Senhorita Proprietária // Wenclair

Srta. proprietária e os dias em um contrato

- meu site de mangás favorito caiu :( MAS COMO NOIS É BRASILEIRO A GENTE NÃO DEITA E VAMO REERGUER DE NOVO -

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Era estranho não mais acordar somente quando o sol já estava alto em seu pico, mesmo que fosse somente um reflexo pálido no céu de inverno. E era mais estranho ainda ter a sensação nova e barulhenta de outra pessoa dormindo no mesmo quarto que você.

Enid com certeza estranhou aquilo no primeiro dia e no segundo a sensação se tornou ainda mais forte quando acordou confusa se perguntando quando havia dormido, ouvindo os ruídos matinais vindos da cozinha.

No fim tudo aquilo não havia sido um sonho muito real e ela estava realmente dividindo apartamento com a proprietária e ambas estavam sobre um acordo no mínimo diferente dos outros. Mas esqueceu toda a estranheza da situação quando o aroma delicioso de café da manhã lhe alcançou, a fazendo flutuar sobre um tapete mágico até a cozinha. Seu estômago roncou alto e ela se lembrou de olhar maravilhada primeiro para a mesa posta e segundo para a pessoa com avental improvisado de costas para ela.

E antes que pudesse dizer qualquer coisa a garota mais baixa gesticulou para o fogão, mecha os ovos para mim, foi o que ela disse e somente isso.

Nada a mais nem a menos quando a loira a elogiou pela comida e se desculpou por não ter ajudado, e também não disse nada quando ela tentou puxar assunto sobre os jogos da noite passada ou como havia dormido. Logo a mulher de olhos azuis entendeu o que a mensagem silenciosa significava, e que muito provavelmente era a única pensando que talvez houvessem avançado alguma coisa só por ter conversado com mais de meia dúzia de palavras.

O olhar distante da proprietária afirmava aquilo, e mesmo assim Enid sorriu e balançando as madeixas claras, afirmando que a comida estava maravilhosa. Afinal, ninguém passa tanto tempo junto sem ao menos criar um relacionamento amigável não é? isso era impossível, e ela estava disposta a provar seu ponto.

Agora a loira estava encarando o colchão pequeno no chão do seu quarto no qual uma garota gótica resmungava agarrada ao seu grosso cobertor escuro. Hoje estava mais frio e a proprietária havia acordado mais tarde do que de costume e era divertido para Enid observar ela lutar contra o sono enquanto se remexia de lá pra cá como uma criança birrenta.

A mulher mais alta gostava dessa outra versão da sua colega de quarto, uma pessoa mais leve sem aquela face fria e distante. Ali estava uma pessoa que não se importava de fazer careta quando finalmente constatou de que havia perdido a batalha sonolenta e se levantado contragosto. Enid rapidamente finge que continuava a dormir, e quando espia novamente a proprietária está de frente para o armário que agora dividiam se despindo do moletom com com o qual havia dormido, deixando a metade superior do corpo descoberta.

Seus olhos se arregalam pelo susto e Enid por instinto cobriu o rosto com as mãos. Se amaldiçoando mentalmente. Outra vez lembranças vividas apareciam em sua mente, aquelas mãos pequenas da proprietária em seus cabelos, e ela descendo os beijos até mais abaixo da barriga... Isso era a coisa mais desrespeitosa possível de se pensar no momento. Lentamente ela abaixa as mãos espiando por entre os dedos somente para constatar que a mais jovem continuava no quarto, a olhando com um misto de desaprovação e raiva.

"M-me descul-" e antes de completar a frase a proprietária já havia saído batendo a porta com força.

Enid solta um suspiro pesado, seu rosto formigando de vergonha, haviam definitivamente voltado a estaca zero.

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Seus olhos iam da xícara em suas mãos para os dois blocos marcados na tabela da geladeira. Ainda não sabia o motivo da proprietária tê-los preenchido mas não tinha coragem de perguntar. Até aquele momento não tinham trocado nenhuma palavra, e um silêncio incômodo pairava sobre a mesa. A garota mais jovem lia o jornal muito concentrada mas Enid não conseguia parar quieta, a perna balançando pra baixo e para cima. Ela fazia isso quando estava nervosa