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Oi amores, esse capítulo vai ser mais curto e divido em dois, achei que assim ficou melhor para o desenvolvimento da história. Acho que vou soltar o outro capítulo nessa sexta, talvez antes se vocês comentarem bastante...

Boa Leitura. 

25, Novembro, 2018.

A última corrida da temporada, circuito de Abu Dhabi. Hamilton já tinha ganhado a temporada pois a diferença de pontos entre ele e Styles era alta demais, então a disputa era entre o segundo e terceiro lugar, pelo qual Styles, Leclerc e Vettel lutavam. Louis estava no sexto lugar na temporada, se tivesse uma boa corrida em Abu Dhabi poderia acabar ficando em quinto.

Tomlinson estava nos fundos do grid fumando. Tentando se acalmar e se preparar pra corrida. Ultimamente tinha pensado muito sobre seu futuro depois que a fórmula 1 chegasse ao fim. E a verdade é que ele não tinha plano nenhum, não sabia o que era além de piloto. Sua vida inteira foi olhar carros dando voltas e voltas na pista. O que era Louis sem isso?

Ele tragou o cigarro e fechou os olhos. Deus, como ele desejava que seu pai estivesse aqui. Ele só queria um conselho.

— Louis — A voz era conhecida. Styles.

Tomlinson cogitou deixar o lugar sem falar nada. Estava prestes a fazer isso, até que o outro piloto continuou.

— Pelo amor de Deus, me escuta — A voz dele era desesperada.

— Te escutar? — Louis respondeu gritando.

— Eu sinto muito

— Me poupe da sua dó. Não venha até aqui fingir que você não sabia

— Você acha que eu faria aquilo? Você realmente acha que iria acabar com você por diversão? — A voz de Harry mostrou quão frustrado ele estava.

— Não por diversão, por aprovação — Louis respondeu e tragou o cigarro com mais raiva. Ele não estava olhando diretamente para Harry mas sabia que ele estava machucando Styles, sabia que ele estaria com a testa franzida, sabia que seus olhos estariam furiosos e cheios de água.

— Que porra você tá dizendo?

— Por favor, Styles, pensei que você fosse mais esperto. Toda essa palhaçada, as mensagens, encontros, sexo, tudo isso, você usou pra se aproximar de mim e ai quando eu abaixo minha guarda o que você faz? Me põe nessa merda gigantesca e ganha popularidade em cima do meu maldito nome e sabe o que é mais ridículo sobre tudo isso? Você não precisava! Você já tinha tudo que precisa pra ser um bom piloto! Mas você queria mais, queria fazer com que pelo menos uma puta vez seus pais olhassem pra você com orgulho! Tudo isso porque você nunca se sentiu amado suficiente porra!

Harry estava chorando.

— Você acha que eu sou tão podre assim, Tomlinson? — Ele parecia quebrado. Louis se arrependeu nesse mesmo instante por ter dito tudo isso.

— Me deixa em paz, Styles

— Você nunca vai ser como seu pai. Não importa quanto você tente. E eu vim tentar pedir desculpas pelos problemas que aquela situação te causou — Harry confessou — Acho que você deveria abandonar as pistas mesmo, você é um piloto de merda — Styles disse aquilo como se fosse veneno, seu rosto irradiava raiva.

Eles tinham levado aquilo para o lado pessoal.

Louis deu seu melhor na corrida, acelerando ao máximo, usou suas melhoras estratégias para tentar uma boa posição na corrida, conseguiu segurar o quarto lugar, o que já dava pontuação suficiente para ficar no quinto lugar da temporada. Tomlinson ia tentar tomar o terceiro lugar, iria tentar o podium na última corrida da temporada. Iria provar que não era um piloto de merda. Queria provar que era melhor que ele.

Tomlinson fez seu melhor tempo, corria como se sua vida dependesse disso. Styles estava em segundo lugar, Leclerc em terceiro. Louis queria tomar a posição de Leclerc e depois a de Styles. Ele viu os dois carros vermelhos na pista, reconheceu a estratégia deles. É algo típico, clássico da fórmula 1. O piloto de trás protege a posição pelos dois, Leclerc não deixaria que Louis tomasse sua posição facilmente.

Tomlinson buscou referências, procurou as dicas do pai sobre aquela pista. Conseguiu pensar em dois planos, um era o esperado, todos saberiam o que ele estava fazendo, o outro era arriscado.

Ele escolheu o arriscado.
A Mercedes não renovou seu contrato e aquela deveria ser sua última temporada competindo pelas posições principais.

A adrenalina movia seu corpo, ela controlava a forma como ele acelerava o carro, Louis mal conseguia ouvir as instruções da equipe, o único som que ele conseguia e queria ouvir era o acelerador roncando e o batimento do seu coração.

A corrida estava acabando, era agora ou nunca.

A pista de Abu Dhabi tinha uma área de aceleração, era uma longa faixa reta na qual os carros atingiam velocidade máxima. Sendo honesto, Louis sabia que ali era um local arriscado pra fazer o que ia fazer, mas faria de qualquer forma.

Tomlinson e Leclerc entraram na faixa de aceleração quase juntos, os carros cinza e vermelho estavam lutando. Louis sentiu todo seu corpo arrepiar quando avistou o fim dessa faixa, ela terminava com uma curva fechada para direita.

Leclerc colocou seu carro na esquerda, era a forma certa de fazer uma curva fechada. Louis acelerou até quando conseguiu e então, quando todos esperavam que ele fosse para a esquerda, ele deixou o carro na parte direita da pista.

Louis cortou a curva, Leclerc estava fazendo a curva e iria fechar o carro de Tomlinson se ele não fosse rápido o suficiente. Louis levou o carro ao limite, acelerou ainda mais e rezou para que isso fosse suficiente. A ponta do seu carro já estava a frente da Ferrari. A energia do público fazia o chão tremer, os gritos eram tão altos que Louis realmente podia os ouvir, mesmo com o som dos carros. Ele iria tomar a posição.

Louis ia conseguir. Estava tão perto. Ele podia ver Harry na sua frente.
Tão perto.

O pneu traseiro esquerdo do carro de Louis estava mais desgastado que os demais, os dois carros estavam próximos demais. Leclerc estava terminando sua curva e não tinha espaço suficiente. A ponta do carro de Leclerc encostou na roda esquerda dele.

Foi um toque rápido, se fosse no transito normal não teria acontecido nada, mas aquilo não era transito normal, era Fórmula 1. Os carros tinham tanta velocidade, a fórmula da força é massa vezes aceleração. Mais de setecentos quilos multiplicados pela aceleração de um carro que vai de 0 a 100 quilômetros por hora em 2.4 segundos.

Foi uma catástrofe.

O carro de Louis foi atingido com tanta força que ele não teve tempo para fazer nada. Seu carro foi jogado para fora da pista. Antes de acertar a mureta ele girou algumas vezes.

E assim, em segundos, tudo aquilo acabou.

Louis apagou.

Up on the hills - Larry Stylinson Onde histórias criam vida. Descubra agora