Segundo Set

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Point of  View Sheilla Castro

– Voltei. – Gabriela avisou e eu sorri. Eu nem sabia dizer quantos minutos a mais nova demorou. Apenas uma coisa ecoava em minha cabeça. Três palavrinhas. Eu não estava louca. Gabriela me ama. Ela me ama. Eu precisava responder isso.

Quando se perde muito tempo sem viver um amor, parece que o reencontro nos leva a lugares inexplicáveis. Eu sabia como era ter o corpo de Gabriela, lhe causar tesão, sentir prazer e, eu queria mais. Mais dos seus beijos delicados ao acordar e seu carinho sereno ao dormir. Eu não iria fugir disso.

– Gabriela? – Chamei a atenção dela e recebi um som nasal para como resposta. Respirei fundo e tomei coragem de prosseguir. – Eu também amo você.

Afirmei olhando em seus olhos. Eu não ousei desviar um segundo deles. Aqueles olhos...
Eu tinha certeza que nossas almas conversavam por meio dessa troca intensa. Eles tinham um brilho capaz de transmitir toda a vontade de estarmos juntas.

Vontade de estar junto era o suficiente?

– Eu te amo, Sheilla. – Gabriela finalmente admitiu. Em alto, nítido e bom som antes de finalmente selar nossos lábios.

Éramos insaciáveis. O Sol seria testemunha da nossa jura de amor. Apenas a Aurora era mais certa do que essas afirmações: Eu amo a Gabriela Guimarães e ela me ama.

(...)

– Sheilla, por Deus! Mais um saque e ela caí dura no chão. – Gattaz sussurrou no meu ouvido. Gabi estava esgotada.

– Amiga, eu não posso pegar leve com ela. – Fui sincera, mas olhava com certa dó.

– Essa menina parece que não dormiu hoje e mesmo assim entregou mais do que a metade do time. – Minha amiga falou e eu concordei.

– Ela é diferente. – Suspirei.

– Ela tem o brilho de quem nasceu não só para jogar, mas para liderar. Ser a melhor. – Gattaz afirmou e eu sorri largo.

– Ela é a melhor em tudo que faz.

Declarei maliciosa e Gattaz gargalhou. Apesar da noite intensa com Gabriela, eu não podia dar o luxo de um descanso. Apesar de minhas amigas e as dela saberem de nossa relação, eu tinha medo que isso a prejudicasse enquanto profissional. E também por saber o quanto ela se esforçava e entregava, eu não deixaria de lapidar cada vez mais o seu talento.

Com o passar das últimas semanas, a final da Superliga se aproximava e tudo se desenhava para um Osasco x Minas. O que de fato era de se surpreender. Mas precisávamos ganhar. Eu tinha sede de ganhar e tentava sempre implantar em minhas meninas a mesma mentalidade.

Mais algumas semanas depois

A minha relação com Gabriela estava fluindo tão bem. A menina dormia a maior parte dos dias em minha casa. Eu nunca fui uma pessoa ligada a fazer refeições em casa. Sempre deixava a cafeteira programada e era o que eu levava. Mas ter Gabriela em casa me fazia querer cozinhar. Eu tinha colocado a mesa  composta por frutas, pães que eu nem sabia que existiam, ovos mexidos, queijos, café e suco.  Me sentei na cadeira e fiquei aguardando Gabriela sair do seu banho. Eu já estava pronta para irmos juntas para o treino.

– Que cheiro bom! – Gabi anunciou entrando na cozinha e me abraçando pelas costas.

– O seu está mesmo. – Aleguei permitindo que ela me abraçasse. Dei dois tapinhas no seu braço e sinalizei a cadeira ao meu lado.

– Estamos no horário? – Gabi perguntou servindo seu café e logo sem seguida o meu. Sorri grata.

– Estamos, temos uma hora ainda e o trânsito parecia favorável. – Falei e dei um gole no meu café. – Eu acho que as outras meninas sabem de nós. – Declarei e Gabi tossiu deixando a xícara de café na mesa.

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⏰ Última atualização: May 23, 2023 ⏰

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