SÃO

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As luzes eram brancas demais

Brilhantes demais 

Claras demais

As auras eram escuras demais

Negras demais

Apagadas demais

Velhas ruínas de povos ancestrais

Consumidas pelas intemperes da vida

Ah, a vida

Túmulo e Berço

Parteira e Coveira

Como pode a vida te apagar, querido vagalume?

Como te prenderam a esse acolchoado

A essas múltiplas paredes desbotadas

A essa prisão de cheiro alcoólico

Multidões de "tudo bem" passam em procissão

Se ouvem pregadores a orar

Padres a falar latim na mais pura das unções

Rabinos em roupas pretas

Todos carregando em si o fardo

Aves Marias se escutam 

E também estou eu aqui

Não sei em que posição

Em alta ou Cadáver?


Esses Poemas Não Deveriam ExistirOnde histórias criam vida. Descubra agora