Parte 4

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No estacionamento do parque, Noah sai do carro em silêncio e quando vou sair também, a porta é aberta rapidamente pelo lado de fora.

— Não sei se o primo gatinho é um cavalheiro, mas eu sou. — Pisca, estendendo a mão em minha direção para que eu possa usar de apoio.

— Também não sei se ele é um cavalheiro, mas sei que vou descobrir isso logo. — Digo e saio do carro sem me apoiar em sua mão estendida.

Ele solta uma risada sarcástica antes de fechar a porta do carro e andar ao meu lado em direção ao casal que já estavam nos esperando ali perto.

— O que você fez para deixa-la com essa cara emburrada, McDaniel? — Anton pergunta ao amigo quando nos aproximamos.

— Nasci, eu acho. — Ela fala com um tom de ironia, mas posso sentir a frustração em sua voz.

— Hum... não, na verdade não vou com a sua cara desde a sexta série, não desde que você nasceu.

— Vamos entrar logo, eu estou com fome. — Karen sai puxando Anton pela mão e me lançando um olhar significativo.

Quando dou um passo em direção a entrada para seguir Karen e Anton, a mão de Noah me puxa para trás, fazendo o meu corpo girar para encara-lo.

— O que aconteceu na sexta série?

— Não importa, Noah. — Dou um passo para trás, percebendo o quanto estávamos próximos.

— Importa, Ava. — Ele se aproxima em um passo.

— Éramos crianças, eu nem devia ligar para isso. — Digo soltando a sua mão da minha e entrando no parque.

Ouço Noah suspirar antes me alcançar e andar ao meu lado em direção a lanchonete do parque.

Entramos no local e encontramos Karen e Anton sentamos em uma mesa perto da entrada, me sento de frente para a minha amiga e logo Noah se senta ao meu lado, de frente para Anton. A garçonete se aproxima e logo anota os nossos pedidos, saindo em seguida e nos deixando a sós.

— O hambúrguer daqui é ótimo. — Anton diz, colocando o seu braço ao redor dos ombros de Karen e ela sorri me olhando com os olhos brilhando.

— E aqui tem o melhor milkshake de morango da região, você já experimentou? — Pergunta, me encarando.

— Não gosto muito de morango, prefiro baunilha.

— O que? Baunilha, Ava? É o pior sabor!

— Morango é o pior saber, McDaniel!

— Vou provar que está errada. — Ele diz, segundos antes da garçonete servir os nosso pedidos e lá estava um grande e decorado milkshake de morango. — Vamos, prove. — Ele pega o milkshake e segura o canudo perto da minha boca.

— Eu posso segurar. — Digo, tentando pegar o milkshake, mas Noah o afasta balançando a cabeça em negação. — Idiota. — O olho com uma careta antes de levar o canudo a boca e provar o líquido rosa.

— E ai? — Questiona, levando o canudo a própria boca e provando também.

— Não é tão ruim.

— Você gostou!

— Eu disse que não é tão ruim!

— Posso me contentar com isso.

No restante da refeição, tento me concentrar apenas no meu hambúrguer e nas minhas batatas fritas, ignorando o olhar de Karen sobre mim desde o pequeno dialogo com Noah, a conversa paralela dos garotos e principalmente a coxa de Noah que insiste em esbarrar na minha.

Quando terminamos, insisto em pagar a minha parte, mas nem com sete beliscões no braço o idiota do McDaniel me deixou pagar.

— Pare de me beliscar, maluca. — Noah reclama, quando estamos indo em direção aos brinquedos.

— Eu disse que iria pagar a minha parte. — Me viro para ele irritada.

Não gosto de ser bancada.

— Pare de reclamar, Ava. E também pare de fazer esse biquinho com a boca, me dá vontade de beija-la e sinto que se fizer isso vou ganhar trezentos beliscões.

O belisco mais uma vez sentindo meu rosto esquentar e tento ir na mesma direção de Karen e Anton, mas McDaniel me puxa para a direção contraria.

— Eles querem ficar sozinhos se não percebeu, vamos por aqui. — Ele fala, me puxando pela mão.

— Você quer ir mesmo no carrinho de bate-bate? — Pergunto, quando nos aproximamos do brinquedo.

— Sim, me espere aqui, vou comprar os bilhetes e nem pense em me dar beliscões porque eu vou pagar por eles. — Ele diz, apertando a minha mão.

— Tanto faz. — Digo puxando a minha mão, sem jeito.

Noah corre até o bilheteria e eu o seco descaradamente por trás. Ele está vestindo uma calça jeans escura, uma camiseta preta e nos pés calça tênis brancos que combinam com a cor do boné em sua cabeça, escondendo seus cabelos castanhos, da cor de seus olhos.

Noah é bonito, não poderia negar isso nunca, e o olhando de trás, que belo traseiro, McDaniel!

Fico alguns minutos parada no mesmo local, sentindo o calor do sol fazendo a minha pele esquentar. Cerca de dez minutos depois, Noah aparece com pelo menos dez bilhetes em sua mão.

— Foi mal pela demora, estava com fila, vamos. — Diz, me puxando pela mão.

Qual é a dele em segurar a minha mão?

Depois de alguns minutos de fila finalmente entramos no brinquedo, Noah se senta em um carrinho de cor azul e eu me sento ao seu lado, me acomodando no pequeno espaço, colocamos os cintos e o brinquedo é ligado logo em seguida.

Noah acelera, batendo em uma carrinho de cor vermelha, que com o impacto bate em um de cor verde logo atrás. O carrinho vermelho bate no nosso e nos somos jogamos para trás em um impacto grande, fazendo com que o boné de Noah caia no chão, revelando seu cabelo bagunçado.

— Você está bem? — Pergunta rindo, pausando a mão na minha coxa.

— Sim — Respondo encarando a sua mão e sentindo um leve arrepio com o contato. —, fica bem sem ele. — Estico a mão e bagunço ainda mais o seu cabelo, mas assim que percebo o que estou fazendo puxo a minha mão de volta.

— Fico, é? — Ele sorri e recolhe o seu boné do chão, mas não o coloca na cabeça.

5 Motivos para odiar Noah McDanielOnde histórias criam vida. Descubra agora