capitulo 6

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Um casaco perdido
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.......

Vicente estava desesperado isso era um fato. Como explicaria para a mãe de Ana sua presença no quarto da garota? Sempre foi sorrateiro, os pais da garota jamais souberam que ele entrava furtivamente pela portinha escondida. Claro, depois do incidente de sua distração com a abelha.

E agora isso, o que falaria?. Coçou a nuca em desespero. Os passos aumentavam juntamente com o som da voz da matriarca. Entretanto, em seu olhar desesperado sobre o pequeno lugar. Uma pequena esperança veio-lhe. Ele correu em direção ao velho guarda roupa onde ficavam as roupas da avó de Ana. Graças ao céus, Ana ainda não tinha jogado fora os antigos pertences da senhora. Ele podia se espreitar entre os vestidos velhos com cheiro de naftalina.

É melhor do que ser pego. Pensou.

Assim que fechou a porta velha do guarda roupa, achou uma pequena fresta na madeira velha e olhou atraves dela, conseguindo ver Enea entrar logo em seguida com uma expressão de poucos amigos. Os cachos negros emoldurando o rosto moreno, a graça e confiança que andava garantia a mulher um olhar severo e adocicado ao mesmo tempo. Todos a admiravam e respeitavam. Enea, era a mulher de confiança e personalidade forte e , se o pegasse ali, ele com certeza estaria encrencado.

Vicente não sairia nunca mais daquele guarda roupa. Faria companhia as traças. Ele chegou a conclusão.

-Onde está a caixa de fitas?. Enea se agachou até a última gaveta.

-Do lado direito, Mamãe.

Ana observava a mãe com um Q de indignação. Ela também era teimosa feito uma mula.

-Acenda essa porcaria de abajur.... querida. Pediu Enea com impaciência.

Ana apalpou sem olhar para o abajur sentindo a textura estranha do tecido. Demorou um pouco para olhar e perceber o casaco, e a quem aquela peça pertencia. O último botão estava pregado com linha rosa do qual ela tinha costurado após achar o botão perdido no chão. Vicente protestou pela cor oblíqua em contraste com o casaco, mas, não deixou que ninguém tirasse a linha e recolocasse o botão na linha certa depois. Era a marca de Ana. Disse ele.

Pegou o casaco rápido e escondeu atrás de si.

-Ana? Chamou a mãe impaciente .

-Desculpa. Ela ligou o abajur sem se virar. A mãe ainda estava ajoelhada procurando pelas benditas fitas.

Procurou com os olhos aflita algum sinal de Vicente. A porta escondida nem parecia que tinha sido aberta, e o quarto parecia não ter nenhum rastro dele.

Ana correu e jogou o casaco do amigo na gaveta da escrivaninha antes que a mãe a visse.

-Achei! Exclamou Enea com triunfo analisando as fitas nas mãos.

-Está tudo bem, querida?. Enea franziu a testa e se aproximou da filha colocando a mão em sua testa. -Você está pálida...

-A...Aqui é bem abafado. Se abanou com a mão. -N-Não é nada arejado aqui. Ana forçou um sorriso perto dos olhos cerrados e preocupados da mãe.

-Tem certeza?

Ana assentiu e saiu do closet junto com a mãe.

-Vou enfeitar os chapéus...tem certeza que está bem?

Enea comprimiu os olhos em direção a filha que sorria com a mandíbula doloridas pelo esforço.

-Vou repousar um pouco... Não se preocupe. Se apressou a dizer.

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