Capítulo 36

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Hannah não sabia como começou a discussão entre Hermione e Luna, e também não estava entendendo muita coisa.

-Hem, hem – fez Gina, numa imitação tão perfeita da Profª Umbridge que várias pessoas se viraram assustadas, mas em seguida caíram na gargalhada. – Nós não estávamos decidindo quantas vezes vamos nos encontrar para tomar aulas de defesa?

-Estávamos – disse Hermione na mesma hora –, sim, estávamos, você tem razão, Gina.

-Bom, uma vez por semana parece legal – sugeriu Lino.

-Desde que... – começou Angelina.

-Tá, tá, o treino de quadribol – disse Hermione em tom tenso. – Bom, a outra coisa é decidir onde vamos nos encontrar...

Isso já era mais difícil; o grupo todo se calou.

-Na biblioteca? – sugeriu Katie Bell, após alguns instantes.

-Não consigo imaginar Madame Pince muito satisfeita vendo a gente fazer azarações na biblioteca– disse Harry.

-Talvez uma sala fora de uso? – sugeriu Dino.

-É – concordou Rony. – Talvez a McGonagall nos ceda a sala dela, já fez isso quando Harry estava praticando para o Tribruxo.

Mas Harry tinha certeza de que, desta vez, McGonagall não seria tão cordata. Apesar de tudo que Hermione dissera sobre a legalidade de estudos e trabalhos em grupo, ele tinha a nítida impressão de que esta atividade poderia ser considerada muito mais rebelde.

-Certo, vamos tentar encontrar um lugar – disse Hermione. – Mandaremos um recado para todos quando tivermos acertado a hora e o local do primeiro encontro.

Ela vasculhou a bolsa e tirou um pergaminho e uma pena, então hesitou, como se estivesse criando coragem para dizer alguma coisa.

-Acho... acho que todos deviam escrever seus nomes para sabermos quem está presente. Mas acho também – e inspirou profundamente – que todos devemos concordar em não sair por aí anunciando o que estamos fazendo. Então, se vocês assinarem estarão concordando em não contar a Umbridge nem a mais ninguém o que pretendemos fazer.

Fred estendeu a mão para o pergaminho e o assinou com animação.

-Hum... – disse Zacarias lentamente, sem receber o pergaminho que George tentava lhe passar –, bom... tenho certeza de que Ernesto vai me avisar quando souber da reunião.

Mas Ernesto parecia bem hesitante em assinar, também. Hermione ergueu as sobrancelhas para ele.

-Eu... bom, nós somos monitores – desabafou. – E se descobrirem essa lista... bom, quero dizer... você mesma disse, se a Umbridge descobrir...

-Você acabou de dizer ao grupo que era a coisa mais importante que você ia fazer este ano – lembrou-lhe Harry.

-Eu... certo – disse Ernesto –, acredito realmente nisso, só que...

-Ernesto, você realmente acha que eu deixaria essa lista largada por aí? – perguntou Hermione, irritada.

-Não. Não, claro que não – disse Ernesto, perdendo um pouco da ansiedade. – Eu... é claro, vou assinar.

Ninguém mais fez objeções depois de Ernesto.Quando a última pessoa – Zacarias – assinou, Hermione recolheu o pergaminho e guardou-o com cuidado na bolsa. Havia um clima estranho no grupo agora. Era como se tivessem acabado de assinar uma espécie de contrato.

-Bom, o tempo está correndo – disse Fred com vivacidade, ficando em pé. – George,Lino e eu temos uns artigos de natureza delicada para comprar, veremos vocês depois.

Novamente em trios e pares, o restante do grupo também se despediu.

-Harry...- Hannah chama sua atenção.- Você tem certeza?

-Bom, acho que tudo correu bastante bem –se intrometeu Hermione enquanto eles saíam do Pub para o dia ensolarado, alguns minutos mais tarde.

-Onde fica o Três vassouras?- Hannah pergunta ao irmão.

-Subindo a rua, virando à esquerda. A placa é enorme, não vai se enganar.

-Valeu...- ela espera o trio sumir de sua vista para continuar seu caminho, queria encontrar Theodore o mais rápido possível.

Ela sobe o estreito caminho de pedras, ansiosa.

-Espero que isso dê certo, Harry parece convencido.- ela passa por um beco e alguém a puxa pelo braço. Rapidamente Hannah saca a varinha e aponta para a pessoa em sua frente.- Por que fez isso? Ficou maluco?- ela se alivia ao ver quem era,mas não guarda a varinha.

-Não posso falar disso com você no meio das pessoas, elas ficam no seu pé o tempo todo.- diz ajeitando a gola da camisa.- E abaixa essa varinha.- ela coloca a mesma dentro da roupa, mas ainda desconfiada.

-O que você quer Malfoy?- ele parece sem resposta por alguns segundos. Hannah se irrita e decide sair.

-Onde vai?

-Encontrar o Theodore.

-Por que?

-Por que eu gosto dele.

-Você não gosta dele...- diz amargamente.

-E quem disse que não ?

-Eu sei que não.

-Estou vendo...- Hannah diz com sarcasmo.-Por que não vai se encrencar por aí? Curtir com a cara dos primeiranistas, provocar o Harry... levar outra pancada de um Hipogrifo, sei lá... não tem nada melhor pra fazer ?

-Dá pra calar a boca?- Hannah cruza os braços.- É sobre... você sabe.

-Você pode continuar fingindo que não aconteceu, resolvido.- diz simples.

-E se eu não quiser?- diz se superiorizando.

-Mas eu quero, Malfoy.- ela ergue as sobrancelhas.

-Quer é?- diz se aproximando.- Quando te beijei não parecia não ter gostado. Você sequer pediu pra eu parar.

Hannah ficou imóvel, pensando em qual resposta lhe daria, enquanto Draco a encarava com um sorriso de canto convencido.

-Não seja imbecil.

-Só está dizendo isso porque sabe que tenho razão.

-O que você sabe sobre mim? Você mal me conhece, como pode tirar conclusões sem...- e pela segunda vez, Draco a cala com um beijo, e como havia dito, Hannah não recua.

Ele apenas para o beijo quando sente estar sem ar. Hannah estava ofegante.

-Como eu disse, você não recusou.- diz ajeitando as mangas da camisa social preta.

-Idiota!- diz saindo do beco.

-E não deixa o seu namoradinho saber.- diz a provocando, e Hannah mostra o dedo do meio.

-Não acredito que eu deixei ele fazer isso pela segunda vez.- resmunga.-Hannah, você não pode deixar... você não pode se envolver com o Malfoy...

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Eu pensei, e gostaria de estabelecer uma aparência exata pra Hannah, as vezes fica difícil pra mim escrever sem ter.

Se tiverem alguma ideia, deixem aqui:

Amor Paradoxo- Draco Malfoy Onde histórias criam vida. Descubra agora