Destruindo Concorrentes e Minha Sanidade

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Adora tomava tranquilamente uma caixinha de suquinho. A sala dos professores estava quase vazia, apenas Scorpia e Perfuma estavam lá. As duas conversavam baixinho no sofá do outro lado da sala. A loira sorriu consiga mesma, se fosse ter um casal aqui, com certeza, seria aquelas duas.

Tudo estava calmo na escola. Estavam no começo de julho, Adora já estava há dois meses trabalhando na escola, mas isso não impedia de Catra a chamar de novata. Daqui algumas semanas vai começar as férias no meio do ano. Adora mal esperava para relaxar um pouco e ir visitar sua família.

Ela olhou para a cafeteira na bancada. Era inevitável não lembrar de Catra e de todos os momentos que elas passaram. Todos os dias, Adora saia mais cedo para buscá-la e, no final do dia, levá-la de volta para casa. Nas terças e sextas, as duas colocavam a bicicleta de Catra no porta-malas para a morena ir embora sozinha — mesmo Adora tendo que sair em disparada da sala de aula para chegar até o carro e tirar a bicicleta para Catra. Todas as histórias com um toque de comédia que Catra contava. Teve uma que Adora saiu chorando de rir, por sorte estavam com o carro estacionado no prédio de Catra. A história? Da vez em que Scorpia se perdeu e conseguiu parar do outro lado da escola e foi encontrada falando que entrou em outra realidade.

Durante os intervalos, Catra sempre sentava do seu lado para conversar. Adora já contou onde estudou, porque quis ser professora e diversas outras coisas. Mas o que deixava a loira curiosa, era que Catra não falava muito de sua família. Na verdade, não falava nada. Adora até mencionou as partes constrangidas de sua família. De qualquer jeito, não podia pressionar, porque até Adora não contou uma coisa: o motivo de ter saído da antiga escola. Ela não falava sobre isso. Preferia esquecer e continuar a vida, mas as lembranças do diretor ainda voltavam. Ela tinha sorte de ter saído cedo de lá, de ter pedido demissão.

A porta é aberta de repente, Scorpia e Perfuma pararam de conversar, Catra entrou em passos largos. A morena estava com a mão na barriga, parecia sentir dor. Ela andou até a pequena geladeira e retirou de lá a marmita de Adora. Bem, o resto da marmita. Voltou e sentou do lado da loira. Adora soltou um sorriso discreto. Desde que tinha descoberto que Catra comia um pouco da sua marmita, ela começou a deixar uma parte para a morena comer.

Catra tirou a tampa e viu o resto da comida, ela se virou para a loira e sorriu. Adora soube que aquele sorriso foi um agradecimento. O que ela não sabia era o sacrifício que Catra teve que fazer e, por causa disso, ela iria passar fome.

— Tá bom? — Adora perguntou ainda sorrindo. Estava cada vez mais difícil não sorrir perto da morena.

— Tá de brincadeira, né? — Catra olhou para ela. — Tá uma delícia. — Ela comeu mais um pedaço.

Adora observou a outra comer, o cabelo caído de um lado, o jeito que fechava os olhos para sentir melhor o sabor.

— Parem tudo! — Mermista entrou na sala gritando. Ela andou rápido até a mesa onde Adora e Catra estava. — Vocês têm concorrência! — Ela passou o celular para as duas. Na tela mostrava o site da competição da escola, tirando os nomes de Catra e Adora, havia mais dois nomes lá.

Catra estava com 47 pontos, Adora com 49, Flutterina com 15 e Double Trouble com 19.

—  Eles chegaram de mansinho, menina! —  Mermista falava agitada. — Colocaram os nomes no site e, de repente, BUM! —  Ela mexeu as mãos, imitando uma explosão. 

— Quem são esses? — Adora perguntou. Ela não reconhecia os nomes.

— São os professores da outra parte da escola. — Catra respondeu e comeu mais um pedaço.

—  São os demônios que vocês vão ter que expurgar! Como no livro “Fogo do Inferno”. —  Mermista disse com uma voz assustadora. Adora começou a duvidar dos livros que ela lia.

Aprendendo a Amar - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora