Capítulo 4

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Brandon

Paro o carro na porta de casa, desligo o motor, o silêncio preenchendo o ambiente. Isis manteve-se calada o restante do trajeto, olhando para fora do vidro como se a paisagem fosse muito mais interessante do lado de fora. Isso foi um soco no meu ego.

Queria sua atenção, seus gritos, o que fosse, mas não o silêncio indiferente em que estávamos.
Parece que com sangue-frio após o acidente começa a sentir os efeitos dos machucados.

- Deixe-me ajuda-lá?! - ofereço a mão, sendo prontamente agarrada.
- Ainda acredito que deveríamos ter ido ao hospital! - Recebo uma revirada de olhos como resposta.

- Ok! Não está mais aqui quem falou! - Seguimos em direção a porta de entrada, abro e dou passagem para seguir adiante, caminha com dificuldade.

- Desculpe, pela maneira que a agi no carro, eu... não queria ter me exaltado com você. - Suspira, ergue a cabeça para me olhar nos olhos. E mais uma vez meu filhotinho estava lá. A necessidade de tocá-la, me leva a fazer coisas que geralmente não costumo fazer, acaricio seus lábios carnudos com o dedo polegar. O desejo de tomá-lo é quase insuportável.

- Entendo, está sentindo dor, por isso não levarei para o lado pessoal. Ok? - Sorrio zombeteiro, tentando aliviar o clima tenso de minutos atrás.
- Quanta benevolência da sua parte, senhor Harris! - Pisca os cílios teatralmente cedendo a minha tentativa de trégua.

- Você nem imagina o quanto! - Rebato. - Agora venha! Colocarei em prática com você tudo o que aprendi nos escoteiros!
Seguro em sua mão guiando-a até a sala de estar.

- Me diga Senhor Harris. Pretende me amarrar com nós elaborados? - Se divertia às minhas custas.

Imponho meu corpo ao seu, eu ganho em altura, sendo assim ela.
É obrigada a erguer a cabeça para manter contato visual.

Abaixo-me até a altura do seu rosto mantendo seus olhos presos aos meus, passeio com nariz por toda extensão do pescoço cheiroso mesmo após uma corrida - Talvez e só, talvez eu esteja fora mim - Sussurro em seu ouvido.

- Você gostaria disso, não é mesmo? Sua pequena provocadora! Prendo o lóbulo de sua orelha com os dentes sentindo-a estremecer.

- Mas primeiro cuidaremos desses ferimentos. - Me afasto, para assisti-la arfar em busca de ar. E sendo honesto comigo mesmo eu também preciso da distância, porque a qualquer momento ela pode notar a ereção enorme que começa a se formar em minhas calças.

***


Um tanto mais calmo, volto para sala e a encontro sentada confortavelmente no sofá, de olhos fechados e respiração tranquila. Parece dormir.
Entro em alerta, ela bateu a cabeça e desmaiou provavelmente teve uma concussão.

- Isis! - Chamo seu nome apreensivo e em seguida sou presenteado com olhos castanhos brilhantes e um sorriso debochado.

- Sabe que não deveria dormir, bateu a cabeça é perigoso - Ralho.
- Claro Senhor Harris tem razão! - Continua com seu ar brincalhão, que mais parece uma maneira de se esgueirar do que está por vir.

- Pare de me chamar assim! - Me ajoelho no chão entre suas pernas. - Isso não será fácil.

- Ok! Brandon, você quem manda. - Dessa vez é minha vez de suspirar.
Já com todos os aparatos necessários dispostos ao meu lado na mesinha de centro começo o "trabalho". Limpo primeiro todos os arranhões e não são poucos! Eles começam em suas panturrilhas e se estendem dos joelhos para cima. Faço um esforço hercúleo para não agarrar as coxas roliças da maneira como gostaria.

Mulher nenhuma nunca teve tamanho poder de sedução sobre mim. Talvez seja o fato de não estar realmente tentando flertar comigo. Isso pode ter despertado o predador em mim.
À medida que minhas mãos sobem cuidando de cada ferimento, Isis se contorce no sofá. Essa atração estranha parece atingir os dois de alguma maneira.

- Está tudo bem? - Pergunto de maneira inocente, ela faz um gesto confuso com a cabeça.

- Certo, acabei aqui embaixo.-Falo sugestivamente. - Agora vamos ver como estão as coisas por aqui aponto para seu tronco exposto, os seios fartos cobertos parcamente pelo top.

-Acho que posso dar conta agora - Diz quase em desespero, mal controlando a respiração.
- Não, de jeito nenhum! Serei um bom escoteiro e cuidarei de você todinha! - Seria mentira não admitir que gosto da maneira como meu toque deixa seu corpo em alerta.

- Brandon, por favor... - Sua súplica é como música para os meus ouvidos.
- Por favor, o que pequena? Precisa de algo? - Cuido dos ferimentos em seus ombros, apesar da pele morena vejo pequenos pontos arroxeados se formando em toda pele à vista.

- Precisa... - Dou ênfase em minha pergunta apertando seus quadris com força. No mesmo instante o grito de dor me deixa alarmado. - Ahhhh! Agarra-se aos meus ombros.

- Eu... Me desculpe. - afago suas bochechas onde uma lágrima solitária desce. - Sinto-me um merda por colocar minhas necessidades acima das dela.
- Me mostre onde dói? - Peço, sentindo a culpa me corroer por dentro.
- Meu quadril, o lado direito dói muito. - Responde com a voz chorosa.
- Pequena, eu preciso ver ok? Ajudo-a a se levantar do sofá, ajoelhado, puxo seu short para baixo, passando por seus joelhos e pés, jogo a peça num canto qualquer.
Maldita diaba dos infernos! Usa uma calcinha preta rendada, tão pequena que mal cobre a boceta! E se o pouquíssimo pano da frente for o vislumbre da parte de trás estou muito fodido!

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