No Control • Gabigol

• Segundo •

•••••• Narração: Gabriel ••••••

Hoje foi um dia de treino pesado no Ninho e mesmo assim decidi treinar também na academia de casa. Nada mais justo do que jogar um FIFA com a galera do time aqui em casa depois de tanta coisa que fiz. Marcamos no grupo e eu me arrumei pra aguardar eles.

Maya entrou no quarto e veio com um papo estranho sobre o Thiago, meu colega de time. Eu conheço ela o suficiente pra saber que tem caroço nesse angu. Mas, como um bom amigo, decidi ajudar.

Ela tá vestindo uma camisola florida que eu me vi no dever de pedir pra ela trocar, já que logo logo os meninos estariam aqui. Homem conhece homem. Sei que quem pode e até quem não pode, olha para ela. E quero evitar isso.

Não sei direito explicar o porquê, talvez seja só por proteção. Maya já sofreu muito por aí. Inclusive com o ex namorado dela, o Ricardo. Não quero que ela sofra novamente.

Assim que ela levantou da minha cama para ir no quarto trocar de roupa eu ouço a campainha tocar. Ao abrir a porta do quarto vejo Maya correndo em direção a porta principal.

PUTA QUE PARIU. Com todo o respeito a Dona Luiza, mãe dela.

Olho para aquela figura pequena que não tem ideia da raiva que vai me fazer se abrir a porta. E ela me olha de volta com um meio sorriso, daqueles que avisa que vai aprontar.

E ela apronta mesmo.

Tarde demais. A porta é aberta e logo vejo a feição de todos os convidados. Rodinei é o primeiro a falar, já insinuando que somos um casal. Não somos. Todos sabem que não. No fim, eu já acostumei e não me incomoda nenhum pouco.

— Não estão atrapalhando nada, pelo contrário, podem entrar. A Maya já estava indo para o quarto dela. —  pirragueio e olho para Maya, que nessa altura do campeonato já deu espaço para os meninos entrarem.

Percebo a rápida troca de olhares que ela e Thiago trocam fazendo ela sorrir envergonhada.

AÍ TEM COISA.

— É galera, hoje vocês não vão ter a graça da minha presença. — ela joga o cabelo para o lado fazendo charme, e como sempre, toda a atenção é voltada para ela.

— Ah não, Ma. Fica aqui com a gente. A gente vem aqui mais por causa de você do que por causa do Gabi. — Arrascaeta ousa jogar uma dessas na MINHA frente e ainda chamar ela de "Ma". Ele não tinha voltado com a Camila? Logo, solto uma careta.

— E agora eu só vou na sua casa por causa da Camila, Giorgian. — Ma solta essa totalmente cínica fazendo todos rirem. — Tô brincando, amigo. Eu sei que vocês me amam, mas eu trabalhei o dia inteiro e preciso descansar, outro dia marcamos algo com todos. Com as meninas e afins. Mas agora só quero minha cama. — ela olha para os meninos que já se acomodaram no sofá, e por fim olha para mim, soltando uma piscadinha.

— Vocês são extremamente puxas-saco dessa mulher, como podem. Nunca vi igual. Ela respira e vocês veneram! — me pronuncio finalmente e a única mulher na sala coloca as mãos no busto um tanto desnudo fingindo estar ofendida.

— Ciúmes, Lil Gabi? — Filipe decide puxar meu tapete, enquanto todos os outros olham curiosos esperando minha resposta.

— Claro que não, velhinho. Só acho engraçado mesmo. — não convenço, pois não somente Maya como todos ali presentes sorriem.

— Sei... — ele passa as mãos no cabelo mantendo o sorriso cínico.

— Não liguem pro Gabriel. Nessa conversinha dele acabou que eu nem cumprimentei nenhum de vocês. Falta de educação da minha parte. Assim como vão continuar puxando meu saco? — ela sorri debochada. Parece que me vi nela.