| ENEMIES | Eddie Munson

16

~Sophie~

Nossa, acho que exagerei na janta de hoje, comi mais do que deveria. Eu sempre me arrependo depois de comer tanto assim, preciso dar uma maneirada senão vou explodir. Vou me esticar aqui na cama pra fazer a digestão, e enquanto isso vou ver um filminho pelo meu celular mesmo. Estava querendo ver aquele filme novo da Netflix de comédia romântica "Como Seria se...?"

Durante um certo momento do filme eu acabei recebendo uma mensagem, fiquei surpresa em ver Mensagem de E. na tela do meu celular.

ELE VAI ENTRAR PELA JANELA DO MEU QUARTO? ELE TA ACHANDO QUE É O HOMEM ARANHA?

Fiquei olhando a frente da minha casa pela janela nervosa esperando-o chegar e torcendo para nenhum vizinho ou meus pais e o Aaron o vejam. Um tempo depois, vi ele se aproximando da minha casa a pé de fininho para ninguém ver ou ouvir ele. Chegando embaixo da minha janela, ele tentou escalar pelo cano de água que ficava ali do lado, e com sorte conseguiu. Entrou no meu quarto dando uma cambalhota que fez seu maço de cigarro cair do bolso de sua jaqueta que logo pegou e guardou de volta.

- Não tenho mais idade pra ficar fazendo essas acrobacias todas. – disse Eddie se alongando e dando umas gemidas de dor.

- Fala baixo, eles estão lá embaixo. – falei fazendo gesto de "xiu" com a mão.

- Foi mal. – respondeu cochichando.

Eu já estava sentada na minha cama desde quando ele tinha entrado no meu quarto, e ele veio e se sentou ao meu lado ficando próximo de mim. Isso me deixou um pouco nervosa.

Ficamos em silêncio por alguns segundos.

- Eddie...

- Sophie...

Falamos ao mesmo tempo.

- Fala você primeiro. – disse Eddie.

- Eu não vou enrolar ta? Olha, eu gosto de você, tipo, muito mesmo. Eu sei que é loucura ouvir isso porque a gente sempre se odiou e do nada comecei a gostar de você. Não foi intencional, mas acabou acontecendo. Eu sei que você e meu irmão são melhores amigos e não quero que isso atrapalhe a amizade de vocês, então pode ficar tranquilo que não vou te beijar de novo e aquilo que aconteceu na festa não vai rolar mais. – falei o mais direta possível, mas com o coração na mão por disser que estaria desistindo desse sentimento.

- Mas eu quero que aconteça de novo, e de novo, e quantas vezes for possível. Eu também gosto de você Sophie, acho que sempre gostei, mas na realidade eu não sabia como me expressar. Acho que te atormentando todos esses anos era meu jeito que mostrar que gostava de você. Um jeito estranho talvez..., mas era como eu demonstrava e fui perceber isso a pouco tempo que na verdade era tudo porque eu gosto de você. Depois que a gente se beijou isso só me confirmou. Você não saiu mais da minha cabeça nem por um segundo. – disse Eddie olhando no fundo dos meus olhos.

- Eu não estava esperando por isso, estou surpresa. Eu amei ouvir isso tudo sair da sua boca, mas ainda penso no Aaron. Não seria legal ficar com o melhor amigo do meu irmão. – falei.

- Aaron e eu já conversamos sobre isso. Pedi desculpas a ele pelo ocorrido e contei o que sentia por você e ele entendeu. Deixou que eu ficasse com você, só se você concordasse também em querer ficar comigo. – falou pegando na minha mão.

- Eu... eu não sei Eddie. Nós dois somos totalmente diferentes um do outro, não consigo ver a gente dando certo. Não quero começar algo, criar sentimentos e me magoar no final. – falei com a cabeça cabisbaixa.

- E se a gente tentar? – Eddie disse levantando minha cabeça com sua mão.

