♡⁠๑𝒞𝒶𝓅𝒾𝓉𝓊𝓁ℴ 5 "𝒪𝒷𝓈𝒸𝓊𝓇𝒶 𝒜𝓅𝒶𝓇𝒾𝒸̧𝒶̃ℴ"๑⁠♡

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◕Indicação Musical: Carolyn- Black veil brides◕

Ao decorrer dos meus passos leves ao longo da pequena trilha de covas para finalmente chegar o mais próximo que consigo dos padres e me aconchegar atrás de um mausoléu com musgos nas bordas e uma aparência antiga, assim o lugar fica em silêncio assim como as vozes pela primeira vez em alguns meses e eu posso escutar a conversa dos dois:

Vasile: "Você perdeu a cabeça irmão? Acha mesmo que aquela garotinha insolente pode ser a escolhida?"

Ioan: "Eu não acho, tenho certeza, além disso a invocação de Balaur está próxima e precisamos de um receptáculo rapidamente, ela deverá servir querendo ou não!"

Logo o local fica em silêncio e escuto passos se distanciando dali, olho pela fresta do mausoléu os dois padres indo embora do local e seguindo apressadamente para a abadia como se fugissem de algo imaginário, me levantando e limpando meu habito me perguntando o que diabos seria esse Balaur e então escuto uma risada de criança e olhando para frente vejo a garotinha desaparecer perante meus olhos, essa daí me dá medo isso sim, melhor eu ficar longe dela se quiser dormir em paz pelos próximos dias.

Planejando sair do cemitério o mais rápido possível começo a caminhar as pressas pelas lápides para voltar as minhas tarefas diárias, quando paro e sinto o familiar cheiro de vela e rosas, mãos fortes me agarram e me arrastam para as grandes árvores próximas dali, Balthazar segurava minha cintura com força e pressionava uma mão na minha boca firmemente, assim que decidi começar a me debater escuto os passos pesados vindos do cemitério, observando de maneira ligeira por entre as árvores vendo os dois malditos padres procurarem por algo entre as tumbas :

Ioan: "Você tem certeza que a viu aqui Vasile?"

Vasile: "Sim, posso jurar que vi aquele cabelo dela atras daquele grande mausoléu, além disso estava me sentindo observado, tenho certeza que isso é culpa daquela garota esquisita, Narcisa disse que ela esta no convento por problemas familiares e psicológicos, eu vou confirmar novamente, tem certeza que ela é a escolhida?"

Ioan: "Cara estou te dizendo, é ela sim e você sabe muito bem que eu nunca erro nas minhas sugestões!"

Eles logo param de procurar e seguem rumo ao caminho de volta para a abadia e apesar de Balthazar ter me soltado agora, eu continuava imóvel e sem dizer uma única palavra, realmente precisava ou cortar este cabelo ou aprende-lo a esconder melhor por trás do véu costumeiro do habito .

a respiração de Balthazar continuava em meus ouvidos e por conta disso sabia que sua forma ainda era humano, se posso dizer assim:

Maria: "Acho que lhe devo um obrigado, meu caro senhor!"

Balthazar: " Seja mais atenta da próxima vez, não gosto de me transformar as pressas!"

Maria: " Você sabe sobre o que estavam dizendo? aquele papo todo de escolhida e invocação de sei lá quem não ressoa agradável para meus ouvidos, principalmente pelo fato da escolhida ser eu!"

Apesar de não poder ver sua face neste exato momento podia ser sentido um desconforto evidente vindo do homem atras de mim, como se tivesse algo que não gostaria de dizer, me deixando extremamente preocupada sobre o que exatamente era minha situação atual:

Balthazar: "Balaur era conhecido por ser um demônio em forma de dragão na cultura romena, você mesma deve ter lido algum livro com ele na infância, apesar de todos acharem se tratar de um folclore popular, ele se revelou sendo muito mais do que isso, a milênios atras chegando a Romenia e causando terror onde passava, ao longo dos anos se tornou um prisioneiro do próprio destino e eventualmente caiu no esquecimento de sua presença, se tornando nada mais do que uma lenda local para assustar criancinhas."

Maria: "Beleza e como voce sabe de tudo isso?'

