Duquesa

420 51 1
                                    

Pov. Kenea

Merda! Mil vezes merda!

Ótimo, meus ascendentes tinham que ter vendido tudo e ido para outro lado do mundo? Fingi ser dessa época estava ficando cada vez mais difícil e me pergunto como as pessoas simplesmente não notaram nada ainda.

Me pergunto o que aconteceria se as pessoas soubessem que eu sou de 2050 do século 21 e não 19, imagina o quão chocados eles vão ficar que eu estou aqui por acaso e que as coisas no meu tempo é tão avançado quanto o que é no tempo deles.

Billie é uma mulher inteligente, ela é observadora e pega as coisas antes mesmo que a pessoa perceba que falou algo, eu devo ser mais cautelosa porque por mais que sinto que devo confiar nela, eu também devo me prezar para ela não pensar que sou uma maluca ou algo do tipo. Se ela fosse do mesmo ano que eu, com toda certeza eu já teria ido para a cama com ela, talvez viver um breve romance ou algo mais sério. Ela me cativa e o seu jeito durão é só uma máscara a qual ela tenta a todo custo manter, o que me deixa triste é o fato de ela não poder ser quem é abertamente, quer dizer, as pessoas desse ano são tão mentes fechadas que me pergunto o que elas fariam caso soubesse que gostar do mesmo sexo é alto tão comum, que a tecnologia foi capaz de fazer com que o mesmo sexo possam ter filhos e ainda serem felizes sem se preocupar com as pessoas ao redor.

Ser mulher neste século me ensinou duas coisas: a primeira é que uma mulher não tem o poder de decisão, a não ser que essa mulher seja tão poderosa quanto a Billie de acordo com a minha recente descoberta e a segunda é o fato de não pode ser livre, gosta de quem quiser e fazer o que sente vontade. Eu cresci em um ambiente a qual eu posso tomar minhas decisões e fazer o que eu quiser, assim como posso beijar livremente uma mulher na rua sem me preocupar com o que vão dizer e ver a situação das mulher aqui é tão triste.

Depois de colocar meu pijama, deito na cama e encaro o teto por um tempo, meu coração está apertado e me pergunto se alguém já notou que sumi, se alguém vem me buscar ou se vou ver minha família novamente, sempre fui uma mulher cercada de amor e atenção dos meus pais, amigos e não ter eles por perto é tão dolorido. Suspiro frustada e me levanto pegando um roupão pendurado ao lado da minha cama e sigo até a porta do quarto onde abro a mesma e coloco minha cabeça para fora para verificar se havia alguém andando por lá.

Sigo ate às escada descendo e admirando o lugar e uma coisa eu podia dizer com clareza, a decoração é espetacular em visto do que é em 2050. Forço minha vista para poder andar pelo ambiente sem esbarrar nada e depois de andar um pouco naquela casa enorme, vejo a luz da lua iluminada a grande porta de correr que havia ali. Sigo até a mesma e meus olhos brilham ao ver que era o jardim do local, com cuidado abro a porta de correr e saio do lado de fora sentindo a brisa do ar invadir meu rosto.

Fecho meus olhos aproveitando a sensação boa e logo abro olhando o lugar, havia tantos tipo de flores aqui que me deixava tão encantada. Ando pelo jardim e me sento em um banco que dava a visão perfeita do lugar, da lua e as estrelas.

— Eu sinto tantas saudades da minha família — digo baixo — Quer dizer, se eu não tivesse sido tão curiosa eu não estaria aqui certo? — encaro a lua que tanto brilhava no céu — Faz exatos duas semanas que vim parar aqui e cada dia que passa, fica mais difícil agir como as mulheres daqui, quer dizer, quem se casa aos dezessete anos? — suspiro — Eu só.... Quero minha vida de volta lua, é pedir demais? — sinto uma lágrima escorrendo sobre meus olhos

— É intrigante o fato que vós falaste como se estivesse aqui por engano — dou um pulo ao ouvir a voz rouca da duquesa

— Billie? — me levanto novamente

— Sabes Lady, porque dizes-te que queres sua vida de volta hum? — vejo ela se aproximando — Não gostas-te de ser minha dama de companhia? — ergueu uma sobrancelha

In another worldOnde histórias criam vida. Descubra agora