4 - O Destino da Heroína

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Alguém trouxe água e comida em uma tigela de barro, mas não conversaram com ela

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Alguém trouxe água e comida em uma tigela de barro, mas não conversaram com ela. Os serventes do tal Templo, pareciam olhá-la com completo desprezo. Ela ficou isolada, sozinha, com muito calor de dia e muito frio de noite. Nem sequer falavam o porquê tinha que ser tratada como uma prisioneira.

Amanda não tinha ideia quanto tempo havia passado, naquele dia, escutou um rangido estridente acima da sua cabeça e sobressaltou, engolindo em seco. Ayi voltou até sua cela, entrando com um riso pomposo de um negociante. E bem ao lado dele, ela constatou a entrada de uma estranha criatura caminhando em sua direção.

Involuntariamente, ela deixou um espantado grito escapar. Se encolheu, assustada com a presença da coisa que parecia um monstro.

— Hm, tem certeza, que foi chamada pelos portões de Tathra? — questionou a coisa. Sua voz saía como se ele tivesse devorado um apito que ficou preso em sua garganta.

O coração de Amanda acelerou conforme ele se aproximava.

— Que o Sol de Pram a banhe em bênçãos neste tão afortunado dia, ankhamret — a criatura disse, quando inclinou a cabeça, mostrando um relance de dentes tortos. — Ela é uma visão, Sinistre, uma visão! — exclamou, dirigindo-se a Ayi.

Amanda observou sua aparência estranha, com grande boca e braços musculosos. O tom de sua pele era vermelho, com manchas claras na região dos olhos; e, por cima da cabeça, pareciam descer tentáculos listrados até a grande barriga gorda. Ele vestia estranhas roupas que lembravam uma cultura egípcia antiga com leves dessemelhanças.

— No entanto, parece-me fraca — disse Ayi. — Não acredito que existirá qualquer problema para você, Airamés.

Airamés, a estranha criatura, levou sua mão grande e pesada ao queixo, observando o corpo de Amanda, sujo pelos dias presa naquele quarto.

— É uma zophet — Airamés inclinou sua boca grande para o lado. — As mais desejadas do Continente Lótus.

Ayi parecia impaciente.

— Temos um acordo? — perguntou, mexendo-se inquieto. — Garantiu-me interesse na zophet.

— Não seja tão apressado, Ayi — Airamés riu. — Mas não tenho olhos de um zoph, porém a acho bonita. Está mais que perfeita para servi-me em minha casa. Ainda mais, saindo do portão do herói... Ah, acredito que sim: temos um acordo.

Com um sorriso impertinente, Ayi olhou Amanda e riu.

— Ótimo, então, temos um acordo — suspirou como estivesse se livrando de um animal indesejado. — E lembre-se de me convidar para a festa.

Airamés ficou com as bochechas azuladas.

— Claro, amigo — passou a mão grande atrás de sua cabeça, esfregando o pescoço. — Há muito tempo estou procurando uma esposa. Não é como uma Parceria das Estrelas, mas ela parece espetacular.

Amanhecer nas Estrelas - DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora