Kim Taehyung era a ovelha negra de sua família. Desde que fora puxado para fora do armário e sido revelado gay, sua vida tinha se tornado uma grande montanha russa descoordenada e não sabia como mandá-lá de volta aos trilhos.
Até um convite de casa...
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Os lábios macios contra os seus ainda era uma marca registrada em seu cérebro e seu coração que disparou desesperadamente após reviver todas as sensações da noite passada.
Taehyung respirava pesadamente ao encontrar Jeongguk virado para o outro lado da cama, encolhido e puxando todos os cobertores para cima de si, a fim de se esquentar mais ainda naquela manhã fria dentro do casarão. O azulado piscava com dificuldade, sentindo os olhos pesarem a cada segundo que continuava encarando o bolo de cobertas que estava ao seu lado.
Taehyung dormiu como uma criança, o colchão estava mais macio do que o comum e acordou na manhã seguinte se sentindo devidamente descansado e disposto para mais um dia — que ele acreditaria estar cheio de coisas para fazer após as memórias da noite passada repassarem na sua mente.
Tinha que sair do quarto e ir até Namjoon, tinha que conversar com seu irmão mais velho sobre tudo o que aconteceu em seu casamento e ainda enfrentá-lo sobre não contar tudo o que aconteceu depois que saiu de casa.
Ele era seu porto seguro, a única pessoa com quem podia contar quando ambos estavam morando juntos com Byul e ela gostava de levar as amigas para uma tarde de chá e biscoitos na residência, sentia que sempre teria Namjoon ao seu lado. Mas pouco tempo depois de sua progenitora iniciar um namoro com o pai de Micha, seu irmão mais velho anunciou que estaria se mudando para o dormitório da faculdade para ter mais liberdade e seu próprio espaço pessoal.
Não magoou Taehyung ao ver seu irmão saindo de casa com um sorriso fraco no rosto, carregando a última mochila nos ombros depois de depositar tudo dentro do táxi. O que magoou o azulado fora os feriados sem Namjoon, a espera por ele no natal e nem sinal do mais velho ao redor da casa.
Foi esperar o Kim todo esse tempo e descobrir que ele estava tendo uma vida boa ao lado de uma pessoa que ele e junto de uma família que lhe aceitava do jeito que era, sem precisar esconder seu verdadeiro "eu" com medo do que iriam pensar.
Taehyung passou a mão pelo seu rosto, querendo sumir com as lágrimas que teimavam rolar até seu queixo e formarem uma pequena gota para cair no conjunto quentinho que Jeongguk tinha o emprestado noite passada. Era só para ele sair do quarto e ir atrás de seu irmão, mas nem isso ele tinha sido capaz já que estava sob os cobertores se controlando para não soltar mais lágrimas após relembrar toda a frustração e tristeza que sentiu ao ficar sem seu irmão mais velho.
Patético, Taehyung pensou fungando alto e esfregando as mangas do moletom no rosto, sentindo a ardência pela rapidez que concretizou o ato. Se levantou calçando a pantufa e fora em direção a porta, arregalando os olhos ao abri-la e encontrar Seokjin pronto para bater na madeira.
— Bom dia. — Murmurou e abaixou a cabeça lembrando de seu choro matinal. — Namjoon já acordou? — Seokjin acenou em concordância mas Taehyung não viu, pois estava mantendo a cabeça na mesma posição. — Por favor, fale.
