Graças a Deus, as aulas tinham terminado, o que significava que pelo menos por hoje eu estava livre das piadinhas sobre ter redecorado a camisa do senhor poderoso Christopher Uckermann. Assim que entrei no meu quarto joguei minha mochila sobre a cama e deitei desejando morrer, só queria que esse dia acabasse logo, foi ai que ouvi.
Era ele, Christopher estava cantando. Me levantei e fui até a janela, pude vê ele sentado em sua cama, ele estava de olhos fechados, com o violão apoiado em sua perna. Vocês devem estar se perguntando " como ela pode vê-lo ? " a resposta é simples, eu esqueci de mencionar que ele era meu vizinho e que a janela do meu quarto era de frente a janela dele.
Obvio que não era a primeira vez que eu o ouvia, na verdade eu sempre fazia isso, claro que, com todo o cuidado do mundo pra ele não me pegar no flagra. A verdade é que Christopher podia ser prepotente e antipático mas, tinha a voz de um anjo.
" Dulce, Dulce vem aqui " a voz da minha mãe me trás de volta a realidade, procurei por Christopher mas, ele não estava mais em seu quarto. Quanto tempo será que fiquei igual uma idiota naquela janela ?
Me viro passando a mão no cabelo, respiro fundo e saio do quarto indo até a cozinha " sim mamãe ?"
" preciso que me faça um favor, vá até a casa dos Uckermann e entregue essa torta pra Alexandra, eu prometi que faria uma pra ela já que ela gostou tanto daquela que comeu aqui semana passada " ela aponta pra pequena torta sobre a mesa
Engulo a seco " na casa dos Uckermann mamãe ? " pergunto desanimada, Christopher não parecia querer me vê tão cedo hoje no intervalo
" sim Dulce, na casa dos Uckermann " responde como se fosse óbvio
Forço um sorriso " sabe o que é mamãe, é que eu e Christopher .... "
" não comece com isso de novo Dulce, você já esta grandinha pra continuar com essas picuinhas com o Christopher, além do mais Mai deve estar lá, ela é sua melhor amiga não é ? " assinto " ótimo, faça esse favor "
Suspiro " esta bem mamãe " pego a torta, recebo um abraço rápido dela e saiu.
Durante o pequeno trajeto até a casa ao lado eu torço pra não ter que vê-lo, mas, ai vocês pensam: Não seja burra Dulce, você estará na casa dele, é óbvio que vai vê-lo! Bem, não custa sonhar que não. Nessas horas torço pra que ele seja o tipo de cara que se tranca no quarto e não saia nunca. Reunindo todas as minhas forças, toco a campainha.
Quem vocês acham que abriu a porta ? Bem, sou uma azarada completa então tentem adivinhar. Sim foi ele, e pela cara que fez não ficou nem um pouco feliz em me vê.
" o que faz aqui ? " pergunta entre os dentes
Ergue o queixo " minha mãe mandou uma torta pra sua mãe " digo séria
" dê meia volta, minha mãe não esta em casa " ele diz com intenção de fechar a porta mas, eu coloco meu pé no meio o impedindo, o que minutos depois eu me arrependeria de fazer.
" ai ai ai " faço careta, doeu e muito " você quer me deixar aleijada ? " pergunto
Ele revira os olhos " você que botou o pé no meio garota " replica, ele respira fundo " esta doendo muito ? "
" o que você acha, gênio ? " eu digo irônica
Ele passa a mão pelos cabelos e abre mais a porta " vem entra, você pode sentar um pouco enquanto eu guardo a torta " sugere
Olha, ele foi quase gentil, temos uma evolução " claro, com licença " dou o melhor dos sorrisos enquanto passo por ele " onde esta Mai ? " pergunto me sentando
Ele estende a mão pegando a torta " foi ao mercado com meus pais, eu vou guardar a torta, só vê se não quebra nada " ele instrui saindo em seguida.
Idiota, ele acha mesmo que sou tão desastrada assim ? Olho meu pé vermelho, que merda, por que eu tive a ideia ridícula de colocar meu pé no meio da porta ? Deveria ter deixado esse mandão fechar a porta e sumir da minha vista. Ele volta com um saco de gelo nas mãos e se ajoelha em minha frente.
" tira o chinelo " manda
" não precisa disso, já estou melhor " falo tentando me levantar
Ele me empurra pra sentar novamente " deixa de ser teimosa, seu pé ta vermelho só vou colocar um pouco de gelo agora senta essa bunda ai e tira o chinelo " manda
Reviro os olhos e faço o que diz. No estante em que as mãos dele tocam meu pé sinto meu corpo se contrair. Não era a primeira vez que ele me tocava, ele havia feito isso antes, quando participamos da feira de ciências da escola, meu experimento envolvia sapos, Christopher se interessou de imediato, ficou tão animado que pegou em sua mão, bem na hora que eu peguei também, nossas mãos se tocaram mas, não era a mesma sensação que senti agora.
" só magoou " ele sussurra " onde estava com a cabeça quando meteu o pé na porta ? " ele retruca
Engulo a seco, ele acariciava meu pé " eu não pensei bem na hora " admiti em voz baixo
Ele ri, e é a primeira vez depois de anos que vejo isso " é, você tem esse problema Dulce, sempre agindo por impulso "
Pigarreio e o afasto me levantando " a torta esta entregue, eu tenho que ir "
Ele assente " esta bem, espero que fique melhor do pé "
" a claro, sim, eu ... Eu vou ficar, tchau Christopher " dou um passo pra trás e esbarro numa pequena escultura de decoração " ai desculpa, desculpa "
" esta tudo bem, não quebrou " ele levanta a escultura " é melhor ir logo antes que quebre realmente alguma coisa "
" é tem razão, esta certo, tchau " me viro abro a porta e praticamente saiu correndo, meu deus, eu sou tão patética.
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Adolescente em crise - Vondy | Tema: Vondy
Science FictionNo ensino médio, pagar mico passou a ser especialidade de Dulce. Todos sempre riam e zombavam dela, por sempre se meter em confusões mas, que culpa ela tinha de ser desastrada ? Sua vida está em crise e tudo se complica ainda mais quando ela volta a...