• Décimo Sexto •

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Dia do jogo de volta da semi-final da Libertadores.

•••••• Narração Maya ••••••

Eu e a Dhiovanna resolvemos quase tudo que estava ao nosso alcance para o meu aniversário e na primeira oportunidade ela fugiu pra Santos. Hoje é dia de jogo importante da Libertadores e estava contente em poder ir assistir junto do Gabriel, já que ele foi poupado nesse jogo pra jogar a final.

Thiago também não vai jogar e me mandou mensagem me convidando pra sair depois do jogo e depois dormir lá.

Confesso que mesmo não gostando desse negócio de ter que me esconder em público, o nosso lance tá bom demais.

Olho para o relógio e já são 17:45, e eu queria sair daqui cedo em direção ao Maracanã. Dia de semi final da Libertadores o trânsito fica maluco.

Nesse momento tô deitada no sofá da sala olhando o Instagram e como sempre já estou arrumada e esperando o homem que mais demora pra se arrumar nesse Rio de Janeiro.

Decido subir para ver se Gabriel já está pronto e é óbvio que não está.

Como ele sempre faz quando entra no meu quarto, eu entro sem bater.

A cena que eu vejo me deixa um tanto perdida. Perdida nas tatuagens descobertas, principalmente o 9 que começa embaixo do umbigo.

Até meses atrás isso não teria acontecido, não porque eu não acho o Gabriel lindo, porque ele é.

Mas agora o sentimento é diferente, o modo como meus olhos o exergam é diferente. E eu não consigo entender. Não consigo lidar.

Toda aquela cena que antes era cotidiana, ver o Gabriel sem camisa era cotidiano, seja banhando na piscina, na academia, ou qualquer outro momento do nosso dia, afinal moramos na mesma casa desde 2019 e somos amigos desde os 12 anos.

Agora parece tudo, menos cotidiano, e me deixa arrepiada, me causa taquicardia, me traz sentimentos que eu não faço ideia do que significam.

— Alooooow, terra chamando Maya. — acordo do transe com o Gabriel ainda sem camisa passando estalando os dedos de uma mão na frente do meu rosto e a outra mão na cintura, o sorrisinho cínico não nega que ele percebeu que eu tava quase babando ao olhar pra ele.

— Acho que me perdi nos meus pensamentos. — tento contornar a situação fazendo o Gabriel gargalhar.

— Ih, eu sei que sou gostoso, Ma. Não precisa ficar com vergonha de admitir que tava me secandoooo. — reviro os olhos enquanto ele mantém o sorriso sacana lá. Maldito.

Isso é um jogo comigo, universo? O ego do Gabriel bate na lua.

— Ah me poupe, Gabriel. Você sabe que eu nunca vou admitir isso. Egocêntrico. — ponho as mãos na cintura e me inclino para frente o desafiando.

Ele chega perto o suficiente de mim, sinto o ar fugindo dos meus pulmões.

— Você não precisa admitir, princesa. Eu vi com meus próprios olhos, e pra mim é isso que importa. — ele sussurra perto suficiente do meu ouvido e estala a língua no céu da boca, dando uma leve risada logo em seguida.

E eu? Eu fico lá, estática, totalmente arrepiada. O sorriso desse idiota logo depois deixa tudo mais sexy e me deixa ainda mais sem ar.

Qualé, preciso pelo menos tentar disfarçar todas essas sensações que ele tá causando em mim. Então procuro concentração de onde não tenho e me tento me manter posturada.

No Control • GabigolOnde histórias criam vida. Descubra agora