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Passo a chave de roda pro meu pai, que estava trocando o pneu do nosso carro, ele tem um amor inexplicável por aquele Impala 67 tem alguns arranhões aqui e ali, mas nada que não dê pra disfarçar.

Eu estava atônita em meus pensamentos fazia algumas horas que eu não conseguia falar com ninguém de Duskwood, pra ser mais exata três dias.

Minha mãe estava na cozinha com o meu irmão e a noiva dele, a Cyn. Sinceramente ela me dava nojo, eles namoravam desde o ensino médio não que eu lembre muita coisa daquela época. A Cyn parecia que tinha sido cuspida de um filme adolescente com garotas malvadas.

– Estepe.

Às vezes ecoa na minha cabeça que só temos dois anos de diferença...

– O estepe, Alice! – falou mais alto. Procuro o estepe... o estepe? Eu tenho 22 anos de vida e não sei o que é um estepe, que decepicionante Alice.

– O outro pneu – aponta.

– O outro pneu se chama estepe? Por que? Parece o nome de uma dessas ferramentas – ele ri.

– É um pneu reserva, enquanto eu não compro outro, veja esse é bem mais fino que os outros – observo a diferença dos pneus.

Assim que ele termina e entramos, meu pai estava suado, ele tenta dá um beijo na minha mãe que esquiva e o manda pro banho, a Cyn e o Victor estavam cortando algumas verduras na mesa ao lado.

– Alice! – a Cyn me comprimenta, com um sorriso, claramente falso.

– Cynara! – seu sorriso desaparece. Ela sempre odiou ser chamada pelo o nome, e eu fazia questão de pronunciar cada sílaba – Achei que estivessem ocupados planejando o casamento.

– Não iríamos perder o almoço de domingo da mãe – o Victor dá um sorriso.

Correção: Não iríamos perder a oportunidade de alfinetar você com as nossas vidas perfeitas, Alice. Você não tem emprego, casa ou namorado!.

– Ótimo – digo saindo da cozinha ia ser um dia longo.

Entro no meu quarto e me direciono a minha escrivaninha onde meu celular estava carregando vejo se tem alguma mensagem do grupo, mas não tinha nada, o que me deixava aflita. Eu não podia sair de Los Angeles e ir pra Duskwood de uma hora pra outra, mesmo que estivesse me matando não saber o que aconteceu, deixo o celular onde estava, e vou em direção a minha estante.

Pego um livro que estava quase caindo da estante, minha mãe disse que ler era o meu passatempo preferido antes da queda, mas eu não lembro de ter lido esse livro. Na verdade não me lembro de ter lido nem um deles.

Eu tinha 18 anos, quando eu cai e bati cabeça da pirâmide das líderes de torcida, – de acordo com os meus pais – fiquei quatro meses em coma, não me lembro de muita coisa do ensino médio. Meu cérebro ficou um pouco danificado depois da queda, lembro apenas de algumas coisas, poucas pessoas. Não é o fim do mundo.

Eu lembro do ensino fundamental perfeitamente. Mas quando chega no ensino médio eu tenho que me esforçar um pouco pra lembrar.

Algumas fotos caem do livro são todas polaroides algumas são fotos dos treinos de lider de torcida, outras são de algumas paisagens.

Teve umas que me chamaram a atenção estavam riscadas com canetinha, porque eu precisei risca-las pra esconder completamente o corpo e rosto, de uma pessoa.

Sou interrompida pela minha mãe que grita chamado todos pra mesa. Coloco as fotos de volta no livro e o deixo em cima da escrivaninha.

O cheiro das enchiladas estavam predominando a casa, meu pai estava sentado na ponta da mesa e minha mãe estava ao seu lado, meu irmão e a sua noiva estava sentados na frente dela , sentei ao lado da minha mãe, como sempre.

Meu pai fazia perguntas sobre os preparativos do casamento e planos de engravidar, o que deixava a Cyn um pouco tensa.

E logo o meu irmão decide fazer a fatídica pergunta de todo domingo.

"Alice, quando vai ser alguém na vida?"

– Alice, quando vai por seu diploma de artes plásticas em prática?.

Geralmente eu o respondo com um simples "Eu não sei". Mas eu estava um pouco sem paciência.

– Victor, quando vai parar de ser um completo idiota.

– Eu estou apenas preocupado, espero que o pai e a mãe não tenham gastado dinheiro em vão, com a sua faculdade – sorri.

– Chega – minha mãe interrompe – por mais que tenha sido de certa forma indelicado da parte do Victor, o seu irmão tem razão.

– Mãe! – me retirei da mesa.

Não é como se eu não quisesse está trabalhando. Eu me formei a 6 meses, passei 3 meses procurando estágios ou ofertas de trabalho, e os outros 3 meses eu me ocupei procurando a Hannah.

Eu estava cansada de tudo, dos meus pais, do meu irmão, da Hannh, do Richy, do Jake, de tudo. Meu celular vibra e era ele.

JAKE

Eu estou bem!
Venha para Duskwood.


Eu juro por Deus, Jake Donfort
a primeira coisa que eu vou fazer
quando te conhecer é te dar um soco.

Através Do TempoOnde histórias criam vida. Descubra agora