" Lutar não é doloroso, o que dói mais que tudo é a solidão
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TAKEMICHI HANAGAKI
Era ela. Kira yamashita, a assassina mais cruel do Japão na atualidade. Uma reputação que só vai se expandir no decorrer dos anos, transformando-a em uma figura intocável no futuro. Uma sombra perigosa e implacável, alguém que irá carregar um destino sombrio por causa da maldade de uma pessoa. Aquela pessoa.
Mas a sua versão jovem, essa diante de mim, era impressionante. Ela exalava uma confiança que parecia abalar qualquer um ao seu redor. Inclusive Kiyomasa. Quando seu olhar frio encontrou com o dele, o sorriso arrogante que ele ostentava desapareceu. O medo tomou conta do seu rosto. Ele sabia quem ela era. Todos nós sabíamos.
E então ela me olhou, me faltou ar quando seus olhos recairam sobre mim. Gelei, quando um sorriso quase imperceptível moldou seus lábios em minha direção. merda. Se minha situação com esse idiota já estava ruim, imagina agora com ela. Estou ferrado. Muito ferrado.
Ela caminhou em nossa direção com passos decididos, cada movimento seu fazendo Kiyomasa recuar. Ele até tentou disfarçar, mas não conseguiu esconder o medo.
— O que você está fazendo aqui, Yamashita? — Kiyomasa tentou soar ameaçador, mas sua voz vacilava.
Ela não respondeu de imediato. Só o encarou com uma expressão fria, mas um pequeno sorriso brincava em seus lábios. Era como se ela estivesse se divertindo com o terror que causava. Meu estômago revirou. Yamashita, aqui, nessa época, ainda era uma incógnita para mim.
— Kiyomasa — sua voz soou baixa, quase doce, mas cada palavra tinha peso —, você está incomodando as pessoas? Ouvi dizer que anda causando problemas… de novo.
Kiyomasa engoliu em seco, recuando mais um passo.
— Não estou incomodando ninguém, Yamashita. — Ele recuou, tentando manter a postura e a escapar dessa situação.
Ela olhou para ele por mais um segundo antes de se virar para mim. Senti meu corpo inteiro tremer sob seu olhar. Naquele momento, senti a presença dela de forma diferente. Ela era intimidadora, sim, muito intimidadora. Mas era como se ela não fosse uma ameaça, não pra mim.
E isso me faz lembrar que ela, no futuro, se tornaria alguém cruel, alguém que eu sabia que teria que confrontar se quisesse salvar todo mundo. Mas ela também era alguém que, assim como Hinata e o pessoal, eu sentia que poderia salvar agora, antes que fosse tarde demais.
Ela caminhou até mim, seus olhos fixos nos meus. Meu coração disparou.
— Você, Takemichi, certo? — Sua voz era firme, mas sem a frieza que usava com Kiyomasa.
Assenti, incapaz de dizer uma palavra.
— quer minha ajuda ?— Ela ergueu uma sobrancelha, como se estivesse me avaliando.
