Your World I'ts an Ideal

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Andava pela parte externa da prisão, Hershel preferiu que não ficássemos todos apenas dentro do bloco. Era muito frio e umido, como prisões costumavam naturalmente ser.

Ele também disse que acreditava que o vírus veio da carne, carne dos porcos, um dia antes um dos animais aparentava estar doente e logo morreu. Por isso apenas quem havia consumido a carne nos últimos dias deveria estar atento aos sintomas, ainda assim quem estava doente permanecia no bloco E.

Rick estava colocando fogo no que um dia fora o chiqueiro dos porcos que não existiam mais. As cercas do lado leste que estavam prestes a cair teve a parte que cedeu e precisava ser restruturada por isso usaram o resto dos animais como distração dos caminhantes que enquanto devoravam os porcos conseguiram restabelecer e reforçar a cerca.

Não tivemos nem chance de ajudar por estarmos confinados, eu não tive, Carl se escapou de lá como sempre fazia com sua aspiração de ser herói de algo. Ele seria, era corajoso mas me preocupava que sua coragem o pudesse matar.

O garoto vinha me encontrar sorridente, visivelmente satisfeito com o dia conturbado porém bem sucedido que teve, estava com sua arma em mãos.

Não parou em uma distância comum, ignorando qualquer um que pudesse nos ver, passou os braços pela minha cintura e o abraçei pelos ombros apertado.

- Não faz mais isso. - Peço.

- Ficou tudo bem, estou bem. Ajudei a concertar a cerca, pode dormir agora. - Diz animado trazendo o rosto para perto do meu.
- E, consegui minha arma de volta. - Conta.

Franzo minhas sobrancelhas em visível remorço, senti um pouco do remorço que Rick sentia, uma vírgula mas senti. Levei minhas mãos ao rosto de Carl, segurando o mesmo.

- Você é muito novo 'pra tudo isso. - Murmuro culpada.

- Idades nem deveriam existir já que nem temos mais um calendário, muito menos serem relevantes Anna. - Fala direto. - Amadureci com merdas que fiz ainda criança, tive que ou então nunca iria lidar com elas. Não me trata como criança, por favor, você é a única que me entende. - Pede chateado.

Ele andava tão afiado nas respostas que ficava com apreensão de falar "bom dia" e Carl me mandar ir à merda.

- Tudo bem. - Concordo cedendo, nem era um motivo plausível para qualquer discussão que fosse. E ele estava certo, só se encaixou no que o mundo de hoje o exigia. - Você foi bem hoje, estou feliz que esteja seguro. - Sorrio levemente.

Desvio um pouco o rosto propositalmente evitando que o beijo que iria receber na boca acontecesse, ainda sentia seus lábios no canto dos meus quando finalizamos o abraço.

- Minha mãe me fazia andar assim com ela, ela ficava atrás, como você. - Digo puxando os braços de Carl sobre minha cintura, estávamos caminhando juntos com o mesmo logo atrás de mim, enrolando para adentrar a prisão.

- Que isso? Namoro de novela? - Daryl passa por nós. - Precisa falar 'pro seu pai que agora sabe que a vida não se resume mais só a mortos e gibis. - Tem a pachorra de dizer.

- E você precisa tomar banho, o que acha?
- Rebato em resposta recebo o dedo médio do mesmo, Carl aperta meus dedos como se me repreendesse. - Que foi? Ele é chato, olha só, ainda me deu dedo. - Reviro os olhos.

- Ele é um cara legal, devia dar uma chance. - Reviro os olhos saindo da frente de Carl e começando a andar ao seu lado normalmente. - Ficou chateada? - Indaga e não o respondo. - Daryl é legal, ele tem o jeito dele assim como você. Ele é leal e muito corajoso, se preocupa com a gente. - Diz.

- Nunca disse que ele não era nenhuma dessas coisas e, ele se preocupa sobre você. Se fosse qualquer outra palhaça no meu lugar ele não ia implicar tanto. - Respondo.

The World is Dead • C.G. Onde histórias criam vida. Descubra agora