Brandon
Paro o carro na porta de casa, desligo o motor, o silêncio preenchendo o ambiente. Isis manteve-se calada o restante do trajeto, olhando para fora do vidro como se a paisagem fosse muito mais interessante do lado de fora. Isso foi um soco no meu ego.
Queria sua atenção, seus gritos, o que fosse, mas não o silêncio indiferente em que estávamos.
Parece que com sangue-frio após o acidente começa a sentir os efeitos dos machucados.- Deixe-me ajuda-lá?! - ofereço a mão, sendo prontamente agarrada.
- Ainda acredito que deveríamos ter ido ao hospital! - Recebo uma revirada de olhos como resposta.- Ok! Não está mais aqui quem falou! - Seguimos em direção a porta de entrada, abro e dou passagem para seguir adiante, caminha com dificuldade.
- Desculpe, pela maneira que a agi no carro, eu... não queria ter me exaltado com você. - Suspira, ergue a cabeça para me olhar nos olhos. E mais uma vez meu filhotinho estava lá. A necessidade de tocá-la, me leva a fazer coisas que geralmente não costumo fazer, acaricio seus lábios carnudos com o dedo polegar. O desejo de tomá-lo é quase insuportável.
- Entendo, está sentindo dor, por isso não levarei para o lado pessoal. Ok? - Sorrio zombeteiro, tentando aliviar o clima tenso de minutos atrás.
- Quanta benevolência da sua parte, senhor Harris! - Pisca os cílios teatralmente cedendo a minha tentativa de trégua.- Você nem imagina o quanto! - Rebato. - Agora venha! Colocarei em prática com você tudo o que aprendi nos escoteiros!
Seguro em sua mão guiando-a até a sala de estar.- Me diga Senhor Harris. Pretende me amarrar com nós elaborados? - Se divertia às minhas custas.
Imponho meu corpo ao seu, eu ganho em altura, sendo assim ela.
É obrigada a erguer a cabeça para manter contato visual.Abaixo-me até a altura do seu rosto mantendo seus olhos presos aos meus, passeio com nariz por toda extensão do pescoço cheiroso mesmo após uma corrida - Talvez e só, talvez eu esteja fora mim - Sussurro em seu ouvido.
- Você gostaria disso, não é mesmo? Sua pequena provocadora! Prendo o lóbulo de sua orelha com os dentes sentindo-a estremecer.
- Mas primeiro cuidaremos desses ferimentos. - Me afasto, para assisti-la arfar em busca de ar. E sendo honesto comigo mesmo eu também preciso da distância, porque a qualquer momento ela pode notar a ereção enorme que começa a se formar em minhas calças.
***
Um tanto mais calmo, volto para sala e a encontro sentada confortavelmente no sofá, de olhos fechados e respiração tranquila. Parece dormir.
Entro em alerta, ela bateu a cabeça e desmaiou provavelmente teve uma concussão.- Isis! - Chamo seu nome apreensivo e em seguida sou presenteado com olhos castanhos brilhantes e um sorriso debochado.
- Sabe que não deveria dormir, bateu a cabeça é perigoso - Ralho.
- Claro Senhor Harris tem razão! - Continua com seu ar brincalhão, que mais parece uma maneira de se esgueirar do que está por vir.- Pare de me chamar assim! - Me ajoelho no chão entre suas pernas. - Isso não será fácil.
- Ok! Brandon, você quem manda. - Dessa vez é minha vez de suspirar.
Já com todos os aparatos necessários dispostos ao meu lado na mesinha de centro começo o "trabalho". Limpo primeiro todos os arranhões e não são poucos! Eles começam em suas panturrilhas e se estendem dos joelhos para cima. Faço um esforço hercúleo para não agarrar as coxas roliças da maneira como gostaria.Mulher nenhuma nunca teve tamanho poder de sedução sobre mim. Talvez seja o fato de não estar realmente tentando flertar comigo. Isso pode ter despertado o predador em mim.
À medida que minhas mãos sobem cuidando de cada ferimento, Isis se contorce no sofá. Essa atração estranha parece atingir os dois de alguma maneira.- Está tudo bem? - Pergunto de maneira inocente, ela faz um gesto confuso com a cabeça.
- Certo, acabei aqui embaixo.-Falo sugestivamente. - Agora vamos ver como estão as coisas por aqui aponto para seu tronco exposto, os seios fartos cobertos parcamente pelo top.
-Acho que posso dar conta agora - Diz quase em desespero, mal controlando a respiração.
- Não, de jeito nenhum! Serei um bom escoteiro e cuidarei de você todinha! - Seria mentira não admitir que gosto da maneira como meu toque deixa seu corpo em alerta.- Brandon, por favor... - Sua súplica é como música para os meus ouvidos.
- Por favor, o que pequena? Precisa de algo? - Cuido dos ferimentos em seus ombros, apesar da pele morena vejo pequenos pontos arroxeados se formando em toda pele à vista.- Precisa... - Dou ênfase em minha pergunta apertando seus quadris com força. No mesmo instante o grito de dor me deixa alarmado. - Ahhhh! Agarra-se aos meus ombros.
- Eu... Me desculpe. - afago suas bochechas onde uma lágrima solitária desce. - Sinto-me um merda por colocar minhas necessidades acima das dela.
- Me mostre onde dói? - Peço, sentindo a culpa me corroer por dentro.
- Meu quadril, o lado direito dói muito. - Responde com a voz chorosa.
- Pequena, eu preciso ver ok? Ajudo-a a se levantar do sofá, ajoelhado, puxo seu short para baixo, passando por seus joelhos e pés, jogo a peça num canto qualquer.
Maldita diaba dos infernos! Usa uma calcinha preta rendada, tão pequena que mal cobre a boceta! E se o pouquíssimo pano da frente for o vislumbre da parte de trás estou muito fodido!
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À primeira vista
RomanceIsis Mendes é uma mulher forte e determinada. Que após passar por um grande trauma, resolve curar suas feridas bem longe de onde tudo aconteceu. Seu destino? Londres! A cidade que sempre sonhou conhecer desde pequena. Escritora independente de roman...