A Dona da Cafeteira

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Primeiro dia bom, resto da semana uma loucura.

Adora estava calma por fora, a definição de uma professora que sabe o que faz, por dentro, ela não sabe o que fazer.

Já se passou uma semana desde seu primeiro dia. E de lá para cá, ela se tornou uma pessoa multitarefa. Era arrumar conteúdo para as aulas, atividades e tentar ter uma boa saúde e um bom relacionamento com seus alunos. Tudo junto.

Agora ela andava pelos corredores, algumas salas ainda estavam tendo aulas. Ela passou andando olhando algumas que tinham professores explicando. Viu Netossa, a professora de Matemática, explicando com ferocidade onde encontrar o x.

— Vocês pegam o raio, pegam os catetos e PAH, PAH, PAH. — Ela batia o giz com força na lousa. —  Junta com essa fórmula aqui e BUM! X é 2. — Ela termina, com um sorriso vitorioso no rosto. A sala inteira exclama ohh em compreensão e admiração.

Adora acabou rindo sozinha, gostava de observar a dinâmica dos outros professores. E já estava meio que por dentro das fofocas dos alunos sobre os professores. Sabia que Mermista, a professora de Química e a mulher dos livros de mistério, pegava pesado com os alunos, mas conseguia deixar o clima leve enquanto mandava dez atividades. Nem os alunos entendiam o equilíbrio daquela mulher.

Isso sem mencionar as fofocas sobre a grande professora de Educação Física, Catra, que sempre inventava técnicas novas de aprendizado. Se você escutasse gritos de guerra ecoando pelo corredor, já sabe que alguma sala está indo para a quadra ter aula com Catra.

Adora não aguentava aquela mulher.

Mas não era hora de pensar nisso.

Adora andava direto para a saída, o único lugar que não tem como errar o caminho. Ela já conseguiu ver os grandes portões da escola, estava quase saindo se não fosse parada por Scorpia.

— Adora! Hola, tá ocupada? — Por ser professora de Espanhol, às vezes Scorpia mandava palavras (ou até frases inteiras, se estiver nervosa) em espanhol. Adora meio que já se acostumou. Nem tanto, mas tá quase lá.

— Na verdade, estou de s--

Scorpia a interrompeu.

— Que bom! Vem comigo! Você tem que ver isso.

Não ia ser hoje que Adora chegaria cedo em casa. A animação de Scorpia fez a loira continuar quieta e só seguir a grandona para a parte externa da escola. Mas a loira não podia reclamar, até agora não tinha feito nenhum progresso de se aproximar com os outros professores. Ela só conversa com Perfuma, Scorpia, Hawk e, para sua surpresa, às vezes Catra. A cada frase que a morena solta ou termina com “loirinha” ou “novata”. Adora já estava quase enfiando as duas goela abaixo da outra.

Adora pensou que ia ser difícil encontrar a quadra, mas até que estava está em um lugar bem óbvio. Fora da escola. Ocupando quase todo o terreno. Não tinha erro.

Tinha um campo de basquete e uma quadra para vôlei. Assim que Adora chegou, ela já podia ver os alunos correndo para lá e para cá.

Era rouba bandeira.

E lá estava Catra, acompanhando a garota que corria com a bandeira para seu território enquanto fazia uma sessão de perguntas das quais se ela errasse terá que soltar a bandeira. Era criativo, isso não podia negar. Mesmo assim, Adora sentiu dó da garota, imagina toda a pressão que ela deve estar sentindo tendo que responder um interrogatório e levar a bandeira até o outro lado.

Adora observou Catra correndo no mesmo ritmo que a garota, lançando perguntas sobre quais são os cinco estilos de aeróbicas. Sem controlar seus olhos, a loira olhou os cabelos volumosos voando enquanto ela corria e por cinco segundos olhou as pernas rápidas de Catra. Mas logo fechou a cara. Por que? Bem, nessa última semana, Adora foi de impressionada para homicida com a morena.

Aprendendo a Amar - Concluída Onde histórias criam vida. Descubra agora