Confissões em tons de limão | TAEKOOK.

Prólogo.

É, finalmente havia chegado no último ano do ensino médio, essa realidade deixava Jungkook triste e animado ao mesmo tempo, ele iria sair daquele inferno de vez! Sabe qual era a parte mais melancólica? Todas, iria ficar sem Jimin chorando por ter sido iludido pela décima quinta vez, sem conversas animadas com as tias da cantina, ele iria sentir falta de tudo, ainda mais do gatinho amarelo, chamado Kim Taehyung. Jeon penteava seus fios morenos com agressividade por culpa do atraso, sendo vigiado por um garoto com cabelo loiro médio, que batucava o pé no chão sem parar.

── Dá pra ir mais rápido? A gente tem uma missão impossível que é não sentar no fundo da sala. - Disse Jimin impaciente, fazendo o moreno bufar, jogando a sua escova roxa em cima da cama e correr para fora do cômodo.

Jeongguk fez tudo o que era preciso para ficar apresentável, se despediu rápido dos seus pais e sinalizou para Park que iriam embora - o louro admitia que iria ficar careca se esperasse mais - andaram com calma até seu destino final, localizado bem próximo dali. O moreno sentia estar vivendo em nostalgia, presenciava a brisa da manhã se espalhando pelo ambiente e lhe trazendo calmaria, era como uma volta no tempo.

── Aí Jeongguk, se a gente tiver que sentar lá no fundão, eu quebro essa tua fuça. - Proferiu irritado, apontando para o outro enquanto apressava os passos.

── Não tenho culpa. Entre ficar feio e míope, você escolheria o que? - Retrucou, sendo correspondido por um olhar furioso do outro.

Ao alcançar o portão, Jeongguk pode ver a figura de Taehyung no fundo do pátio, conversando com um grupinho de geeks. Aquele garoto era encantador mesmo estando numa multidão, ele era inconfundível com seus fios claros, mandíbula marcada, braços levemente musculosos, acompanhado por um olhar penetrante e acessórios que o destacavam por inteiro. De repente, seus olhares se encontraram por milésimos segundos, sendo distanciados pelo som do alarme que ecoava por todo o pátio, fazendo o moreno sair correndo pra a sua turma.

Não existia tampa de caneta que conseguiria sobreviver ao lado de Jeon, a cada segundo ele ficava ainda mais ansioso. Os horários entre as aulas estavam se passando rápido até demais, talvez o motivo fosse que Jeongguk só se preocupava com um momento naquele dia, a hora em que aconteceria sua confissão, não era a primeira e nem a última vez que se renderia por aquele maluco.

E quando menos esperava, o alarme soou novamente.

⊱─────⊰✯⊱─────⊰

── Para de encarar ele, Jungkook. ─ Disse Jimin, tirando o outro de seus devaneios.

Eles estavam sentados próximos a janela do refeitório, que dava uma vista direta para o pátio. E lá estava o gatinho amarelo com seu riso contagiante, por qual motivo ele parecia ter sido planejado por algum escultor grego?

── Hã? ─ Encarou surpreso com seus olhos de jabuticaba e voltou beber o suco de caixinha que estava em sua mão, mesmo estando totalmente perdido no mundo real.

── Você, Jeon. Fica encarando o garoto vinte e quatro horas por dia, e não faz nada a não ser mandar bilhetinhos escritos "você está muito lindo hoje, hyung" - insinuou usando uma voz infantil, causando irritação no outro - Se quer conquistar ele algum dia, vai ser que fazer muito mais do que fazer cartinhas de amor em anonimato.

── Você acha que é fácil? Então usa os seus conselhos como exemplo pra si mesmo ─ retrucou, saindo do refeitório e indo em direção a sua sala.

Correu direto para a sua carteira, abriu o estojo, pegou sua caneta preta e um conjunto pequeno de post-its em formatos de corações, coloridos em verde-lima

"O brilho do seu sorriso deixa até mesmo o sol enciumado, sabia? ─ Seu admirador secreto."

Colocou algumas carinhas no bilhete e o fechou, voltou ao seu trajeto chegando corredor principal, onde ficavam os armários, olhou para em todos os lados para ter certeza de que ninguém iria reparar o acontecimento. Até que enfim, estava em frente ao depósito de tralhas do garoto que mais desejava, se posicionou para jogar o papel dentro da pequena brecha que havia ali. A adrenalina estava correndo em suas veias, ele tinha prática disso fazia muito tempo, era impossível ser pego por algum colega naquele horário, já que todos estavam no refeitório ou andando pátio. Com a certeza de que não havia errado o armário e pronto pra jogar o papel, algo fez seu plano ir em vão.

── Perdeu algo no meu armário, chefinho? ─ A voz rouca soou em seus ouvidos, ele sabia muito bem quem era o dono, por isso continuou paralisado, tudo que queria era se trancar em alguma daquelas latas e jamais sair. ─ Vai ficar ai parado sem dizer nada?