Saio correndo do salão sem ligar para os olhares de espanto que me lançam.
As lágrimas escapam pelos meus olhos, escorrendo por minhas bochechas e se perdendo com o vento conforme corro pelas ruas movimentadas desse bairro desconhecido.
Eu sei que estou sendo dramática, mas caramba, eu nunca havia beijado ninguém e quando Alex colou seus lábios nos meus, algo em mim mudou. Eu não queria ter gostado tanto do seu beijo, mas não posso mentir, foi... mágico. E isso é o que me dá mais raiva. Eu não gosto de Alex, não queria beijá-lo, e o pior de tudo, não queria haver sentido o que senti.
Com os olhos encharcados, observo ao meu redor e não reconheço o lugar. Perfeito, estou perdida.
Mais calma, caminho até um pequeno banco e me sento. Pego o celular dentro da bolsa e estou a ponto de ligar para Amanda quando um carro estaciona bem na minha frente.
Alex caminha a passos decididos e se ajoelha ficando na minha altura.
─Vem, vou te levar para casa. –Coloca uma mão na minha perna e sinto um calafrio percorrer todo o meu corpo.
─Estava ligando para Amanda... –Minto e ele suspira resignado.
─Vamos Marjorie, não seja tão teimosa, não vou deixar que fique aqui sozinha a essa hora, é perigoso. –Insiste e tenho que reconhecer que ele tem razão.
Me levanto e começo a caminhar em direção ao carro, mas sou impedida por sua mão que segura firmemente meu braço.
─Me desculpa ok? Eu não sabia que você... eu...achei que não ligaria. Não queria te deixar desconfortável. –Diz Sincero e eu cometo o erro de olhar nos seus olhos e ver a culpa transbordando nos seus orbes caramelo.
─Nós tínhamos um acordo, Alex. Eu sei que também exagerei, mas você me pegou de surpresa e... –Suspiro e balanço a cabeça tentando organizar as palavras antes de botá-las para fora.
Como se soubesse como me sinto nesse exato momento, Alex me puxa para perto dele e me abraça apertado. Acabo não resistindo e contorno seu corpo com meus braços e ficamos assim por um bom tempo.
Eu nunca imaginaria que ele seria assim, quero dizer, que pediria desculpa sem precisar invocar um espirito primeiro.
Na escola, ele e Melina são os donos do pedaço, sempre mandando em tudo e em todos, mas depois de hoje, começo a pensar que talvez ele seja apenas uma marionete nas mãos daquela naja venenosa.
O calor que seu corpo transborda, me tranquiliza rapidamente e sinto uma vontade louca de ficar assim para sempre.
Depois de alguns minutos, nos separamos em um acordo mutuo e caminhamos lentamente de mãos dadas até o carro.
Como de costume, Alex abre a porta e entro, colocando o cinto de segurança.
Percorremos o caminho até a casa de Amanda em um silencio confortável, distraídos com os acontecimentos de hoje.
Ao contrário da ida, a volta é rápida e em questão de minutos paramos na frente do portão da casa da minha amiga. Escrevo uma mensagem a ela, que responde no mesmo segundo e abre o portão para que entremos.
Estacionamos ao lado da minha moto e Alex dá a volta para abrir a porta para mim, estendendo sua mão em uma ajuda para que saia do automóvel.
Caminhamos lado a lado e quando chegamos na porta ele segura minha mão e fica de frente para mim. Sinto que quer dizer algo, mas não tem coragem ou talvez não saiba como começar.
─Obrigada pela carona e pelo jantar, foi... interessante. –Digo quebrando o silêncio e ele apenas concorda com a cabeça.
─Marjorie, eu queria me desculpar novamente. Não sei o que deu em mim naquele instante.
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Não é mais um Clichê Americano - COMPLETO
RomanceDepois de quase entrar para uma gangue e ser descoberta pelo treinador Rogers, Marjorie ou Margo para os mais íntimos, ganha uma bolsa esportiva e acaba entrando para a escola particular mais cobiçada da cidade, o instituto Santa Helena. Ela se tra...