Assim que ele levantou minha cabeça, sua mão ainda continuava no meu rosto me acariciando fazendo a gente se encarar em silêncio. Senti uma vontade enorme de sentir os lábios dele nos meus novamente. Não conseguia disfarçar minha vontade, mordi levemente meu lábio inferior enquanto admirava sua boca. Ele logo entendeu o que eu estava querendo e me beijou, me fazendo cair para trás na cama e ficando por cima de mim me beijando intensamente. Mais uma vez nossos corpos estavam perto um do outro, mas dessa vez era praticamente colado que me fez sentir com mais vontade de beijá-lo. Ele pelo jeito adorava se desfazer do beijo para dar leves beijinhos em meu pescoço me fazendo arrepiar. O jeito que ele levantava minha cabeça para beijar meu pescoço era algo diferente, era como se ele fosse me enforcar, mas não me enforcava, só levantava meu rosto e deixava sua mão lá para eu não abaixar, só quando ele quisesse.

Nossa respiração estava cada vez mais forte e o calor dos nossos corpos ainda mais quentes. A mão de Eddie passeava pelo meu corpo enquanto nossos lábios estavam juntos, uma hora estava na minha perna, outra hora na minha cintura, e ele fazia questão em fazer pressão com sua mão para me ouvir soltar leves gemidos com minha respiração ofegante.

Em um certo momento sua mão foi parar dentro da minha blusa subindo até chegar perto do meu seio me fazendo acordar para a realidade de onde estávamos e terminar com aquilo.

- Fiz algo de errado? – perguntou Eddie.

- Isso não vai dar certo, desculpa. – falei tirando ele em cima de mim e me sentando na cama novamente.

- Como assim? To confuso Sophie, achei que gostasse de mim. – falou.

- Eu gosto, mas isso não vai dar certo. Por favor, vai embora Eddie. – falei sem olhar na cara dele. Não consegui olhar.

Sem dizer nada, ele se levantou e foi embora. Pude ver de canto ele me olhando enquanto saia pela janela. Nunca senti tanta dor no coração por ver ele indo embora. Eu sei que fui eu que pedi isso, mas eu tinha que me conformar que a gente nunca ia dar certo para continuar com aquilo. Quando a gente se beija é maravilhoso, mas só isso não basta. Eddie é mais velho que eu, então ele tem mais anos de experiencia do que eu. Nunca namorei na vida, nem sei como é compartilhar a vida com alguém, e isso nem é meu grande problema. Eu sou virgem. Eddie com certeza não é. Não que eu não transaria com ele, mas ele não ia querer ficar com alguém que é virgem ainda, ele quer alguém com experiencia igual ele, alguém que saiba o que fazer na cama. Eu não sei de nada disso. O melhor é a gente já parar por aí para evitar que eu me machuque mais.

Depois de um tempo que ele se foi, parecia que eu conseguia ainda sentir a mão dele no meu corpo, por onde ele havia passado sua mão me acariciando.

De olhos fechados fiquei passando minha mão nos mesmos lugares por onde ele havia me tocado como se ainda fosse a própria mão dele. Passava na minha perna, na minha cintura, barriga... e no meio peito. Não,  ele não tinha chegado a passar a mão dele literalmente no meu peito, mas tinha chegado perto, por isso que eu parei ele nesse no momento. Mas acariciar meu seio imaginando como se fosse ele, me fez sentir com um pouco de tesão por aquilo que cheguei a apertar meu seio sutilmente de uma forma sexy. Eu nunca tinha feito algo assim antes comigo mesma, fiquei até surpresa por isso, mas isso não me fez parar e sim continuar a sentir aquela sensação. Porém fui interrompida pelo Aaron batendo na minha porta me fazendo pular da cama desesperada com medo dele me pegar fazendo aquilo.

- Tudo bem por aí? Está mais quieta que o normal hoje. – perguntou Aaron preocupado.

- Estou bem, só estou cansada mesmo. – respondi tentando disfarçar do que eu estava fazendo a 10 segundos atrás.

- Ok então! Durma bem maninha, te amo. – disse Aaron se despedindo e fechando minha porta.

- Boa noite, amo você. – falei enquanto ele saia soltando um suspiro de alívio no final.

Ufa, essa foi por pouco! Seria muito estranho ele ter me pegado fazendo isso, ainda bem que ele bate na porta antes de entrar. Obrigada mãe pela educação que a senhora deu para gente!!