❥︎𝓒𝓪𝓹𝓲𝓽𝓾𝓵𝓸 3 "𝓜𝓮𝓾 𝓹𝓮𝓺𝓾𝓮𝓷𝓸 𝓐𝓷𝓳𝓸"❥︎

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✞︎Indicação musical: Monster-Dev✞︎

O sol aquecia minha face de maneira suave, mas a claridade me fez acordar e abrir ligeiramente os olhos, estava em minha cama no quarto e aparentava já ser de manhã, me lembro dos acontecimentos de ontem e me pergunto se tudo foi um terrível pesadelo, afinal eu estava de pijama deitada em meus lençóis e tenho certeza que não ter caminhado até aqui

Me levantando para começar mais um dia e acabo chutando algo pesado, o que me faz segurar meu pé e gemer em desgosto, finalmente olho para o chão e encontro o maldito livro bem ali, como se aquele lugar sempre estivesse tido sua presença.

Me sento na cama e seguro minha própria cabeça tentando me lembrar dos acontecimentos e fazendo piorar os sussuros em minha mente, por fim acabo desistindo de tentar, não é como se fosse lembrar de qualquer maneira e resolvo seguir para o lado prático pegando o livro e colocando-o sobre a cama.

A capa parecia ser de um couro grosso vermelho, mas um pouco gasto e possuía uma espécie de tranca na capa do livro impedindo sua abertura, começo a observar melhor notando não haver nenhum tipo de fechadura e quando iria tocar para ter uma noção melhor, uma parte desta tranca abre relevando uma pequena poça dentro do fecho, pelo cheiro presente no ar aparentava ser sangue velho e seco e logo começo a me questionar se isso é realmente uma ideia boa ou terrivelmente idiota.

Observando melhor o livro finalmente sinto falta de algo comum em meu dia a dia, a grande sombra não estava presente no recinto e então creio que tudo se encaixa em minha mente e finalmente me lembro dos acontecimentos de ontem e como ele me carregou até meu quarto e então quando olho para o livro novamente posso ver uma espécie de alfinete no topo do fecho estranho e devagar espeto meu dedo colocando no carimbo e fazendo o livro abrir de uma vez logo em uma página específica.

O cheiro de livro velho enche meu nariz me fazendo espirrar e tossir, minha cama se encontrava cheia de pó agora e provavelmente teria que limpar mais tarde, mas agora não era realmente o momento ideal e me encontrava fascinada pelo livro em minha frente.

Logo me vejo lendo exatamente a página que abriu e uma grande fênix em chamas me cumprimenta, as páginas aparentam ser de couro legítimo e a tinta é tão escura que fica visível até de longe, no topo da página visível está escrito "Phenex", passando delicadamente os dedos pela página posso sentir as nervuras presentes ali e sobre as letras que parecem gravadas com força no couro ou escritas com muita força e então noto as palavras escritas ali, todas em latim e com muita dificuldade leio as em voz alta tentando de alguma maneira decifrar o que está escrito, afinal meu latim é de inciante ainda, mas consigo entender a história por trás do ser ali desenhado.

Balthazar, mais conhecido como Phenex nos dias atuais, foi um dos poderosos arcanjos que se juntaram a Lúcifer em sua rebelião, logo eles fracassaram terrivelmente e se tornaram anjos caídos, mais conhecidos por demônios habitantes do submundo, assim Balthazar perdeu o direito de usar seu próprio nome ganhando o nome de Phenex , porque assim como uma fênix renasceu das cinzas e luta até hoje por ser lugar de direito no céu, apesar de ter sido forçadamente jogado dos céus, foi um dos poucos a continuar com a mesma personalidade que tinha quando se era um arcanjo, então permaneceu sendo o mestre das ciências e senhor dos poemas , agora também sendo marquês do inferno e comandando 20 legiões demoníacas, sendo um dos mais fortes demônios presentes no livro de Salomão.

Ao terminar de ler com muita dificuldade ,por conta do latim, a história do anjo caído sinto uma mão quente em meu ombro direito e alguém se abaixar atrás de mim, tento virar minha cabeça para ver quem é, mas rapidamente sou impedida e aquela mesma voz de sempre penetra meus ouvidos junto com o forte cheiro de velas e rosas:

......: Não se vire ainda, ninguém olha em minha face já faz milênios e me sinto incomodado com a ideia ainda, então tenha certa paciência comigo meu pequeno anjo!"

Como em um flash finalmente consigo compreender o que está acontecendo, minha sombra, a que tanto me segue e me persegue na realidade é um demônio, ou melhor, um anjo caído, o que eu com certeza deveríamos estar completamente louca e delirando por não fazer sentido algum um ser deste realmente existir, mas gosto de confirmar minhas hipóteses:

Maria: " Então você é Balthazar não é?"

A voz parece soltar um gemido de dor baixo e a mão em meu ombro sobe um pouco parando em meu pescoço e posso sentir apertar um pouco os dedos na veia que se localizava ali:

Balthazar: "Meu pequeno anjo, como pode ler, não sou digno mais deste nome, não deveria me chamar assim, a ira de Deus poderia cair sobre vós somente por pronunciar tal blasfêmia de uma boca tão linda como está!"

Sua mão sobe mais um pouco e acaricia meus lábios com delicadeza por fim se afastando aos poucos e não permanecendo nenhum contato, me fazendo sentir falta do calor de sua mão:

Maria: " Você me observa desde que coloquei o pé neste lugar cinza e fúnebre, deveria saber que não ligo nem um pouco para a ira de Deus!"

Suas mãos vem parar em minha cintura e apertam levemente enquanto sinto seu hálito quente em minha orelha esquerda e um sorriso pode ser sentido nos lábios daquele ser que ainda não defini como deveria me referir a ele, poderia ser um homem, uma besta ou simplesmente nenhum dos dois, mas ele não se encontra nem um pouco interessado em dar qualquer tipo de explicar para mim :

Balthazar: " Por estes e outros motivos eu me interessei por você meu pequeno anjo, você pode não saber ou simplesmente não acreditar por todos terem lhe dito o contrário por toda sua vida, mas isso que possui é um grande dom e você em si é alguém irresistível aos meus olhos , estou preso neste lugar mofado já fazem mais de 600 anos , vi inúmeras freiras se formarem e morrerem ao longo de sua vida e nenhuma delas sequer me chamou um pouco de atenção, mas você, oras você colocou o pé nas escadarias da frente e rapidamente me vi intrigado em seu ser meu pequeno anjo, eu precisava de respostas e precisava de sua presença, está é a verdade mais absoluta que posso lhe contar no presente momento e mais uma coisa, tenha um bom dia meu pequeno anjo!"

Suas mãos deixam minha cintura e sua presença e calor somem atrás de mim, assim que me viro a única coisa que me encara é a familiar sombra que de alguma maneira me deixa até aliviada em vê lá ainda comigo, por fim fecho o grande livro colocando-o abaixo da cama e seguindo para mais um dia de afazeres chatos que para mim não exercem qualquer valor moral, mas agora caminho no longo corredor com uma coisa em mente, eu não sou louca.

Angelus LapsusOnde histórias criam vida. Descubra agora