Querida Madrasta - Supercorp

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Pov Kara Danvers

Eu não podia fazer absolutamente nada a não ser abraçar Lena e dizer que iria ficar tudo bem, mas a verdade absoluta é que as coisas só iriam piorar. Eu não iria simplesmente reatar um casamento fracassado, nem todo o tempo do mundo iria resolver nosso problema; eu não tinha o menor interesse nisso e Lionel muito menos. Aquilo tudo era fingimento e falsidade, ele estava pouco se fodendo pro nosso casamento, estava mais preocupado em voltar a Metrópolis e se afundar no trabalho, era o que ele fazia de melhor. Eu tinha coisas mais importantes para me preocupar, por exemplo, com Lena chorando nos meus braços. Ela sim era algo que valia a pena me preocupar.

-Eu sou um lixo. - ela murmurou, meu coração doía ao vê-la daquele jeito, tão abalada emocionalmente e por minha causa.

- Ei, não fala assim. - comecei andar com ela até meu quarto e me sentei na cama.

-Eu juro que não sei o que fazer.

- Você não precisa tomar nenhuma decisão agora. Mas aconteça o que acontecer, estarei aqui por você, se você me permitir. - ela assentiu com um sorrisinho de agradecimento nos lábios - Mas agora, não quero ver você assim, o que eu posso fazer pra te animar?

- Não quero ficar animada. Eu só quero ficar quietinha.

-Posso ficar quietinha com você? – perguntei, afinal, eu não sabia se ela ainda queria minha companhia, ela tinha direito de querer me afastar.

-Pode. - respondeu sorrindo fraco. -Mas aqui não, tudo tem cheiro do meu pai. – fez uma careta e se levantou segurando minha mão para que eu a acompanhasse.

Já no quarto dela e depois de um banho relaxante que tomamos juntas e que eu tive de me segurar o máximo pra manter minhas mãos longe do corpo dela, resolvemos assistir um filme. Lena  avisou logo que iria acabar dormindo e eu apenas concordei, o importante mesmo era estar ao lado dela.

Dito e feito, nos quinze primeiros minutos do filme ela pegou no sono, deitada no meu peito enquanto eu brincava com o cabelo dela.

(...)

Alguns meses já haviam se passado e eu ainda não conseguia definir de fato o que Kara e eu éramos. Nosso relacionamento era completamente instável, tanto faz estarmos bem quanto no segundo seguinte estarmos brigando.

Havíamos nos afastado bastante, não porque eu queria, pois sempre tentava dar um jeito de nos aproximarmos; o problema era Lena e a falta de interesse da parte dela. Eu sabia exatamente o que queria, mais do que nunca eu estava disposta a deixar o medo de lado e me arriscar naquele relacionamento, diferentemente dela que sempre fugia quando eu tocava nesse assunto.

Lionel e eu vivíamos em um pé de guerra, ele em Metrópolis e eu aqui e mesmo assim conseguíamos brigar a todo momento, seja por mensagem de texto, ligação, facetime, carta, pombo correio, qualqu de coisa. Eu já havia pedido o divórcio, estava com os papéis e só estava esperando a hora certa pra entregá-lo. Ainda não sai da casa dele por conta de Lena, aquela era a única forma de nos vermos e já nem era tão eficaz já que ela conseguia fugir de mim sempre que podia.

No momento, eu estava me arriscando a fazer o jantar, eu era péssima cozinheira mas estava tentando a todo custo agradar Lena. Queria fazer algo especial, na varanda a luz de velas mas o clima não estava muito agradável, o vento frio iria apagar todas as velas e acabar com meu jantar perfeito. Eu estava fazendo com todo o amor, arrumando a mesa com taças e pratos novos, como se fosse o nosso primeiro encontro, eu realmente queria impressiona-la.

Já estava tudo pronto, camarões ao molho branco encima da mesa e minha taça de vinho pela metade. Eu já estava ficando entediada e cansada de esperar, a comida estava esfriando e já se passavam das nove. Eu entendia tinha compromisso com a faculdade e depois de que dela ter mudado para tempo integral ela ficava ainda mais sobrecarregada e eu estava me esforçando muito pra manter a minha pose serena e não surtar com toda essa indiferença.