Balthazar: "Bom esta resposta é a mais simples, eu era ou sou, como quiser definir, bom eu sou Balaur, ao longo dos milênios tive muitos nomes desde que cai dos céus e este foi um deles, não sei o que querem, mas provavelmente sabem que estou aqui e se a igreja os mandou isso piora ainda mais, seja cautelosa por gentileza, caso contrario acho que nos dois vamos estar em perigo eminente!"

Fico em silencio por um tempo tentando digerir melhor este fato, sinto a presença e o cheiro sumindo aos poucos e por fim começo a caminhar novamente para a saída do cemitério e sair dali, logo estava nas localidades da abadia indo em direção a cozinha para finalmente terminar aquele maldito almoço.

Ao longo do dia realizo minhas tarefas de maneira cautelosa, estava com uma sensação ruim e medonha, finalmente terminando tudo sigo novamente para a biblioteca, ainda com receio, afinal a ultima vez não foi muito agradável.

Ao final do corredor estava o portal escuro onde encontrei o livro, obviamente nem penso em novamente entrar lá, sigo para os livros de mitologia, principalmente a local e finalmente acho um conto folclórico infantil, logo depois encontro alguns outros livros, mas nenhum deles possuía nada demais e como Balthazar disse, o próprio caiu no esquecimento.

Voltando derrotada para meu quarto passo por um dos corredores que levam a uma pequena capela, não é a principal e raramente as freiras vão, olhando para trás posso ver Balthazar me seguindo a distancia em forma de sombra como de costume e as vozes começam a sussurrar em meus ouvidos parecendo vir do final daquele corredor, respirando fundo e tomando coragem novamente sigo as vozes e me deixo ir as grandes portas velhas e mofadas da capela, ao entrar os bancos e castiçais estavam cobertos por panos brancos, dando a impressão de serem figuras fantasmagóricas, apesar do receio sigo em frente parando perante o cristo na cruz, ele era relativamente maior que o da capela principal, o que me pareceu estranho, enquanto raciocinava este fato sinto algo cair sobre minha testa e escorrer em meu rosto, colocando os dedos sobre o liquido me assusto ao notar ser sangue e rapidamente olho para cima parando na imagem de jesus bem na hora que outra lagrima sangrenta escorria de seu rosto, olhando para trás em desespero noto a grande sombra de Balthazar parada a porta como se não conseguisse adentrar o local, tento correr em sua direção para sair do local, mas a porta é fechada e um vento gelado faz o véu voar de minha cabeça, como se algo me puxasse pelos pês, sou arrastada aos prantos pelo longo corredor de volta ao altar perante a estatua de cristo, logo minha roupa é aberta por aquele vento estranho e sinto uma ardência enorme nas costas agora desnudas, como se estivesse levando chicotadas, me ajoelho ao chão chorando e segurando meu vestido para suportar a dor podendo sentir o sangue escorrer pelas minhas costas, soluçava enquanto lagrimas escorriam de meus olhos e cimo se pudesse sentir meu desespero, Balthazar começa a bater na porta tão forte que parecia quere-la arrancar das antigas dobradiças, mas então tudo ficou em silencio e a dor cessou, foi quando o pior veio:

......"Minha filha, como ousas se relacionar com este pecador e usurpador de poder divino? Irei lhe mostrar sua verdadeira forma como sinal para tu veres o mal por trás de seus olhos e depois disso não quero mais rebeldias vinda de você querida filha!"

Parece que algum tipo de divindade estava realmente zangada comigo, a questão era, porque so agora, porque não ajudar quando estava sozinha e principalmente, porque me punir se gosta tanto assim de mim.

As costas ainda ardiam quando as portas foram literalmente escancaradas novamente com aquele misterioso vento e logo a grande sombra familiar foi trazida ate mim, estava tentando pensar no que estava acontecendo quando a força e berrando de raiva e ódio ele se transformou bem na minha frente e pela primeira vez puder ver o que ele escondia de mim por todo esse tempo:

.......: "Veja com seus próprios olhos a abominação que conversastes com você todos os dias, sinta nojo e repulsa de sua feiura e veja o quão longe esta criatura maligna foi para te-la para si mesmo!"

E então eu finalmente o vi, o ser misterioso que me perseguiu por tanto tempo e a única coisa que senti foi a vergonha que ele sentia de si mesmo e isso me deixou extremamente triste

Angelus LapsusOnde histórias criam vida. Descubra agora