capitulo 2 A casa

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        Os Benellyst moravam em uma casa grande e rodeada por um jardim impecável, sem contar os campos de uvas fartas que faziam a paisagem ainda mais encantadora.
O nome da família existia naquela região há décadas. Passada de geração em geração, e aquela agora era de Samuel e Enea Benellyst. A casa branca com janelas altas de vidro era decorada por rosas amarelas, o símbolo da família.
Entretanto, não era a bela propriedade que preenchia os olhos desse casal, eles tinham escrito uma história, construído uma família grande e unida. E foi assim que aconteceu com os Vittielos, -Seu vizinho e parceiro- apesar da confusão que foi a princípio. Mas, isso é história para depois...

Algumas horas depois naquela tarde, todos que entravam na grande casa branca se deparava com um rapaz com pincéis à mão.  Os olhos verdes olhavam com afinco para a paisagem, tentando descobri as cores certas do por do sol.   O pai, que voltava das plantações, deparou-se com ele no meio do jardim com o cavalete à sua frente, sem querer incomodá-lo, Samuel não o chamou, passou de fininho e entrou dentro de casa. A casa estava silenciosa, o que não era normal com quatro filhos, o que lhe dava a certeza que nenhum deles se encontrava. Mas, ele sabia exatamente onde encontrar a anfitriã, já que esta adorava a sala dos fundos, arejada com grandes cortinas brancas e estantes com diversos livros particularmente de sua preferência.

-Gabriel não desiste de tentar retratar o pôr do sol. 

Samuel jogou o chapéu sobre a mesa e olhou para a esposa sentada na poltrona no canto da sala. Ela levantou o olhar do livro e sorriu presunçosa. Os cabelos soltos e enrolados caíam em seus ombros em ondas negras e seus olhos de ônix brilhavam com os últimos raios de sol que entravam pela janela.

-Ele está usando a cor errada.

-E porquê você não disse nada a ele?.  Ele se aproximou dela e tomou o livro de suas mãos,  ignorando o gritinho dela de indignação.

-Nosso filho está dedicado a descobrir sozinho. Ela sorriu quando ele prantou um beijo demorado em seus lábios.

-Enea..

-Sim?

-Está é a décima tentativa dele. Ele se afastou mesmo com os protestos dela.

-Ele acerta na décima terceira. Ela deu de ombros

-E como você tem certeza disso? Ele cruzou os braços ao vê-la enrugar o nariz.

-Fiz uma aposta com Clarice.

-Não acredito que você fez isso. Ele riu.

- Só se é um vencedor depois de uma aposta.

-E como tem certeza que vai ganhar?

Ela olhou em seus olhos verdes e ao redor da sala. Como não viu nenhum de seus filhos, inclinou e sussurrou para ele.

-Vou trapacear.

-Meu Deus, não acredito que você vai fazer isso com nossa própria filha!. Ele deixou escapar uma risada. Aquela seria sempre a sua Enea. A que faria rir de situações inusitadas e a que daria sua própria vida para qualquer um deles.

Ela sorriu travesso e puxou o marido pela camisa cor vinho. Os cabelos castanho claro estavam em um tremenda bagunça. Alguns fios brancos mal apareciam entre a cabeleira que ele não cortava com frequência.

Melhor do que Calvo. Enea mordeu os lábios para não rir.

Ele a olhou interrogativo. O mesmo olhar que ela adorava ver, ele apertava os olhos de uma forma que só ele e Ana sabiam.   Os cabelos brancos dele e os dela contavam uma história longa nessa família.

-Se eu perder vou ter que dar minha coleção de livros para ela. Apontou para a estante do outro lado cheia de livros

-As crônicas de Nárnia?. Ele a tirou da poltrona e colocou em seu colo como uma boneca.

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