One shot

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"Tudo que acontece com você, é o que você merece."


Vou começara acreditar nessa frase. O que estava acontecendo naquele instante comigo, foi todo o resultado do meu medo, receio ou covardia.

Eu o amava, sim, eu o amava e muito.

Mas eu não poderia ter ele, porque ele era de outra pessoa. Minha culpa? Lógico, que era a minha culpa.

Tentarei explicar do começo essa situação.


Eu e Gerard Way nos conhecemos no ensino médio. Ele era aquele menino que desenhava abaixo da árvore do pátio, sozinho. Na verdade, parecia que ele não se importava com nada no mundo, além de seus desenhos. Isso, estranhamente, me encantou. Decidi falar com ele, sentando ao seu lado e puxando assunto sobre os seus desenhos.

Ele não me respondia nada. Na verdade, respondia. Mas nada mais que "hm", "Okay", "sim", palavras de pessoas que não prestam atenção no que você diz.

Eu fiquei desanimado naquele dia. Pensei que ele nunca me daria atenção, já que eu era apenas um menino baixinho e sem graça do colégio.

Mas no dia seguinte ele me chamou, na hora do intervalo, porque ele queria me desenhar. Um desenho que eu guardo até hoje e acho que ele nem lembra que fez isso um dia.


Começamos a nos encontrar toda a tarde, após a escola. Ou ele ia na minha casa jogar videogame ou eu ia na casa dele, tocar violão. Ele tentou aprender um pouco comigo, mas era péssimo. Então, ele cantava. Mas tudo que ele fazia, pra mim, era perfeito. De quando ele errava uma música no violão até onde ele acertava o melhor tom possível de uma canção. E foi ai que eu percebi que estava apaixonado pelo meu melhor amigo.

O que eu poderia fazer? Nada, lógico. Eu não fiz nada. Guardei esse sentimento que machucava meu peito todo dia que eu me despedia dele e apertava meu coração com força toda vez que ele me dava oi. Se a gente ficasse um dia sem se falar, eu me sentia incompleto.


E nisso, eu levei esse sentimento até a nossa formatura. Nenhum dos dois queria ir, mas nossas mães nos obrigaram, falando que era uma passagem obrigatória da nossa adolescência pro lado adulto, etc.

Convidamos duas garotas bem aleatórias da escola, somente para nos acompanhar. Enquanto minha mãe me levava pro local com a menina que escolhi ao qual nem lembrava o nome, Gerard já estava lá me esperando na porta com seu par também.

Ele estava lindo. Incrivelmente lindo. Ele estava com um terno azul, que combinava com o preto de seus cabelos e seus lindos olhos verdes. Lógico que ele não usaria um terno normal ao qual eu também não usei. O meu terno era preto com vermelho, e quando ele me viu, sentir ele respirar aliviado. E eu também fiz o mesmo. Com certeza eu estava lá somente por ele ou por minha mãe que me obrigou.


Passamos a noite toda em quatro pessoas, se Gerard fosse pra algum lugar pra buscar bebida com seu par, eu também ia com a garota que eu estava. Eu parecia o cachorrinho dele, eu sei. Quando a gente foi dançar, a garota que estava comigo tentou roubar um ou dos beijos meu, mas eu sempre recusava. Fiquei surpreso de alguém querer me beijar, mas não era quem eu realmente desejava.

Depois de tanta recusa, ela puxou a amiga, que era par do Gerard pro banheiro, retocar a maquiagem. Eu tentava entender o porque disso se ela parecia "rebocada" de base o suficiente naquela noite. Mas eu aproveitei o momento para fugir com Gerard. Perguntei se ele queria passear lá fora do local, já que eu sentia muito calor com aquele terno. Ele concordou e saímos de lá. Andamos por uns quatro a cinco quarteirões, e eu pensava se as meninas ainda procuravam a gente na festa ou desistiram. Gerard parecia que não pensava nelas e na verdade, em nada.

Nunca maisOnde histórias criam vida. Descubra agora