Olá, pessoas :)
Tudo bem com vocês?Nota da autora no início do capítulo para reforçar o cuidado com os gatilhos, este capítulo contém uma cena pesada onde terá tortura e descrição de assassinato.
Também está revisado, sinalizem com * (asterisco) caso encontrem um erro, obrigada!
Boa leitura! E se cuidem!
____________________________________"Facilmente se irrita, cata a máquina e vai pra pista. E sem pensar atira, enquanto a tia grita. Desde 2003 observado da guarita"
- Tribo da Periferia~ Junho de 2003
Sorriso caminha apressado até seu carro. No porta-luvas, há uma pistola Taurus com a numeração riscada. Ele a pega, confere se está carregada e a põe em seu quadril, presa na bermuda. Neguinho tem uma Honda CG preta; ele a busca e o moreno sobe na garupa. Logo estão de frente para a casa da senhora, avó da criança. Ele já foi informado de que ela mora sozinha e não foi vista saindo hoje.
O moreno distribui socos na porta e grita furioso. Os moradores vizinhos saem de suas casas curiosos para ver o que está acontecendo. A senhora abre a porta minimamente e, quando vê de quem se trata, tenta fechá-la, mas é impedida por Neguinho, que chuta com força. A porta se abre bruscamente e ela cai para trás; até tenta se levantar, mas, por estar amedrontada, consegue apenas se afastar, apoiada nos pés, mãos e quadril. O jovem de seus vinte e dois anos se aproxima dela e a agarra pelos cabelos.
— Por favor! Por favor! Não faz nada comigo! — implora.
Sorriso encosta a porta; seus olhos trazem um brilho maléfico e assustador, que a faz tremer. Ele bate em sua face com a palma da mão. O estalo soa alto; ela vira o rosto com o baque e geme. Neguinho a puxa para cima para que fique de pé. Ainda com a mão em seu cabelo, ele faz pressão para que ela fique de cabeça erguida, por ser mais baixa que os dois.
— Cadê a desgraçada da sua filha? — indaga entre dentes. Sua respiração é alta e ele sente o coração bater forte no peito.
— E-eu nã-ão sei. — gagueja, negando com a cabeça; seus olhos já transbordam.
Agora, com o punho fechado, ele acerta seu nariz, o olho e o supercílio. Ela fica tonta e solta o peso do corpo; Neguinho a deixa cair. De seu nariz escorre sangue; ela leva suas mãos ao rosto úmido e o cobre, iniciando um choro alto.
— Por que tu pegou o moleque? — Sorriso se apoia em seus joelhos e fica na posição de cócoras para continuar a conversa.
Os espasmos não permitem que a senhora se tranquilize; seu choro é de dor e de pavor. Talvez ela fosse perdoada, afinal, é só uma mãe que luta para tirar sua filha do vício e tem esperança na empatia, mesmo que mínima. Mas sua filha não receberia o mesmo tratamento depois de recair de novo e ainda maltratar seu neto; por isso, se nega a entregar seu paradeiro. Teme sua morte.
— Responde, caralho! — Sem paciência, o moreno lança mais um tapa em seu rosto e chacoalha seu corpo frágil.
— Ela queria largar. Eu trouxe ela pra ficar aqui comigo; eu tava cuidando dela — sua voz está embargada e ela chorava copiosamente. — Eu disse que ela precisava ser internada, mas só concordou se eu trouxesse o filho.
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Metamorfose
Teen FictionSeguidamente ao falecimento de Camile, devido a um aneurisma cerebral aos quarenta e seis anos, sua companheira Jade perde seu trabalho por estar deprimida. Ela é convidada por seu cunhado Kauan, que atua no crime organizado desde os quinze anos, pa...