capitulo 7 R

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       Eliza Vittielo se encontrava ajoelhada no gramado podando as margaridas. A chuva se aproximava mansa nas colinas, ela adorava aquele tempo chuvoso e o cheiro de terra molhada. Jogou o chapéu atrás de si e levantou o olhar limpando com o lenço o suor na nuca. Ao longe um de seus filhos chegavam montado a cavalo. A senhora levantou-se com o nariz enrugado pela poeira e as ferramentas de jardinagem nas mãos.

-Mamãe, a mais bela de todas as flores. Vicente sorriu radiante descendo do cavalo e entregando Peter ao empregado que correu para onde estava.

-Como é possível meus três filhos serem tão galanteadores?.  Ela disse em um sorriso, limpando as mãos sujas de terra

-Como é possível não elogia-la?.  Eliza pulou o canteiro de margaridas e beijou a bochecha do filho.

-Está vindo da plantação?. Ela olhou para a camisa suja de Vicente.

-Eu estava indo até lá, mas vi a chuva que se aproximava... E acabei me lembrando que um de nossos meeiros reclamou do telhado...

-Deixe-me adivinhar. Eliza arqueou a sobrancelha ruiva. -Você vai correndo para lá.

-A senhora é uma das melhores videntes. Gracejou o rapaz.

-Você é previsível meu filho. Vicente riu e beijou a testa da mãe.

-Um pouquinho....

-Por completo. Murmurou Vinícius chegando com um balaio nas costas. O chapéu de palha na cabeça tampando o cabelo dourado cortado como um militar, e os olhos castanhos transpareciam calma e sutileza. A pele bronzeada estava exposta e toda molhada pelo suor, o que fazia seus músculos se destacar sob a camisa branca grudada em seu corpo. Vinícius apenas acenou para a mãe com medo de suja-la.

-Você é o homem mais previsível da terra, irmão. Vinícius largou o balaio de batatas no chão e tirou camiseta suja.

-Ao contrário de você. Vicente murmurou e a mãe apertou mais forte o braço dele em repreensão.

-Eu gosto disso. Vinícius riu torto.

- De sair sem rumo?. Arriscou Vicente. O irmão, por outro lado, jogou a camisa sobre os ombros e o ignorou. Não era de seu costume ficar tão distante da família, mas precisava de um tempo sozinho. No entanto, Vicente não entenderia caso ele falasse , ou ele pensava que não, sendo assim , Vinícius só queria um tempo.

-Onde está seu pai?. Eliza se apressou antes de Vicente dizer alguma coisa. O filho sempre queria cuidar de todo mundo, e, para a infelicidade dele, Vinícius e Lorraine não queria nem um pouco esse cuidado, nem que fosse pouco.

-Papai está na loja. Os dois falaram em uníssono e se olharam com a testa franzida.

-Previsível. Eliza murmuro deixando-os para trás e retirando as luvas de plástico amarela. – Preciso vê-lo. Eliza parou com as mãos na cintura e olhou para trás, para os dois filhos.

- Seja lá o que for que esteja acontecendo... Apontou ela com os olhos cerrados – e não se entenderem, vai ter uma reunião de família. Eliza não sorriu, apenas os deu as costas novamente. – Tenho o direito de mãe de pega-los pela orelha.  Os dois fitaram as costas da mãe sem dizer uma palavra.

-Ela não faria... Vicente parou. -Faria?

- Então você vai para São Paulo. Vinícius disse ainda com os olhos na mãe.

-Dois meses. Os dois repetiram em uníssono.

-Queria ficar para o seu aniversário... Fazer alguma coisa. Vicente deu de ombros enquanto o irmão apenas olhava para as colinas.

-Não precisa se preocupar, ficarei provavelmente o dia todo na colheita.

-Aconteceu alguma coisa?.  Perguntou Vicente.

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