Ir para um mundo fictício nunca passou pela cabeça de Park Jimin. Embora ele fosse fã do HQ ele tinha a mente focada, era muito cético para acreditar em mundos alternativos.
Mas se eu lhes disser que este quadrinho chamado Lives In Reverse não é um...
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A vida é um campo de urtigas onde a única rosa é o amor. ~ Victor Hugo
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P A R K J I M I N
Esperamos nosso almoço no restaurante. O movimento é ameno, algumas pessoas estão sentadas ao longe almoçando sozinhas ou com alguém às acompanhando. A mesa que pegamos fica encostada na parede de vidro, dando para ver as pessoas caminhando e os carros passando. Minhas mãos estão entrelaçadas em cima da mesa, fico olhando para o lado exterior tentando concentrar-me em algo que não fosse o personagem fictício e nas coisas que ocorreram nesta manhã.
Jungkook não me olha e nem tenta puxar assunto, estamos assim desde que vimos às casas sendo "engolidas por uma cratera" que sumiu e o ambiente que havia sido destruído estava intacto. Como se nunca tivesse ocorrido aquele evento. Sei o que vi, nós dois presenciamos o episódio da tragédia.
Se analisarmos nossos lados, posso dizer que Jungkook está desordenado, confuso e se perguntando o que viu, delírio ou real. Eu o compreendo, já passei por essa fase quando entrei nos quadrinhos pela primeira vez, às vezes começo a indagar se estou num sonho ou delirando.
Mas aí é que está o X da questão, Jungkook não sabe que vive em um Gibi.
Tenho conhecimento (limitado) das coisas que acontecem dentro deste mundo. Muitas coisas estão acontecendo no universo fantasioso de Lives In Reverse e deixando-me confuso, não sei se alguém está escrevendo, controlando as cenas que sucederam a seguir ou ele irá se autodestruir pela presença incomum na história (no caso eu e meus amigos) e manda sinais de seu fim.
O almoço é servido pelo garçom, suco de laranja está acompanhado. Agradeço ao funcionário. Rasguei o plástico que protege os talheres. Jungkook não tocou no prato, continua com o olhar vago e a mente longe, seus olhos não têm um foco, demonstrando a falta de clareza e insegurança.
— Jungkook — O chamei, mas ele não se move — Jungkook.
Ele acorda do transe piscando os olhos, focando no presente.
— O almoço.
— An?
— A comida já foi servida.
— Ah sim! Eu tenho que comer — Ele rasga o plástico servindo-se com a comida — Merda, veio carne — Exclama mexendo com o garfo no pedaço bovino assado.
— Você não come carne?
— Não, sou vegetariano. Quer ficar com a carne?
— Pode ser — Estico meu prato recebendo o pedaço — Não sabia que era vegetariano — Revelo curioso com mais um dos fatos desconhecidos sobre o personagem fictício.
