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Victoria Greene levou muito tempo para aceitar e compreender a existência de super-heróis ao seu redor. Ela tinha seus motivos para desacreditar que eles...
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P.O.V AUTORA
Victoria suspirou com tristeza ao observar a movimentação dos convidados, cada um tentando localizar um bom lugar no auditório antes do início da peça. Seus avós, tia May, seus amigos...mas sem o menor sinal de Peter Parker.
Ela não queria parecer pegajosa ou insistente, mas no momento tão significativo era óbvio que a presença de seu melhor amigo era de pura importância. Não fazia tanto sentido passar por tudo isso sem ter Peter para lhe aplaudir quando as cortinas se fecharem. O lugar entre May e Ned estava vazio, a poltrona intocada.
Suas mãos estavam gélidas, trêmulas e seu coração iria explodir a qualquer momento. Já devia estar acostumada a subir ao palco, mas toda vez a ansiedade levava o melhor dela. Victoria sorriu para uma de suas colegas, a maquiagem impecável e simples de Julieta estava pronta e os minutos até o horário de inicio da peça passavam com uma rapidez desumana.
— Você está linda.
Vickie ergueu o olhar para o espelho a sua frente, onde o reflexo de Harry Osborn foi avistado.
Romeu lhe caiu perfeitamente bem.
— Você não está nada mal — Victoria brincou, tentando se livrar do nervosismo.
— Seus avós estão bem na frente, chegaram cedo — Harry mencionou.
Se Harry pensou que dizer isso a faria se sentir menos nervosa, sua tentativa foi míseravelmente falha. Victoria sentiu todo seu corpo tremer de uma vez só, um arrepio percorrer sua pele.
— Ele vai aparecer, está cedo ainda e metade dos convidados não chegaram — o tom usado por Harry lhe trouxe um certo conforto.
A morte de Norman Osborn três meses atrás não afetou Harry da forma como deveria. Seu pai foi um homem importante na cidade e sua fortuna e fama foram reconhecidas pelo mundo todo. Fora um homem muitíssimo ocupado e a relação com seu filho acabava por ficar em segundo plano, e talvez por essa razão que Harry não sentiu o luto e a sensação de perda.
Era uma loucura pensar que Norman Osborn simplesmente havia falecido, da noite para o dia e tão inesperadamente. Era um homem saudável, pelo que Harry contou, e então durante uma noite seus olhos se fecharam para nunca mais abrir. Victoria se lembra muito bem da ligação de seu amigo pela manhã, do tom de voz calmo que o mesmo usava, parecia anestesiado.
Ela e Peter compareceram ao enterro. Uma cerimônia simples, com parentes e pessoas próximas. Por decisão própria, Harry não substituiu o pai na empresa como muitos esperavam que fosse acontecer. O jovem somente escolheu permanecer morando na mansão, sozinho.
