Capítulo 03: Uma proposta irrecusável

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Adeus, adeus, adeus
Você era maior que todo o céu
Você era mais do que um curto período de tempo
E eu tenho muito o que lamentar
Tenho muito o que viver sem
Eu nunca vou saber

O que poderia ter sido, teria sido
O que deveria ter sido você
O que poderia ter sido, teria sido você

Bigger Than The Whole Sky - Taylor Swift

— Prontinho! Trabalho concluído com sucesso

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— Prontinho! Trabalho concluído com sucesso. — digo após jogar um dos sacos de lixo na lixeira em minha frente.

Passo as costas de uma das mãos em minha testa, removendo a pouca quantidade de suor que se acumulou nessa região. Não acredito que eu suei apenas porque varri alguns cacos de vidro. Acho que realmente não estou acostumada a fazer esse tipo de coisa.

— Até que não demoramos muito. — o garoto ao meu lado, que agora sei que se chama Atlas diz, fazendo o mesmo que eu depois que me afasto da enorme lata de metal cinza.

— Tem razão. — respondo-o, concordando.

Ele de fato está certo. Acredito que nós não passamos mais que trinta minutos limpando toda aquela bagunça no chão, mas aparentemente foi tempo o suficiente para os poucos convidados que restaram irem embora do salão após o meu pai gentilmente avisar que a festa havia acabado.

Não me passou despercebido que alguns deles até quiseram se despedir de mim, mas mudaram de ideia quando me viram varrendo os pedaços de vidro quebrados em direção a pá que Atlas segurava. Essa atitude só provou que a maioria daquelas pessoas só se importam com a minha classe social e não comigo de verdade. Mas eu não ligo para isso, afinal é algo que sempre esteve bem nítido.

E, de maneira alguma eu me afastaria e muito menos deixaria de ajudar o rapaz quando garanti firmemente que o faria só para cumprimentá-los. Também não me arrependi de ter escolhido ficar para ajudá-lo, mesmo que isso significasse precisar ouvir ainda mais sermões de Ethan e voltar sozinha para casa.

Quando praticamente ordenou que eu fosse para casa, meu pai estava se referindo a residência da minha avó, que fica aqui mesmo em São Francisco, apenas alguns quilômetros da empresa da família, que é onde estou. Os eventos beneficentes anuais costumam acontecer aqui no salão da Coleman Advocacy, que é exclusivamente reservado e destinado para essas festas.

Antes da minha mãe morrer, era um costume nosso ir até lá para passarmos os domingos e feriados reunidos em família. Nós almoçávamos juntos, conversávamos e de vez em quando assistíamos algum filme que havia acabado de lançar. Nos dias mais ensolarados íamos até a piscina que fica no enorme jardim e jogávamos vôlei. Isso sem contar com as brincadeiras novas que meu tio inventava e as piadas totalmente sem graça que ele fazia.

Mas, nós mesmo assim sempre fingimos achá-las engraçadas, é claro. Nunca tivemos coragem de acabar com a sua animação ao dizer que nenhuma delas fazia realmente sentido.

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