Capítulo 14

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"Então, Sir Carlton é o problema?" perguntou o tesoureiro.

"Sim."

Com a ocupação do ducado, todas as funções administrativas foram paralisadas. Além disso, Carlton selou os arredores do castelo e os que estavam dentro não podiam entrar em contato com o mundo exterior. As assembléias de grupo foram estritamente proibidas; não importa a crise, gafanhoto ou não, Luisen não tinha certeza se Carlton permitiria que as pessoas se reunissem sob o comando de Luisen.

"Olhando para a situação, não sei se ele vai ouvir."

Carlton foi muito, muito cuidadoso. Os senhores que uma vez seguiram o segundo príncipe eram inimigos definitivos, e os senhores que seguiram o príncipe Ellion eram aliados que em breve podem apunhalá-lo pelas costas. Luisen, que se rendeu por conta própria, pode ter sido crível, mas não incondicionalmente confiável. Ele pode ter deixado Luisen por conta própria, mas nunca baixou a guarda perto dele.

"E se eu deixar as coisas acontecerem? Há uma 'Chama do Espírito Santo' em cada propriedade. Eles não poderiam evitar a crise por conta própria?" Luisen perguntou.

"Isso vai ser difícil. Muitos dos homens jovens e fisicamente aptos foram convocados para o exército. Eles já estão com falta de mão-de-obra... a colheita levará mais tempo do que o normal e o dano será maior do que o normal."

"Umm... Entendo." Luisen não teve escolha a não ser pedir acesso a Carlton, embora não tivesse certeza se um homem que queimaria os campos dourados em um acesso de fúria se importaria com algo como uma praga de gafanhotos.

"Você tem um plano?"

"...Não é como se eu não tivesse um. Não se preocupe muito. Vou descobrir alguma coisa e volto" disse Luisen.

Luisen de alguma forma parecia confiável – o tesoureiro ficou internamente surpreso. "O senhor disse que vai consertar alguma coisa sozinho? Realmente... eu nunca pensei que esse dia chegaria."

Luisen nunca havia se esforçado para fazer nada por conta própria antes. Ele havia assumido a mentalidade de que a ordem natural garantiria que os outros ao seu redor cuidariam de tudo. Quando um inseto voou para o seu copo d'água, o velho Luisen não dizia nada, não jogava a água fora nem chorava. Ele apenas permaneceria em silêncio até que alguém percebesse o problema e o resolvesse para ele.

A inatividade tornou-se um hábito – havia tantos empregados na casa. Os olhos estavam constantemente sobre ele, atendendo aos seus desejos. Tardiamente, ele percebeu que esse padrão não era saudável e tentou dissuadir os servos, mas era difícil mudar um comportamento tão arraigado. O comportamento desconfortável dos criados foi parte da razão pela qual Luisen fugiu para a capital.

"Agora que penso nisso, é bastante incomum que o senhor ofereça a rendição pessoalmente", pensou o tesoureiro.

Algumas pessoas disseram que ele agiu impulsivamente por medo – a maioria dos conselheiros pensava assim. Mas pensando bem, Luisen não era o tipo de pessoa proativa, mesmo estando assustada.

"Dizem que as pessoas mudam em tempos de crise... talvez ele esteja amadurecendo."

"Não, é muito cedo para esperar algo dele. Eu não tenho ideia de por que ele está de repente se preocupando com gafanhotos, mas ele poderia ter inventado uma desculpa para sair debaixo do polegar de Carlton. Só o tempo irá dizer."

De repente, o tesoureiro se lembrou de algo.

"Pense bem – o território com o qual sempre estivemos em contato sobre a rota dos gafanhotos é administrado pelo Barão Laures."

"E aquele lugar?" Luisen perguntou.

"O senhor daquela região convidou Carlton para uma refeição e deliberadamente o manteve esperando por meio dia. Em última análise, ele morreu por ter seus membros arrancados."

Circumstances Of A Fallen Lord (PT-BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora