Capítulo 11

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Depois de aceitar a proposta maluca de Alex, o procurei e combinamos de nos encontrar na pracinha que sempre vamos, depois do treino para coordenar como seriam as coisas. Não posso simplesmente chegar dizendo que sou sua namorada se não sei quase nada sobre ele e vice-versa.

Estou tão nervosa com essa história, que meu estomago dói. Tento pensar que estou fazendo tudo isso pelo bem da nossa quadra e do time de basquete, mas tenho a sensação de que não é o único motivo, e não gosto nada disso.

Me meter com essas pessoas estranhas, com essa vida de luxo e glamour, é um risco total. Não conheço as regras de etiqueta, como devo me comportar diante de magnatas e pessoas ricas e soberbas. Terei que tentar ao máximo controlar minha boca, caso contrário, essa loucura será um problema em vez de uma solução.

Estaciono minha moto, vou até um dos bancos e sento observando os patos nadando na pequena lagoa. Uma risada sem graça escapa pela minha boca. Quem diria que eu, Marjorie Evans, fingiria que estou namorando a Alex Estensoro, um garoto que para todos os efeitos, compartilha um ódio mutuo comigo. Mas é como dizem, a vida dá voltas, nunca cuspa para cima.

Tento me distrair enquanto ele não chega. Odeio pessoas impontuais.

Passeio pela praça e tiro algumas fotos com meu celular. A câmara não é tão boa, mas eu adoro tirar fotos, então não resisto. Pego uma cena bem engraçada de um dos patinhos caindo no lago e uma gargalhada escapa pela minha garganta.

Fico com um pouco de peso na consciência por não trazer nenhuma comida para eles hoje, mas prometo que quando voltar, trarei o dobro.

Continuo tirando fotos e absorvendo a tranquilidade desse pedacinho de natureza no meio da cidade.

─Não sabia que gostava de tirar fotos... –Sua voz grossa surge bem perto de mim me assustando e causando arrepios ao mesmo tempo.

─Droga, Alex! Você me assustou! –Grito e dou um tapa no seu ombro. O garoto solta uma risada divertida e sinto que essa imagem vai ficar guardada na minha mente por um bom tempo. Alex tem um sorriso muito bonito, para ser tão ruim. Balanço a cabeça para sair dessa nevoa e caminho até o banquinho que ocupava minutos atrás.

─Não respondeu minha pergunta. –Diz sentando ao meu lado.

─Pensei que fosse uma afirmação. –Zombo e sua boca se curva em um sorriso de canto. ─E sim, gosto de tirar fotos, mas não sei se sou boa nisso... meu celular não tem uma câmera decente, então nunca vou saber realmente. –Agora quem solta uma risadinha sou eu. Não sei porque estou rindo, o que disse sequer foi engraçado.

─Hum... –Ele responde simplesmente e se vira, ficando de frente para mim. ─Então, o que você precisa saber da minha vida? Temos que ser o mais verossímil possível, senão ninguém vai cair nessa farsa.

─Ok. Do que você gosta? Do que não gosta, comidas preferidas, lugares que me leva para jantar essas coisas... –Começo mas percebo que ele não está prestando atenção em nada do que digo. ─Alex, se vai me deixar falando sozinha, melhor não continuarmos com isso, afinal foi você quem me pediu o favor.

─Desculpa, estava pensando em algumas coisas. –Responde sincero e balanço a cabeça com o cenho franzido. Ele anda bastante distraído esses dias, não que eu esteja reparando nem nada disso. ─Então, eu gosto de dançar, como já deve saber. Como qualquer coisa, menos comidas cruas. Hã, para saber aonde te levar para jantar, teria que saber que comidas você come...

─Também como de tudo, porém não gosto de nada cozinhado com sangue, o que mais gosto de comer é lasanha, não sou muito fã de doces, mas como de vez em quando... você sabe... quando estou naqueles dias. –Sinto meu rosto ficar quente e sei que deve estar mais vermelho que um pimentão. ─Moro com meus pais e tenho uma irmã chamada Emma. –Continuo. ─Eles trabalham praticamente o dia inteiro então tenho que cuidar dela as vezes. Mas ela é uma garota totalmente independente. –As palavras escorregam pela minha boca acompanhadas de um sorriso orgulhoso. Emma é e sempre será minha protegida. A menina dos meus olhos. ─E você, tem irmãos? –O pego de surpresa novamente. Aonde está sua cabeça?

Não é mais um Clichê Americano - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora