupa, não fez muita questão de arrumar tanto o cabelo, calçou os tênis e pegou a mochila. Sua esperança era de que não houvesse ninguém na comunal, mas ela não teve essa sorte.

-Ei,Potter!

-Que é dessa vez Malfoy?

-E a detenção?

-Pra o que quer saber hein? Não é nada da sua conta.- ela sai da comunal.

Ao chegar na porta do salão, seu estômago começa a revirar, a ideia de se encontrar com Theodore depois do beijo a deixava nervosa. Ela por fim, entrou, estava morta de fome.
Hannah se aproxima da mesa da sonserina, respirando fundo, e finalmente se senta.

-Ah... Bom dia.

-Bom dia- Pansy responde alegre, mas Theodore não diz uma única palavra. Pansy a olha com ar de interrogação e Hannah dá de ombros.
Ela toma seu café tranquilamente, até que Theodore se levanta, ainda sem dizer nada.

-Que é que aconteceu com ele?

-Eu não faço ideia.- Pansy responde.-Ele está agindo como se nada tivesse acontecido.

As duas terminam o café, e seguem para a aula.

------------------------------

Hannah foi uma das melhores em Transfiguração, apesar de não ter praticado nenhum dos Feitiços de Desaparição. Teve de abrir mão da hora do almoço para terminar o desenho do tronquilho e, nesse meio-tempo, as professoras McGonagall e Grubbly-Plank passaram mais deveres que ela teria de terminar tarde da noite, por causa de sua segunda detenção com a Umbridge.
Theodore não falou com ela o resto do dia.

A segunda detenção foi tão ruim quanto a anterior. A pele nas costas da mão de Hannah se irritou mais rapidamente, e dali a pouco estava vermelha e inflamada. Ela achou pouco provável que os cortes continuassem a sarar com tanta eficiência por muito tempo. Logo, o corte ficaria gravado em sua mão e Umbridge, talvez, se desse por satisfeita. Mas Hannah não deixou escapar nenhuma exclamação
de dor e, do momento em que entrou na sala ao momento em que foi dispensada, novamente após a meia-noite, ela nada disse além de "boa-noite" ao entrar e ao sair.
Também não estava falando com o irmão, oque não fazia muita diferença.

Sua vontade era chorar corredor afora, contar a Snape, aquilo era tortura! Sua mão doía e ardia absurdamente. Ela estava arfando, o contato com o ar gelado piorava, era uma dor insuportável. As costas de sua mão continha um enorme inchaço. Com muito custo ela conseguiu chegar na comunal, assim que passou pela porta despencou, a dor era tanta que caiu de joelhos no tapete, com a respiração pesada.

-Potter?- foi a última coisa que ela ouviu, antes de apagar.

------------------------------------------------------------