Capítulo 25

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Não consigo acreditar que Alex está parado aqui bem diante de mim. Uma saudade insana me invade e a vontade de abraçá-lo é tanta que tenho que me segurar.

Ele está tão bonito quanto eu me lembro, um pouco mais magro, mas mesmo assim manteve a sua beleza natural.

Ficamos em silêncio por vários minutos, absorvendo a presença um do outro, tentando entender esse momento.

Alex levanta a mão e toca meu rosto delicadamente, como se não acreditasse no que estava vendo. Suspiro ao sentir o seu toque e fecho meus olhos para segurar as lágrimas.

Como eu senti a sua falta.

— Deus... você está mais linda do que me lembro... -Sussurra olhando fixamente nos meus olhos.

Não sei o que responder, estou tão assustada que as palavras simplesmente não saem.

Estou parada igual uma estátua no meio do restaurante, conversando com aparentemente um estranho. Se meu chefe chegar a ver essa cena, com certeza serei despedida.

— O que faz aqui? -Consigo juntar as palavras e formar uma frase coerente, mas ela não sai como eu queria.

— Eu te procurei Marjorie. Precisava te encontrar, saber que estava bem... -Começa, mas para de repente. — Não acho que esse seja o lugar adequado para conversar. -Solta, coçando a nuca.

— Alex, eu estou em horário de trabalho, não posso sair agora, eu... -Tento arranjar uma desculpa esfarrapada para não lidar com ele agora, mas sou interrompida por Hellen, minha companheira de trabalho e neta de Joseph.

— Vai querida, eu te cubro! -Diz, praticamente me empurrando porta afora.

— Tem certeza? -Pergunto com medo. Não quero ficar sozinha com Alex, não agora.

— Claro, amiga. Vai!

Sem alternativa, acabo deixando o restaurante com Alex no meu encalço. Inconscientemente, toca minhas costas me guiando até a saída.

Meu corpo inteiro se acende apenas com esse toque e memórias de uma noite distante invadem minha mente.

Respiro profundamente, buscando forças para aguentar toda essa emoção sem desabar.

— Há algum lugar mais reservado por aqui? -Sua voz rouca interrompe meu momento de loucura.

— Si-sim. Há uma pequena praça atrás do restaurante.

— Ok.

Caminhamos em silêncio até o lugar, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Guio Alex até um dos banquinhos de madeira e ele faz um sinal para que eu me tome assento primeiro.

Cruzo as pernas e mexo no laço do avental branco, completamente nervosa.

Percebendo isso, ele segura minhas mãos delicadamente e as leva até os lábios, depositando um beijo carinhoso enquanto respira fundo.

Posso notar que assim como eu, seus olhos se enchem de lágrimas não derramadas.

Oh Alex, porque tinha que aparecer logo agora?

— Marjorie eu... não sei nem por onde começar. -Diz preocupado. — Eu fiquei tão preocupado quando você desapareceu. Te procurei todos os dias, Amanda me ajudou. Eu estava desesperado, precisava te ver, sentir o seu cheiro, seu calor... mas você não queria ser encontrada. -Posso sentir o aborrecimento na sua voz e me arrependo por alguns segundos de haver feito essa loucura, mas no final das contas foi necessária. — Eu juro que não quis te magoar, eu te amava, quero dizer, ainda te amo. Se não te contei sobre a quadra, foi justamente para não te perder, porque você começou a fazer parte de mim, e quando foi embora, eu me senti incompleto. Por favor, me perdoa Marjorie. -As lágrimas finalmente se derramam e me sinto culpada. Agi tão impulsivamente com um assunto que não tinha tanta importância, quanto o que tenho que lhe contar. Seguro firme nas suas mãos que tremem levemente e lhe dedico um sorriso envergonhado.

Não é mais um Clichê Americano - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora